O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NO COTIDIANO ESCOLAR
Por: João Paulo Araujo • 12/6/2021 • Artigo • 3.188 Palavras (13 Páginas) • 114 Visualizações
ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NO COTIDIANO ESCOLAR
João Paulo Araujo de Azevedo¹
Daiane Araujo de Azevedo
Ricardo Andrade de Lima
Manuel Félix da Silva
Tutor Externo²
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo discutir a indisciplina em sala de aula que é um dos grandes desafios na educação nacional, tanto para os alunos, quanto para professores e família, pois afeta a construção do indivíduo em seus diversos aspectos. Sendo assim, este trabalho surge de uma preocupação despertada em visitas durante o estágio no ensino fundamental I, na escola pública Cônego João Rodrigues no município de São Bento do Una-PE, na qual percebe-se em algumas crianças comportamentos que nos remetem à indisciplina, o que compromete de certa forma o processo ensino-aprendizagem. Diante disso o referido estudo busca compreender como e porque as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, manifestam comportamentos que poderão ter como consequência a indisciplina em sala de aula. Nessa pesquisa buscaremos subsídios teóricos que favorecessem a construção dos conhecimentos para aprofundar e compreender como o fenômeno da indisciplina afeta o processo de escolarização no ensino fundamental I e formas para intervir e diminuir tal problemática.
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Palavras-chave: Artigo científico. Normatização. NBR-6023.
1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho foi desenvolvido no Colégio Cônego João Rodrigues, situado no município de São bento do Una e abrangeu os estudantes da turma e a equipe pedagógica, sob a orientação dos autores desse projeto.
Foram atendidos, aproximadamente, 10 (dez) alunos (as) participaram de 05 (quatro) encontros de reflexão e formação, com carga horária de 04 (quatro) horas diárias, perfazendo um total de 20 (vinte) horas.
As atividades planejadas para formação dos (as) professores (as) apresentaram a seguinte composição: momentos de reflexão com questionamentos a serem debatidos pelos professores, apresentação de filme sobre a violência e reflexão sobre a temática.
Os envolvidos no trabalho implementaram às aulas com ações que trouxeram o envolvimento da comunidade escolar nas atividades educacionais relacionadas ao tema enfrentamento à indisciplina em Sala de aula. Esta foi uma das formas de garantir ações que levaram a equipe pedagógica, professores e educandos a procurar combater, de uma forma sistemática, os atos e atitudes relacionadas ao tema em questão.
Utilizamos recursos didático-pedagógicos como: aplicação de questionário elaborado para este fim, exibição de filme, palestra sobre o tema, leituras, análise e reflexões sobre textos.
Feito isto, demos início a construção e elaboração desse paper sobre o tema “Enfrentamento à violência no cotidiano escolar”, que será incorporado a um caderno temático, que será utilizado como produção didático-pedagógica, durante a implementação do projeto de intervenção do PDE. Com esse trabalho Promover encontros de reflexão e conhecimento com os professores e alunos sobre o enfrentamento à indisciplina no cotidiano escolar.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Seja em casa ou em sala de aula é um problema complexo de lidar, mas que não é impossível de se enfrentar. Em qualquer que for o ambiente em que o sujeito se encontre é necessário que haja diálogo, respeito e normas que possam orientar o comportamento e a interação do sujeito com seu meio sociocultural. O desrespeito a esses princípios que ensejam uma boa convivência poderá levar a indisciplina.
O ambiente familiar e escolar em seus aspectos sociais/emocionais influencia diretamente no comportamento desse indivíduo. Brigar, gritar ou repreender não é o melhor caminho para enfrentar a indisciplina. Reações como essas podem criar um ambiente desconfortável e desfavorável para a criança, por exemplo, levando-a a quebrar ainda mais as normas. Nesse sentido, no ambiente escolar, como bem coloca Magalhães Jr (2002) a disciplina constitui-se em uma ferramenta que auxilia no estabelecimento da ―ordem‖ e representa os interesses de um grupo. A indisciplina, por sua vez, tem suas causas oriundas, muitas vezes, nos equívocos do relacionamento familiar, escolar e social, dentre eles destacam-se:
- Mentir para as crianças – as mentiras acabam impactando a relação de confiança da criança com os seus responsáveis. É muito importante expor para a criança os valores humanos e universais e as consequências do descumprimento desses;
- Não impor limites – Proibições e formas de condutas são muito importantes para o desenvolvimento da criança, pois as ajudam a identificar o que é certo ou errado e a se posicionarem eticamente em situações futuras;
- Acreditar que tempo e carinho podem ser substituídos por bens materiais - Carinho é sinônimo de atenção e não de brinquedo novo. O amor e o afeto são a base emocional e motivação das crianças, por isso, deve-se recompensar as crianças afetivamente em vez de materialmente;
- Não oferecer explicações para as questões delas – É importante que os limites não esbarrem no autoritarismo, bem diferentes da autoridade saudável e esperada.
Com isso não estamos defendendo uma atitude hostil para com a criança, nem tão pouco autoritário, afinal a hostilidade faz com que cometamos outro erro, que é cair no extremo oposto e ser extremamente repressivo. Pais inseguros, por exemplo, reagem demonstrando poder. Enrijecem em suas decisões para esconder a falta de confiança neles mesmo e, consequentemente, em seus filhos. Do mesmo modo professores inseguros que agem ou de maneira autoritária e arrogante ou o oposto disto, sendo bastante permissivo com seus alunos.
A partir desses equívocos, compreendemos que a indisciplina reflete e muito os valores e atitudes que comportam uma dimensão pessoal e social, pois como afirma Içami Itiba (2006, pág. 120)
Os paradigmas de uma sólida educação contemporânea exigem não permitirmos que as crianças façam em casa e em suas respectivas escolas o que não poderão fazer na sociedade. Elas devem ser ensinadas a praticar em casa a cidadania escolar- ou seja, crianças ensaiam, com a ajuda de pais e professores, a disciplina, que tem de ser apreendida, aprendida e praticada para fazer parte de cada indivíduo como se fosse uma língua-mãe.
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