LIBRAS segundo semestre anhanguera
Por: crismarzola • 8/3/2016 • Trabalho acadêmico • 2.688 Palavras (11 Páginas) • 322 Visualizações
Universidade ANHANGUERA UNIDERP – Polo Taquara – RS
Curso: Pedagogia
Disciplina: Língua Brasileira de Sinais
Professor: Ma. Kate M. Oliveira Kumada
Tutora: Liamara da Cunha Nikolay
Libras – Língua Brasileira de Sinais
Cristina Roberta da Silva Marzola RA: 405839
Angela Cristina Machado da Silva RA: 423187
Taquara, novembro de 2013.
Surdos na realidade de hoje
Nos dias de hoje, ainda existem escolas de surdos que continuam com uma oposição entre oralidade e gestualidade, e argumenta ainda que a língua de sinais e a língua oral não podem ser vistas ou interpretadas como tal, mas sim canais diferentes de comunicação. Existem ainda muitos mitos em relação à língua de sinais, concepções que distorcem a realidade da cultura surda, pois como qualquer outra língua, ela é carregada de significação social. A língua de sinais é igual à língua oral, pois desempenha as mesmas funções linguísticas na vida de uma pessoa, é uma língua natural para os surdos, fazendo com que os mesmos possam participar da sociedade.
Para muitos “ouvintes”, são apenas “gestos”, mas para os surdos é como se fosse uma linguagem oral como todos os outros ouvintes possuem. A língua de sinais possui um sistema completo e muito bem estruturado, onde os surdos podem expressar seus pensamentos simples e complexos, utilizando a expressão facial e corporal para fazer socializar com o meio onde vivem, podendo fazer afirmações, negações, questionamentos, omitir, demonstrar confiança, dar a sua opinião própria, enfim, eles conseguem “conversar” normalmente, assim como qualquer ouvinte.
Relato de experiência: Convivência com alunas portadoras de deficiência auditiva
No ano de 1999, no Instituto Estadual de Educação Sapiranga, no Curso de Magistério, ocorreu a inclusão de alunas com deficiência auditiva: Liana, Cristiane, Simone e Juliane ambas na faixa etária de 17 anos. Liana, Simone e Cristiane desenvolveram está deficiência devido as mães terem contraído durante a gestação rubéola, Juliane teve um problema no desenvolvimento da audição que se agravou durante a infância, graças a uma queda onde ela bateu a cabeça, prejudicando totalmente sua audição, que antes era parcial.
Para alunos e educadores foi um grande desafio, pois apesar da Apada disponibilizar uma interprete, todo esse processo de aprendizagem passou por muitas etapas de transformação e aceitação. O grande objetivo das meninas era se tornar professoras, professoras formadas em uma escola de ouvintes, para atuarem com alunos não ouvintes. A primeira etapa a ser superada foi a do preconceito, apesar de terem sido acolhidas pela maioria dos professores e alunos, haviam aqueles alheios a capacidade intelectual das meninas. Gradativamente elas foram sentindo-se parte da turma, e a mesma sentia-se muito orgulhosa, pois eram pioneiras neste projeto, sim projeto, pois permaneceu outros anos também.
O maior desafio dos professores era de certa forma, planejar conscientes que havia inclusão na sala de aula, apesar de contarem com o apoio da interprete. A intérprete havia sido educadora das meninas nos anos anteriores. O vínculo estabelecido entre a tradutora e as alunas era muito forte e fundamental para a aprendizagem, conhecendo-as bem, como conhecia tornou-se mais fácil à adaptação com as colegas ouvintes, pois ela era a ponte que ligava os dois mundos. Em muitas atividades, surdas e ouvintes compartilharam experiências e construíram o conhecimento. Durante todo o curso, as atividades práticas foram realizadas na Escola São Matheus, onde fica situada a escola Apada. Durante os quatro anos, as supervisoras de estágios passaram a fazer capacitações na área, para qualificar e auxiliar o trabalho que as meninas viriam a desenvolver durante o estágio.
Foram muitas as surpresas, até a chegada de um bebê, Juliane engravidou do seu primeiro filho, que veio a ser ouvinte, apesar do pai também ser surdo, hoje ele interage com surdos e ouvintes. Observamos durante estes quatro anos, o quanto a família fazia a diferença, era onde elas buscavam apoio para prosseguir, pois em vários momentos elas excitavam em à leitura labial foi um dos meios para comunicação, a turma aos poucos aprendeu vários sinais da linguagem e o mais importante de tudo, aprendeu a conviver com a diferença. Vale salientar que todas falavam, pois faziam uso de aparelho auditivo e tinham acompanhamento com fonoaudióloga. Momento de grande emoção foi durante a formatura, em agosto de 2002, onde Liana e Cristiane fizeram um agradecimento a Instituição e aos colegas que as acolheram durante todo o curso. Liana fez o discurso oralmente enquanto Cristiane o fez em sinais.
Durante todo o curso, foram muitas as conquistas, mas a maior delas foi a de fazer parte dos sonhos destas meninas, corajosas que com poucos recursos hoje são: mães, donas de casa, motoristas, professoras, esposas... Enfim, mulheres como nós, capazes de realizar, de conquistar e viver plenamente diante das imposições que a vida condiciona aqueles que desejarem realmente vivê-la, não apenas passar por ela.
Libras: aspecto médico, cultural e social
Surdez não é apenas ter o “ouvido doente”. Os surdos pertencem a uma comunidade, a uma cultura, nesse sentido, a surdez é a única entre os tipos de deficiência. Na medicina a surdez é caracterizada através da perda ou da diminuição da percepção auditiva, que dificulta a aquisição da linguagem oral de forma natural. Muitos médicos interessaram-se na causa da surdez, e assim começaram a desenvolver pesquisas para descobrir a cura dessa deficiência. Nessas pesquisas, pontuaram que a surdez é dividida em quatro categorias: os que nascem surdos; os que adquiriram antes da fala e da escrita; os que adquiriram depois de falar; e os que adquiriram depois de falar e escrever. A surdez não modifica a inteligência da criança, as pesquisas comprovam que elas são capazes de aprender, e uma das formas é associar o som aprendido pelo surdo através do tato e da vibração da laringe, e outra forma é a utilização de imagem das palavras escritas.
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