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Ideologias diferentes

Por:   •  8/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  614 Palavras (3 Páginas)  •  328 Visualizações

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Análise sobre ideologia em sites de jornal

Polêmica. Eis a palavra capaz de representar o que vemos ao analisar as diversas posturas tomadas por veículos de comunicação com base em suas características consideradas de ‘’esquerda’’ ou ‘’direita’’. São infinitos os temas capazes de nos permitir uma certa identificação ideológica, até porque é disso mesmo que se trata: ideologia, ou seja, um conjunto de ideias que as pessoas acabam assumindo em função da visão do mundo que absorveram, dos valores que aprenderam, das vivências que experimentaram. E, nesses veículos a história não é diferente, o que fica perceptível através da leitura dos textos 1 e 2.

Nas duas notícias escolhidas, os jornais apresentam seus posicionamentos bem diferentes a respeito das cotas raciais. No texto 1, temos a matéria da folha de São Paulo através de sua campanha institucional : ‘’ O que a folha pensa ‘’, realizada no ano passado, em que o jornal buscou se posicionar diante de assuntos polêmicos, e deixou bem definido, mesmo que com poucas palavras, o fato de ser contra as cotas raciais, o que gerou uma certa indignação por parte dos defensores da ideologia esquerdista, como apresentado no texto 2 do pragmatismo político em que o próprio título revela tal indignação ao afirmar ‘’Resposta à Folha de S.Paulo: Cotas, sim!’’.

Através do posicionamento defendido pelos dois textos já podemos concluir algo sobre suas respectivas ideologia, por exemplo as cotas colocam de um lado os que as rejeitam por considerarem como algo contrário à “meritocracia”, que não premiaria os “melhores”. Onde defendem uma espécie de “seleção natural” que de natural não tem nada, porque esquecem, convenientemente, que o “mérito”, em um país perversamente desigual como o nosso, já começa no berço, e acaba sendo, com exceções que confirmam a regra, um mecanismo de perpetuação de elites, como na campanha feita pela folha em que afirmam que não deve haver reservas de vagas a partir de critérios raciais, e mesmo que indiretamente percebemos que o jornal acredita que a cor da pele não interfere em nada na escolha dos alunos, mas defende a utilização de cotas por critérios sociais, como renda ou escola de origem. Por outro lado, temos o pragmatismo político que antes de considerar os critérios raciais, leva em consideração também toda a história por trás da população negra, os diversos anos de sua marginalização e os direitos e acessos claramente oferecidos de modo desigual, por meio de suas características ideológicas lutam pelas cotas como instrumento de correção social, um pagamento de dívidas históricas.

Ao considerarmos os respectivos textos como de direita e esquerda, iremos caracteriza-los para uma melhor compreensão da ideologia já defendida por cada um. O valor central da direita está apoiado sobre o entendimento de que mesmo um estado forte e organizado é constituído por indivíduos, e o indivíduo sempre colocará os seus próprios interesses a frente. A direita entende que os seres humanos não são iguais e nunca serão. Ao analisar não afirmaria que a direita é dos ricos e a esquerda dos pobres, mas sim que a direita é centrada no indivíduo a esquerda no coletivo. Ambos valores são necessários na construção de uma sociedade próspera e que garanta a liberdade do indivíduo, e ao mesmo tempo não tolere mecanismos de perpetuação. Por motivos óbvios os valores de esquerda seduzem muito mais os pobres que os de direita.

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