O Bullying Escolar
Por: fer2015 • 2/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.604 Palavras (7 Páginas) • 331 Visualizações
Bullying Escolar
INTRODUÇÃO
A violência escolar é um problema mundial, sendo encontrada em toda e qualquer escola, influenciando todas as classes sociais, tornando-se o medo sempre presente entre os escolares.
Dentro do contexto temos o Bullying, palavra de origem inglesa que tem como raiz o termo Bull, “é um termo utilizado para designar pessoas cruéis, intimidadoras e agressivas” (GUIMARAES, 2009). Assim, conclui-se que, o Bullying escolar é o nome dado para a violência cometida nas escolas, sendo denominado pela autora Fante (2005) como um fenômeno tão antigo quanto prejudicial, que pode deixar marcas profundas na vida de uma pessoa.
A pratica do Bullying pode ser: direta (ameaçar, bater, implicar, roubar pertences, chamar de apelidos pejorativos) e indireta (espalhar boatos maldosos, isolar socialmente a vitima); podendo através destes atos ter conseqüências graves que podem perdurar pela vida toda do indivíduo.(NETO, 2005).
Segundo Fante (2005) esta nova faceta da violência se apresenta sob a forma de comportamentos cruéis, intimidadores, repetitivos, e de maneira constante contra uma mesma vítima, cujo poder destrutivo é perigoso tanto à comunidade escolar quanto à sociedade como um todo, pois desenvolve sérios danos ao psiquismo dos envolvidos (vítima e agressor). Este conjunto de comportamentos é denominado como Fenômeno Bullying.
Diante dessa problemática, pesquisas, estudos, relatos, comprovam a amplitude que a violência tem adquirido no âmbito do sistema escolar e sua complexidade de como apresentar condutas para minimizar, prevenir, solucionar, a incidência do problema e suas conseqüências (GUIMARAES, 2009).
O estudo do tema Bullying tem como objetivo agregar conhecimentos específicos desse fenômeno mundial e as informações poderá servir de parâmetros para lidar com o problema de frente sem omissões, encarando com seriedade as agressões, não só como uma brincadeira natural da faixa etária ou algo banal a ser ignorado, na tentativa de reverter e minar comportamentos, violentos e intolerantes, contribuindo positivamente para formar na sociedade uma cultura de não-violência, igualdade e solidariedade.
Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, repressão, agressões físicas e psicológicas. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida de muitos alunos em um verdadeiro inferno.
É comum vermos no espaço escolar a manifestação de agressão, talvez mais acentuada hoje do que se observava há algumas décadas, quando a escola era regida com base na ordem e disciplina, nas sanções e punições.
A convivência dos alunos com situações de bullying pode resultar em danos irreparáveis às vítimas, acarretando, segundo Fante (2005), prejuízos em suas vidas futuras, em suas relações no trabalho, em sua futura constituição familiar e na criação de filhos, além de prejuízos para a sua saúde física e mental. Há estudos que comprovam que aqueles que vivem situações de bullying podem ter comprometimentos, como o rendimento escolar inferior, e também o desenvolvimento social, emocional e psíquico atingidos.
No estudo aqui referido, o intuito será revelar os tipos de violência e discriminação de gênero existentes em âmbito escolar.
REVISÃO DE LITERATURA
Para a compreensão do conceito e da manifestação do Bullying no ambiente social e escolar, a revisão de literatura do presente estudo, vem buscar compreender esse fenômeno, com contribuições existentes sobre o tema, segundo vários autores.
BULLYING – CONCEITO E ORIGEM
Histórico do bullying
Não é de hoje que o bullying vem ganhando espaço no ambiente escolar. De acordo com Chalita (2008), os primeiros estudos que se têm registro foram realizados em 1972 e 1973, na Escandinávia, onde algumas famílias perceberam a seriedade do problema. Em seguida outros estudos se alastraram pela Noruega, Suécia e toda a Europa. Todas essas pesquisas não tiveram muito impacto na época, a não ser na concepção de alguns núcleos de pessoas interessadas.
Fante (2005) relata em sua obra que 1983 um fato alarmou os habitantes da Noruega: três meninos, entre 10 e 14 anos, cometeram suicídio e tudo indicava que haviam sido provocados por situações de bullying. Com isso o medo tomou conta de pais e educadores. Os estudos sobre o tema se iniciaram com pesquisas do professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega (1978 a 1993), e serviu de incentivo às escolas norueguesas, que se mobilizaram e criaram uma campanha nacional contra o bullying, conseguindo minimizar essas ocorrências e suas proporções, sendo inclusive copiada por outros países.
Ainda na Noruega, o Ministério da Educação criou, em 1996, um programa para prevenção e controle do bullying – Norwegian Program of Preventing and Managing Bullying in Schools – que congregou um conselho de estudantes e uma rede de profissionais, ambos em cooperação com a direção escolar e a associação de pais. Uma das metas do programa é a continuidade (importância de manter-se o programa nos anos subseqüentes), além da integração entre diferentes grupos (FANTE, 2005).
Com o incentivo do Ministério da Educação, algumas universidades espanholas desenvolveram ações de prevenção contra o bullying. Entre elas, está o da Universidade de Sevilha, o Programa SAVE, criado em 1996 e coordenado por Rosário Ortega Ruiz, cujo objetivo é desenvolver a educação de sentimentos e de valores, além de melhorar as relações interpessoais (FANTE, 2005).
No Brasil, os primeiros livros e trabalhos acadêmicos surgiram a partir do ano 2000 (LOPES NETO E SAAVEDRA, 2003; CATINI, 2004; CONSTANTINI, 2004; FANTE, 2005; BEAUDOIN E TAYLOR, 2006), como resultado de programas que combateram o bullying. Em 2001 e 2002, Cléo Fante desenvolveu um estudo na cidade de São José do Rio Preto no estado de São Paulo e revelou que 49% dos estudantes tinham envolvimento com situações de bullying. Este estudo permitiu traçar o perfil das vítimas de bullying no Brasil. Normalmente, são tímidas, com algum aspecto físico ou comportamental marcante, mais comumente a obesidade e a baixa estatura. Os alvos têm, em média, 11 anos. São meninos e meninas com poucos amigos e que não reagem com os apelidos ofensivos ou qualquer outra atitude que lhes desagrada.
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