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O CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Por:   •  18/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.806 Palavras (8 Páginas)  •  69 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SOCIOECONÔMICAS E HUMANAS - NELSON DE ABREU JÚNIOR.

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – NOTURNO – 4º PERÍODO

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

PROFESSOR: JOÃO ROBERTO RESENDE FERREIRA

ACADÊMICA: TATIANE RODRIGUES DA SILVA MODESTO

DATA: 20/03/2022.

A Educação no Brasil: processo histórico e um novo projeto para a educação hodierna

Introdução

A educação está relacionada ao processo de ensino e aprendizagem, envolve a obtenção de conhecimentos, habilidades, de todos os aspectos culturais presentes na sociedade em que um indivíduo está envolvido, diz respeito à civilização, à formação de um indivíduo, englobando os fatores sociais, políticos, culturais, entre outros. Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa define educação como: “[...] processo que visa ao desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, [...] com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da cidadania. [...] instrução e a formação do indivíduo; ensino. Conhecimento, [...]; formação, preparo.”(MICHAELIS, c2022, n.p.).

Ao longo do tempo, a educação vai se desenvolvendo à medida que a humanidade vai se transformando, são processos intrínsecos, que ocorrem nas diversas sociedades, e como processo de formação de um indivíduo, a educação tem o poder de oprimir, controlar ou libertar o corpo social.

No Brasil, a educação surge no período em que o país era apenas colônias recém “descobertas”, com a chegada dos portugueses às terras brasileiras, e o decorrer de sua longa jornada, pode-se observar que a educação vai mudando concomitantemente à evolução das sociedades. Ou seja, desde o princípio, a educação é utilizada como forma de reprodução da sociedade, e com o passar dos períodos históricos, conforme a sociedade foi se estereotipando, a educação foi seguindo um caminho dotado de autoritarismo e exclusão. Nessa perspectiva, qual seria o projeto de educação desenvolvido na histórica do Brasil? Percorrendo por toda a história da educação no Brasil e  analisando a função dominadora, ao qual a educação hodierna tem desempenhado, que proposta de educação seria adequada para os estudantes, bem como para o povo brasileiro nos dias de hoje?

Desenvolvimento

        Conforme supracitado, a origem da educação no Brasil se deu logo após às terras brasileiras serem “descobertas”, no período Colonial, onde, em 1749, os Jesuítas portugueses vieram para as colônias portuguesas em solo brasileiro, exercer a função como os primeiros educadores, com a finalidade de recrutar novos cristãos, com a conversão dos povos nativos, através da catequização e do ensino de ler e escrever português.  O modelo de educação aplicado pelos jesuítas foi de grande relevância para a formação da sociedade brasileira nos âmbitos social, cultural, econômico e educacional.

No entanto, o projeto educacional já se caracterizava por uma segregação no ensino, a educação era voltada para o sexo masculino, e os índios recebiam aulas em locais improvisados por eles mesmos, enquanto os filhos de colonos recebiam suas aulas em escolas mais estruturadas e ensinamentos mais refinados, em decorrência do alto investimento para essa classe, ou seja, a educação imposta pelos portugueses logo marginalizou todo o conhecimento e a cultura dos povos nativos, impondo esteriótipos trazidos da Europa, num modelo de homem baseado em princípios escoláticos e na fé católica, elitizando a Colônia e a educação, ocasionando uma estratificação social que perdura até os dias da hodiernidade. Os jesuítas foram os responsáveis pela construção das primeiras escolas brasileiras e precursores da educação escolar do Brasil.

Em razão de conflitos com a coroa portuguesa, houve, em 1759, a expulsão dos jesuítas pelo primeiro-ministro português, Marquês de Pombal, que promoveu várias reformas influenciadas pelo Iluminismo emanado na Europa, marcando a era das reformas pombalinas. Todos os bens foram apreendidos dos jesuítas, bem como seu projeto educacional implantado no Brasil, foi desmantelado, objetivando desviar dos interesses religiosos, colocando a educação aos serviços comerciais do Estado. Marquês de Pombal, coloca o Estado como novo responsável pela educação escolar de Portugal e suas colônias, inclusive no Brasil, e institui as aulas régias, a fim de reformar o sistema educacional em laico e público, o que não teve muito sucesso devido a potente influência que a igreja ainda possuía. Assim, as aulas régias focaram no ensino das humanidades oferecidas em latim, grego e retórica, todavia a educação escolar brasileira permaneceu com grandes lacunas até a chegada da família real para a colônia brasileira, em 1808, e posteriormente com a Independência do Brasil, em 1822, consolidando o Brasil Imperial.

        As transformações na educação escolar brasileira continuaram a acontecer no percorrer no tempo: a implantação das primeiras instituições científicas e culturais, bem como as de ensinos técnico e superior, no projeto educacional de Dom João IV, que acabou respondendo às exigências de formação profissional no contexto social, ainda desprezando o ensino primário, ampliando a estratificação social; a instituição do ensino primário e gratuita a todos, com a primeira constituição, em 1824, sem muito sucesso, devido a precariedade na formação de professores e na escassez de vagas e investimento; a educação é colocada como dever do Estado, em 1826; a criação de escolas de ensino básico em território brasileiro, bem como a criação de escola para meninas, em 1827; a descentralização do ensino com o ato adicional de 1834 e com a Constituição, outorgada em 1891, intensificou a dualidade no sistema de ensino, com uma educação elitista para a burguesia e uma educação precária para a classe popular.

        Desde o Brasil império, a educação não foi priorizada, colocando sempre impasses políticos e econômicos no topo das preocupações sociais e mantendo o Brasil dependente da Inglaterra no tocante ao mercado manufatureiro. Em 1854, a educação é designada ao grupo privilegiado da sociedade, enquanto uma parte da população permanecia sem acesso. A dualidade e desordem no sistema educacional se estenderam para o Brasil República, após a proclamação de 1889. Com o abandono, oriundo da descentralização do ensino, os estados mais desfavorecidos continuavam se afundando numa educação deficitária e no analfabetismo, enquanto São Paulo desenvolvia com destaque no âmbito educacional e “lutava” contra o analfabetismo com interesses puramente político-eleitorais, visto que o indivíduo analfabeto não tinha direito ao voto.

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