Guia de observação em sala de aula

Guia de observação em sala de aula

A observação é um instrumento muito complexo e necessário para os professores. Primeiramente o professor deve estar livre de influências e preconcepções para poder analisar o aluno, o ambiente e a si mesmo. Não tirar conclusões de primeiras observações, pois podem estar suscetíveis a erros. Deve se por no lugar do outro, ouvir e pensar como àquele que está sendo observado, sem deixar impressões e sem tentar corrigi-lo.

No Guia de Estudos “Um olhar crítico-reflexivo diante da realidade educacional” as autoras Reyes e Monteiro (2010) usam uma perspectiva história de alguns autores para ilustrar e exemplificar o método de observação investigativa, que por sua vez analisa o comportamento dos indivíduos baseados em alguns métodos. Os mesmos são aplicáveis em sala de aula a fim de descobrir problemas relacionados a aprendizagem.

Um dos métodos que inspiraram o estudo foi baseado na famosa obra de Conan Doyle, Sherlock Holmes, um detetive que se utilizava de alguns elementos para chegar ao autor do crime. Sua principal linha ação era priorizar a aquisição de dados e informações antes de teorizar qualquer fato. O mais importante a ser destacado e incorporado no estudo em sala de aula é a observação, pois o comportamento, o ambiente e as ações dos alunos explicarão e fornecerão informações para resolução dos problemas de aprendizagem.

Para se chega a uma conclusão é necessário além da observação, registrar, ordenar e interpretar os dados. Segundo Reyes e Monteiro (2010) Baseadas em Bogdan & Biklen (1982), Lüdke & André (1986) sugerem alguns elementos  para um registro detalhado das observações.

• Descrição dos sujeitos: comportamental e física. Vícios de linguagem, expressão, vestimenta e particularidades.
• Reconstrução de diálogos: anotar citações e diálogos entre o professor e o aluno tentando-se conservar a linguagem usada.
• Descrição da sala: utilizar-se de materiais que possam descrever ou reproduzir a sala de aula e todos seus detalhes como lousa, giz, carteira, armário além da disposição dos alunos.
• Descrição de eventos especiais: anotar acontecimentos relevantes detalhadamente.
• Descrição de atividades: anotação do desenvolvimento das atividades e do comportamento dos alunos na sequencia em que ocorrem.
• Comportamentos do observador: anotar todos os diálogos, atitudes e interações com os alunos.
• Ao concluir a pesquisa fazer observações pessoais demonstrando sentimentos, ideias, problemas, impressões, decepções, surpresas durante a coleta.

Esses elementos são ferramentas onde serão coletados dados completos e aplicados na compreensão das situações cotidianas em sala de aula. Trata-se de instrumento para melhor esclarecimento dos problemas da aprendizagem.

Muito importante para o bom desenvolvimento do trabalho é o olhar imparcial e profundo. Deve-se enxergar além e não simplesmente o que os olhos podem ver. As autoras citam Lüdke & André (1986) ao afirmar que “o tipo de formação de cada pessoa, o grupo social a que pertence, suas aptidões e predileções fazem com que sua atenção se concentre em determinados aspectos da realidade, desviando-se de outros”.

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