O Ensino Remoto Durante a Pandemia do Coronavírus

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        3

DESENVOLVIMENTO        4

CONSIDERAÇÕES FINAIS        9

REFERÊNCIAS        10

INTRODUÇÃO

No início do ano de 2020 o mundo todo foi surpreendido por uma nova epidemia bastante preocupante. Lugar nenhum do mundo estava preparado para os dias difíceis que viriam pela frente, ninguém tinha as respostas sobre todas as questões que envolviam a nova doença que afetou a humanidade, não se sabia ao certo o que o mundo iria enfrentar e nem as medidas necessárias para acabar com esse vírus.

Diante da gravidade da situação, decretou-se o Lockdown, o que significou o fechamento de todos os serviços não essenciais e o pedido para que as pessoas permanecessem em suas casas, saindo apenas quando necessário. Essa medida tinha como objetivo conter a disseminação do vírus, mas ao mesmo tempo causou alguns problemas.

        Aos poucos foi se entendendo mais sobre o vírus e tomando providências para poder voltar às atividades com todo cuidado necessário. Uma das grandes questões, era como as instituições escolares iriam funcionar para que os alunos não fossem prejudicados todo esse tempo sem o ensino. Era preciso uma solução que fosse segura para todos os envolvidos e, ao mesmo tempo, pudesse suprir a necessidade de ensino com a melhor qualidade que fosse possível no momento. A solução encontrada foi usar a tecnologia a favor e transmitir aulas através da internet, pelo ensino remoto, onde os alunos poderiam dar continuidade aos seus estudos de forma segura, sem correrem o risco de serem infectados pelo novo vírus e também de infectar seus familiares, da mesma forma que protegeria os professores e funcionários das escolas, uma vez que o distanciamento social é imperativo para diminuir o contágio.

A solução para essa questão específica havia sido encontrada, mas ainda haviam muitas questões na forma como ela deveria ser colocada em prática, alguns problemas surgiram e as escolas precisaram se adaptar e se reinventar para que pudessem passar por esse momento sem prejudicar seus alunos e toda a equipe escolar.

Mesmo com todas as dificuldades uma nova forma de ensino surgiu, e junto dela muitos desafios que precisaram ser enfrentados e corrigidos.

DESENVOLVIMENTO

A educação básica é um direito público que foi assegurado a todos na Constituição Federal de 1988, conforme lemos no Art. 205:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Mas, a escola não pode ser vista apenas como local de ensino-aprendizagem, ela vai muito além disso. Através dela os alunos começam a moldar traços da sua própria identidade, a convivência com outras pessoas de múltiplas culturas mostra a diversidade existente em nosso país e os benefícios que isso nos traz. Essa é umas das questões que o ensino remoto não consegue suprir.

De acordo com Hodges (2020), o ensino remoto emergencial difere da modalidade de Educação a Distância (EAD), pois a EAD conta com recursos e uma equipe multiprofissional preparada para ofertar os conteúdos e atividades pedagógicas, por meio de diferentes mídias em plataformas on-line. Em contrapartida, o intuito do ensino remoto não é estruturar um ecossistema educacional robusto, mas ofertar acesso temporário aos conteúdos curriculares que seriam desenvolvidos presencialmente. Assim, em decorrência da pandemia, o ensino remoto emergencial tornou-se a principal alternativa de instituições educacionais de todos os níveis de ensino, caracterizando-se como uma mudança temporária em circunstâncias de crise.

Através da convivência diária criam-se laços muito importantes para a formação do indivíduo. A rotina escolar propicia o melhor conhecimento dos professores com seus alunos, conhecendo as singularidades de cada um, sabendo de suas dificuldades de aprendizagem e podendo, assim, agir de forma mais eficiente para auxiliá-los. O ensino remoto trouxe uma grande dificuldade nesse ponto, pois a forma de passar o conhecimento se tornou apenas seguir o que estava no currículo escolar, sem conseguir suprir a demanda das particularidades envolvidas de cada aluno. Também precisamos nos atentar ao fato de que os alunos em idade escolar são seres em formação e muitas vezes não tem maturidade suficiente para gerir seus próprios estudos.

A desigualdade social é um ponto importante a ser pensado nessa nova forma de ensino. Uma boa parte da população não tem acesso a um computador e acessa as aulas através do telefone celular e com uma internet de má qualidade, o que já prejudica a garantia do Direito à Educação em condições normais, com o ensino à distância a situação só piora. Muitos não têm um local adequado para assistir às aulas, pois a realidade de muitas famílias brasileiras é de casas pequenas, de poucos cômodos e várias pessoas, não existindo assim, a possibilidade de um local calmo para assistir as aulas e poder se concentrar adequadamente no conteúdo estudado.

Alunos das áreas rurais encontraram muitos obstáculos para realizar seu ensino pelo meio remoto. Em muitos lugares o sinal de internet não chega, nem sinal de celular alguns possuem, se tornando praticamente impossível continuar com seus estudos durante a pandemia.

O lado psicológico também acabou sendo bastante afetado com essa nova forma de ensino. O medo do desconhecido, a ansiedade, incertezas e vários outros sentimentos negativos, se tornaram presentes e com muito mais força desde o início da pandemia. Podem ser relatadas inúmeras dificuldades de aprendizagem causadas pelo isolamento social, pela falta de conviver com os amigos, do contato físico, de interagir pessoalmente com os professores, de todo o diálogo necessário para que o processo de educação seja realizado de modo completo. Isso tudo trouxe como consequência, um baixíssimo entusiasmo dos alunos para prosseguir com seus estudos, o que acabou afetando seu desempenho escolar.