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Leitura Obrigatória Estágio Anos Iniciais

Por:   •  30/8/2020  •  Resenha  •  1.001 Palavras (5 Páginas)  •  366 Visualizações

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A literatura contemporânea voltada à educação de crianças de 0 a 6 anos apresenta a partir da década de 1990 um intenso debate acerca da especificidade do trabalho pedagógico junto a essa faixa etária. As respostas oferecidas pelos pesquisadores à questão da especificidade da educação infantil giram hoje fundamentalmente em torno de dois eixos: o binômio cuidar-educar e a perspectiva anti escolar, elementos fundamentais da chamada pedagogia da infância.

Antigamente entendia-se que o ensino não devia fazer parte do atendimento ofertado à criança até os 6 anos, somente à educação das crianças pequenas. O ensino era negado quando se tratava de Educação Infantil, mas assumido como objetivo fundamental da escola. Nessa faixa etária o professor não devia ensinar, mas limitar-se a acompanhar, favorecer e estimular o desenvolvimento infantil.

Então, cresceram os debates acerca da função do ensino para crianças e chegou-se à conclusão que ela deve ter como propósito cuidar e educar, tirando o ensino como objetivo e colocando as relações educativas dentro de um espaço de convívio coletivo.

A biologia para Vigotski não pode ser utilizada como principal determinante para explicar o desenvolvimento da criança, pois falta leis naturais universais pré-definidas pela genética e dado em um contexto social e cultural. Leontiev e Elkonin concordam que é preciso levar em consideração, a relação da criança com o meio e que a mesma é exclusivamente para cada situação.

As funções psicológicas, exclusivamente humanas, são fundamentalmente culturais e referem-se à totalidade das produções humanas, isto é, a tudo aquilo que se contrapõe ao que é dado pela natureza, que resulta da ação criadora e transformadora do homem sobre a natureza. Ou seja, a transformação de sua própria natureza.

Vigotski afirma que a aprendizagem constitui um elemento necessário e universal no desenvolvimento das características humanas, formadas historicamente na criança: Todo o processo de aprendizagem é uma fonte de desenvolvimento que ativa numerosos processos, que não poderiam desenvolver-se por si mesmos sem a aprendizagem. O ensino e a aprendizagem são compreendidos como “fonte de desenvolvimento”. Para Vigotski, o bom ensino é aquele que conduz o desenvolvimento, atuando sobre aquilo que ainda não está formado na criança e visa atuar na zona de desenvolvimento potencial (ZDP).

A imitação é colocada por Vigotski como um fator essencial no desenvolvimento, como principal ferramenta da aprendizagem. Apesar de ser considerada prejudicial no contexto pedagógico e recusada como ferramenta de trabalho pedagógico, uma vez que a conduta a ser imitada precisa ser primeiramente compreendida pela criança, ou seja, a imitação só é possível se acompanhada do entendimento e a criança está limitada a suas potencialidades intelectuais.

Vigotski destaca a mediação do adulto no processo de desenvolvimento das funções psicológicas superiores da criança e postula que o ensino deve promover o desenvolvimento, Leontiev (2001a) estabelece uma lei geral do desenvolvimento psicológico que encontra-se na dependência dos processos concretos nos quais estão envolvidos. As funções psicológicas devem ser “cultivadas” na criança pelo educador; é preciso, que tais funções integrem processos dirigidos por um alvo, é preciso que seu desenvolvimento se coloque como condições para a realização da atividade pela criança. Evidencia que não basta expor a criança a estímulos diversos, ou seja, não basta disponibilizar a ela os objetos da cultura, é preciso ir além, é preciso organizar sua atividade, Leontiev recomenda a necessidade da análise do conteúdo da atividade da criança e de investigações que revelem como essa atividade é constituída nas condições concretas de vida; o educador procede sobre a atividade da criança e determina o desenvolvimento de seu psiquismo.

Vigotski, Leontiev e Elkonin enfatizam o papel do adulto no processo educativo. O desenvolvimento psíquico das criança tem lugar no processo de educação e ensino realizado pelos adultos, eles transmitem a experiência social, com isso a criança assimila um amplo círculo de conhecimentos adquiridos pelas gerações precedentes, aprende as habilidades socialmente elaboradas e as formas de conduta criadas na sociedade. O desenvolvimento infantil não constitui um processo puramente quantitativo/evolutivo, mas caracteriza-se por rupturas e saltos qualitativos. As transição entre um estágio e outro do desenvolvimento não constitui uma mera mudança quantitativa/de grau, mas uma mudança qualitativa. A cada novo estágio do desenvolvimento modifica-se o tipo de relação que a criança estabelece com o meio e com as pessoas que a rodeiam por meio de sua atividade.

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