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O LÚDICO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA

Por:   •  20/9/2015  •  Artigo  •  3.180 Palavras (13 Páginas)  •  339 Visualizações

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O LÚDICO NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA

RESUMO

Este trabalho possui como tema “O Lúdico no Processo Ensino-Aprendizagem em Sala de Aula”, com o objetivo de refletir sobre a conscientização da importância do lúdico para o ensino-aprendizagem em sala de aula. As crianças, através dos jogos, são incentivadas a propor ideias, a fazer suposições, a experimentar os conceitos. O lúdico está presente durante todo o tempo do desenvolvimento de uma criança. Assim, incluir atividades como jogos e brincadeiras na escola servem tanto para o desenvolvimento da criança, enquanto indivíduo, como para a construção do conhecimento, processos estes que se relacionam.

        

Palavras-chave: Lúdico. Jogos. Aprendizagem. Interação.

  1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo mostrar aos profissionais da educação a contribuição dos jogos e brincadeiras, e a importância do lúdico num trabalho pedagógico significativo, objetivando a formação de um cidadão capaz de enfrentar desafios, buscar respostas a situações do cotidiano, contribuindo na formação da criança em sua totalidade, percebendo-a nos aspectos físico, social, emocional e cognitivo. Ao observar uma criança jogando, percebe-se o envolvimento, o desafio, a motivação, o prazer em construir conceitos mediante a interação no ato de jogar. Ficando evidente, desta forma, a questão norteadora para a realização dessa pesquisa: Como abordar o lúdico nas atividades pedagógicas, permitindo a construção da aprendizagem de forma prazerosa, possibilitando à criança participar ativamente do processo educativo?

Ressalta-se que jogos e brincadeiras são recursos importantes para o desenvolvimento de habilidades do pensamento, tais como a interpretação, a imaginação, a criatividade, a resolução de problemas diante de situações, aperfeiçoando, dentre outros, o raciocínio lógico. Jogando, a criança aprende a enfrentar situações futuras, construindo sua autonomia.

2 O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM

O jogo como recurso didático possibilita a reconstrução de conceitos. À medida que a criança joga, é capaz de agir e refletir sobre seus atos, com a possibilidade de repensar conhecimentos adquiridos anteriormente. A cada jogada novas situações aparecem, antigas situações ressurgem de formas diferentes. A questão está em descobrir alternativas de solução, servindo de suporte para que a criança atinja níveis cada vez mais complexos.

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la. (KISHIMOTO, 1999, p.36).

Para Delors (2000, p. 97), “A educação deve utilizar duas vias complementares. Num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, e ao longo de toda a vida, a participação em projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos latentes”. Conhecer o contexto cultural onde a criança está inserida é ponto fundamental. Partindo deste princípio, os jogos possibilitam um conhecimento importante quanto às vivências da criança. Observá-la jogando implica em conhecê-la no seu dia-a-dia, sua criatividade, seu poder de argumentação, suas ações, reações e experiências de vida, é visível perceber suas estratégias e dificuldades, onde é possível intervir para que ela avance.

Neste sentido, o ser humano é o único animal cultural. Por suas características próprias ele desenvolve modos de resolver problemas, concepções de mundo, ludicidades, que vão sendo assimiladas pelas novas gerações, seja para facilitar a sobrevivência, para encontrar o sentido das coisas ou mesmo por uma necessidade menos imediata, como é o caso do desenvolvimento do conhecimento através do lúdico. Há necessidade, portanto, de se apropriar da herança cultural.

Com isso, a visão geral sobre a educação no Brasil permite reforçar a reflexão sobre o posicionamento de Delors et al. (2000, p. 89-90) quando apontam os pilares da educação organizados em torno de “quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento”.

  • Aprender a Conhecer – isto é, adquirir os instrumentos de compreensão;
  • Aprender a Fazer – ou seja, para poder agir sobre o meio envolvente;
  • Aprender a Viver em Comum – a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas;
  • Aprender a Ser – é a via essencial que integra as três precedentes.

A educação é um território amplo, que avança ao entendimento das formas sociais de condução e controle. Assim, é possível delinear que os jogos também fazem parte dessa grande proposta que é ensinar-e-aprender em seu todo.

Conforme Piaget (1990, p. 144), “certos jogos não supõem qualquer técnica particular: simples exercícios põem em ação um conjunto variado de condutas, mas sem modificar as respectivas estruturas, tal como se apresentam no estado de adaptação atual”. Os jogos geram sentimentos de prazer, tanto pela ação lúdica em si, quanto pelo domínio destas ações. Eles podem ser usados de modo a incentivar o desenvolvimento da autonomia da criança, pois podem estimular e desenvolver a habilidade da criança pensar de forma independente, contribuindo para o seu processo de construção do conhecimento lógico e matemático, bem como de outros aspectos do desenvolvimento infantil como a socialização.

Segundo Rizzi e Haydt (2001, p.5),

Jogar é uma atividade natural do ser humano. Ao brincar e jogar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo, que coloca na ação seu sentimento e emoção. O jogo, assim como a atividade artística, é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Por isso, partimos do pressuposto de que é brincando e jogando que a criança ordena o mundo à sua volta, assimilando experiências e informações e, sobretudo, incorporando atividades e valores. Portanto, é através do jogo e do brinquedo que ela reproduz e recria o meio circundante.

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