O Ensino da Lingua Portuguesa
Por: ELCINEIA • 27/11/2016 • Monografia • 4.395 Palavras (18 Páginas) • 1.337 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O ensino da língua portuguesa é de extrema importância para os seres humanos. É pela atividade de linguagem que o homem se constitui sujeito, só por intermédio delas é que tem condições de refletir sobre si mesmo OCEM (2008). Porém em muitos casos o ensino é tratado como algo meramente ilustrativo, pois limita-se ao ensino da gramática, voltado para a metalinguagem. A língua é um reflexo da cultura, mas não só reflete, e sim regula as relações sociais (CHAGAS, 2008). Sendo assim acredita ser de fundamental importância analisar como estão acontecendo às aulas de língua em nossas escolas públicas.
Esse trabalho tem como objetivo analisar e discutir algumas práticas de ensino de língua na rede pública.
A análise das abordagens sobre o ensino de línguas terá como embasamento teórico os autores Rossi (2005) Cosson (2009), Garcez (2001), Marcuschi (2007), Bezerra (2007). Também os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2008) serão fundamentais para compreendermos a educação como uma ferramenta de formar e moldar cidadãos críticos, ativos na sociedade através de um ensino de língua eficaz.
2. REFLEXÕES ACERCA DA NORMA CULTA BRASILEIRA
A norma culta segundo Bagno (2008) é somente um rótulo elitista, referente a uma língua utilizada “certa”, ou para a língua usada por pessoas de classes elevadas de centros urbanos, estes dois significados são utilizados sem separação definida até mesmo entre estudiosos de língua. A nomenclatura sugere a ideia da superioridade das classes que o empregam, e consequentemente tratam os demais como ignorantes sem cultura.
A proposta de Bagno (2008) para livrar deste significado ambíguo, a expressão norma-padrão para designar a língua “certa”, ensinada nas escolas descrita por a tradicional gramatica normativa. Ambas as expressões são carregadas de preconceito, desfazendo as variações linguísticas, desconsiderando a facetas multilíngues do país, e por cima colocando a escrita em nível mais elevado, que a oralidade. Faraco (apud. Freitag, et al Silva, 2006) afirma, que a normalização da língua foi feita com o objetivo de homogeneizar e suprimir as variações, desrespeitando os direitos linguísticos das minoridades. Mais nem para a norma padrão não tem definição unânime.
Segundo Perini(1998), é a variação da língua, que está presente de modo uniforme nos textos jornalísticos e técnicos. Bagno (2008) critica a base de padronização, debatendo, que ninguém tem direito de impor suas preferências gramáticas, em grande maioria baseadas em referências ultrapassadas, impostos por uma elite política. Por outro lado segundo Altunes(2007), a língua é construída por o vocabulário da gramatica, e é indispensável o ensino da gramatica nas escolas. Como Bagno (2008) cita:
A gramática normativa estabelece a norma culta, ou seja, o padrão linguístico que é considerado modelar [...]. As línguas que têm forma escrita, como é o caso do português, necessitam da gramática normativa para que se garanta a existência de um padrão linguístico uniforme [...]. (CIPRO Neto & INFANTE, 1997 apud BAGNO, 2004, p. 65)
Porém o ensino da gramática não equivale ao ensino da nomenclatura gramatical, e somente da gramatica normativa fora do contexto sociohistórico. É importante, que a escola ensine a norma padrão respeitando as variedades, e guiando os educandos quanto ao uso da linguagem adequada para cada situação comunicativa.
Bagno (2008) ainda clama por uma reforma da norma-padrão, que esta possa chegar mais perto da realidade brasileira do português aplicado. Mas a questão de que pode servir de referência, e quem tem direito de escolher permanece difícil de responder, e o círculo se fecha. Concordando ou não com as regras a língua ainda é um sistema, que sem regularização não poderia cumprir sua função e acabava num caos absoluto. E óbvio que a língua sofre alterações, e é heterogênea, mas sem ter um padrão é impossível diferenciar as mudanças, ou variações.
A alegoria de Whitney demonstra de forma apta a evolução da língua, comparando com as alterações geológicas. O progresso é gradativo, como a formação das camadas da terra, os novos elementos, que surgem numa língua causada pelas mudanças sucessivas no uso da língua pelos membros da sociedade, pois os mesmos se apoiam nas velhas bases. O processo é lento, pois acontecem alterações rápidas, a função comunicativa não pode ser corrompida, e também leva tempo para uma mudança ganhar a aprovação da sociedade e se firmar como regra. O internetês tem pouco tempo de existência, nem completou nem 20 anos de forma que a conhecemos hoje. Este fator, junto com a falta de consenso da definição da língua padrão dificulta a definição e classificação desta linguagem.
2.1 Problemas no ensino
Por muito tempo o ensino da lingua portuguesa foi marcada pela tradição de conteúdos sistemáticos, ou seja, tudo nas aulas era motivo para o ensino de gramática, muitas vezes até a leitura de poema servia para a análise gramatical, exercícios mecânicos nos quais os alunos apenas copiavam do texto as respostas. Sabe-se que ainda existem escolas com esse método de ensino tradicionalista, também que esta não é a melhor forma de ensino e que dessa maneira não estamos contribuindo para a formação de cidadãos crítico.
Segundo o PCN (2000, p. 18) “o processo de ensino /aprendizagem de língua portuguesa deve basear-se em propostas interativas língua/linguagem, consideradas em um processo discursivo de construção do pensamento simbólico, constitutivo de cada aluno em particular e da sociedade em geral.” Ou seja, o ensino deve ser centrado para a aprendizagem do aluno, para que este possa saber enfrentar situações comunicativas diversas e que participe das aulas de forma efetiva, interagindo com o professor e com o conteúdo, e saiba utilizar fora da escola o que aprendeu nas aulas de língua portuguesa.
Pode-se defender o estudo traz a sua contribuição para o ensino defendendo a prática integracionista e pontuando que o papel da disciplina língua portuguesa é propiciar aos estudantes a capacidade de usar as formas da linguagem em diferentes situações de interação, dando subsídios para que estes compreendam a língua como um de instrumento comunicação, e para que haja efetivamente essa comunicação e necessário saber adequar à linguagem de acordo com a situação comunicativa e ao interlocutor.
Segundo OCEM (2008) as práticas de leitura e escrita na escola devem voltar-se a para a realidade do aluno assim como também promover aos mesmos a inserção efetiva nas novas esferas sociais, as quais irão enfrentar no decorrer de sua vida social, pois assim a leitura e a escrita na sala tornam-se interessante para os discentes, visto que irá tratar de temas conhecido por eles e assim desenvolver o gosto de leitura e escrita, como também promover a interação entre eles dentro da sala de aula.
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