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O PORTFÓLICO DE PEDAGOGIA

Por:   •  21/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  104 Visualizações

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A luta pela educação das crianças pequenas é um tema que vem sendo discutido desde a década de 30, onde aumentou o movimento de integração da mulher ao mercado de trabalho, antes disso o acolhimento das crianças era feito apenas em orfanatos e internatos. Ainda sim as instituições de cuidados das crianças eram basicamente destinadas as crianças de classe social mais desfavorecida, onde não havia a preocupação com a educação das crianças, eram apenas locais que as mães podiam deixar seus filhos enquanto trabalhavam.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve uma consolidação da importância da educação da criança na primeira infância, pois a Constituição trouxe em seu artigo 208  a obrigatoriedade de educação gratuita para crianças dos 4 aos 17 anos, texto este que foi modificado pela Emenda Constitucional 59 de 2009 que modificou o texto para o oferecimento de educação infantil em “I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de zero até três anos de idade; II – pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.

A Constituição Federal de 1988 também fala em seu artigo 6 onde consta o direito à educação no rol dos direitos sociais, com a seguinte redação: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”, e no seu artigo  205, “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Deste Modo podemos perceber que houve uma preocupação do legislador vigente, na questão da educação para as crianças desde o seu nascimento até o término do seu ensino básico.

Contudo ainda hoje podemos perceber que mesmo passado tanto tempo esse objetivo ainda não foi atingindo, principalmente nas comunidades mais carentes da nossa sociedade, onde são encontradas muitas crianças em situação de trabalho infantil e onde a comunidade sofre por falta de infraestrutura escolar, pois muitas vezes não existe uma creche ou pré-escola  que atenda a  comunidade, ou quando existe esta não é suficiente para atender todas as crianças da localidade, e não existe por parte das autoridades locais nenhum plano de ampliação desse espaço escolar ou de transporte para levar essas crianças a uma creche numa comunidade próxima.

        Na década de com a consolidação da Leis trabalhistas o surgimento das creches se deu com o foco no assistencialismo, onde a creche era um espaço onde as mães que precisavam trabalhar deixavam as suas crianças para que elas fossem “olhadas” por alguém. Com o reconhecimento da criança como um sujeito de direitos e com a evolução da legislação voltada para a educação e para a criança, as creches e pré-escolas, que sempre atuaram no âmbito da Assistência Social, começaram a ter um caráter educacional, visto que com a evolução dos estudos no âmbito da educação infantil, percebeu-se a importância da educação logo nos primeiros anos de vida.  

Contudo apesar de hoje as creches e pré-escolas terem um caráter educacional, isso não tirou delas as funções de guarda, cuidado e proteção da criança que continuam sendo importantes, tendo-se em vista o atendimento integral à criança.

O cuidado e proteção com a criança de ser observado respeitando cada fase do seu desenvolvimento, nisto a pedagogia atual fundamenta suas ações baseada na concepção teórica de dois estudiosos, o sociólogo e filósofo suíço Jean Piaget, que desenvolveu seus estudos baseado na gênese do pensamento humano e o psicólogo russo, responsável pela teoria da interação social (interacionista), que priorizava as relações como um recurso para o desenvolvimento cognitivo Lev Vygotsky.

Segundo Piaget, a criança se adapta ao que a cerca esse processo de adaptação ocorre por meio de sub processos: esquemas, que podem ser ações mentais ou físicas, assimilação, onde a criança absorve algum evento ou experiência em algum esquema, acomodação, fase na qual a criança tem a capacidade de modificar o esquema já construído a partir das novas informações absorvidas pela assimilação e equilibração, onde a criança tenta entender o mundo em sua totalidade.

Piaget propõe quatro estágios ou períodos do desenvolvimento da criança: os estágios sensório-motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos), operatório concreto (7 a 11 anos) e operatório formal (12 em diante).

No estágio sensório-motor (0 a 2 anos), os bebês desenvolvem a capacidade de reconhecer a existência de um mundo externo a eles, tendo autonomia para explorá-lo e construir sua própria percepção. Passam a agir não mais apenas por reflexos, mas direcionam seus comportamentos tendo objetivos a alcançar.

No estágio pré-operatório (2 a 7 anos) a criança desenvolve a linguagem. A criança se socializa mais, pois consegue comunicar-se com os demais. Entretanto, ainda é egocêntrico, ou seja, não consegue se colocar abstratamente no ponto de vista de outro indivíduo e considera o mundo a partir da sua perspectiva

No estágio operatório concreto (7 a 11 anos), a criança começa a resolver problemas concretos a partir da lógica, a abstração e o pensamento filosófico ainda estão em desenvolvimento. As regras sociais já estão mais internalizadas, comandadas por um senso de justiça e reciprocidade. Esta é a fase da lógica e da matemática, onde tudo é entendido por meio de regras e padrões, mas também é o momento em que as crianças estão aprendendo a lidar com o pensamento e questões conceituais.

No estágio operatório formal (12 em diante) é onde acontece a abstração, a criança tem a capacidade de desenvolver maiores conhecimentos matemáticos, como compensações complexas, razão proporção, e posteriormente probabilidade e indução de leis ou correlação. A partir daí o adolescente começa a formar opiniões e conceitos sobre temas como sociedade e sua relação como indivíduo. Ao olhar para si e para o mundo a sua volta, questiona estruturas e define seus posicionamentos.

Já Para Vygotsky a aprendizagem ocorre de forma mediada. Ele propõe dois tipos de elementos mediadores, o primeiro compreende ao instrumento que se interpõe entre o homem e o mundo; o segundo diz respeito ao signo, isto é, toda a linguagem é representada por signos, e essa apropriação humana dos mesmos demonstra o seu grau de evolução. Para ele, as formas complexas de pensamento têm suas origens em interações sociais, orientadas por um adulto ou criança mais experiente. Chama isso de mediação ou, aprendizagem mediada, chamando a atenção para o desenvolvimento dos processos mentais superiores.

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