O Processo Histórico da Educação Infantil na Europa e no Brasil
Por: juliasido • 4/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.043 Palavras (9 Páginas) • 489 Visualizações
INTRODUÇÃO
A Educação infantil nunca esteve tanto em destaque, como nas últimas décadas. Apesar de mais de dois séculos de contribuição a este universo, só recentemente a importância do desenvolvimento infantil ocupou sua cadeira como etapa fundamental da vida humana. É já na primeira infância, que o ser se agrega dos valores sociais e familiares, aprende a interagir com o meio e seus semelhantes, descobre e explora a natureza. A escola dos pequenos, nem sempre se configurou como um lugar de desenvolvimento global. Contudo, é somente quando paramos para observar e analisar o passado que encontramos elementos e respostas para o quadro atual da Educação infantil. É a partir desse caráter, de que todas a ações e práticas infantis, devem estar fundamentadas no seu tempo e espaço, que o trabalho aborda primeiramente o contexto histórico da educação infantil, e posteriormente a preocupação com o ato pedagógico que está implícito no brincar infantil.
ETAPA 1
PASSO 4
Título da resenha: “O Processo Histórico da Educação Infantil na Europa e no Brasil”
Livro: Oliveira, Zilma de Moraes Ramos de. Educação infantil: Fundamentos e métodos. 7. Ed- São Paulo: Cortez, 2011. – (Coleção Docência em Formação)
O livro Educação infantil: Fundamentos e Métodos, da autora Zilma de Moraes, faz parte da coleção Docência em Formação, destinada a subsidiar a formação inicial de professores e a formação continuada dos que já se encontram no exercício da docência, é o resultado de reflexões, pesquisas e experiências de vários professores especialistas de todo o Brasil, e tem por objetivo fornecer subsídios formativos levando em consideração as diretrizes curriculares estipuladas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.
O livro em questão apresenta diversos temas ligados a proposta da educação dos pequenos, compreendendo assuntos relacionados a proposta educacionais, práticas e concepções o desenvolvimento humano em diversos aspectos. No entanto, o alvo dessa resenha centra-se nos capítulos 4 e 5, que trata do contexto histórico em que se forma a educação infantil na Europa e Brasil. Em: A Educação Infantil Europeia no século XX, coloca-se todo o processo e contexto histórico em que se situou a Educação dos pequenos, rodeados por grandes guerras e revoluções, além do crescimento e do fortalecimento dos sistemas políticos e econômicos, findando na apresentação com as características atuais que a Educação infantil tem nos países europeus. Paralelo a esse processo, e muitas vezes influenciados pelo mesmo, o Brasil segue por rumos ora semelhante, ora divergentes. Dessa forma, em: Os Primeiros Passos da História da Educação Infantil no Brasil, o que se apresenta é um retrato, ainda que não fiel, conflitante entre os interesses político e as demandas e as necessidades sociais e o amadurecimento ideológico desse nível de ensino.
Submergida por duas grandes guerras a preocupação com a educação e a infância, centrava-se primordialmente nos cuidados com higiene e saúde, dando um caráter assistencialista a educação. Porém nesse período Ovídio Decroly e Maria Montessori promovem grande avanço na sistematização de atividades e na criação e utilização de recursos para educação de crianças pequenas.
O movimento Escola Nova nasce ao final da primeira guerra, no intuito de fomentar o espirito de renovação escolar, na qual o respeito a infância era o ponto chave para a salvação social pela educação. Através da psicologia, Vygotsky, Wallon, Piaget, e até mesmo da psicanalise, fundamenta-se uma nova dimensão da criança, com um olhar mais apurado do desenvolvimento infantil. Freinet, também importante para época traz em seu modo de pensar, a integração das experiências vividas no meio social da criança.
Apesar da grande importância que a educação infantil toma no início e metade do século XX, ela pouco avança devido a questões sociais e políticas. Os Estados Unidos, também passa por períodos de avanços e retrocessos, contudo, a valorização das pesquisas sobre o desenvolvimento infantil e a criação de locais específicos para atendimento, faz surgir grandes embates teóricos sobre o desenvolvimento infantil, mas o grande foco está na aprendizagem e na instalação de programas que visavam suprir a defasagem de crianças das classes menos favorecidas, mas também faz crescer o número de lugares destinados ao atendimento dos pequenos.
É então que na segunda metade do século XX que a educação infantil ganha novo olhar com as contribuições dos Construtivistas que, além da aprendizagem e as críticas as metodologias e finalidades, reforçam e valorizam o desenvolvimento emocional, social e cognitivo. Também, teve grande impacto na educação dos pequenos o desenvolvimento tecnológico, que possibilitou para mulheres de determinadas camadas sociais, a preocupação sobre o desenvolvimento físico e emocional de seus filhos.
No Brasil, o processo histórico da educação infantil se dá quase que similarmente ao do restante do mundo, no entanto, questões sociais e regime político fizeram o país não obter um avanço nesse setor. A princípio, instituições como as creches, asilos ou internatos, funcionavam como um depositário de um problema com o qual o governo não queria lidar. Por essa perspectiva, pode-se ressaltar que até a metade do século XX as mães operarias, não tinham onde deixar seus filhos. Mas desde o final do século XIX, a preocupação estava centrada na saúde e na higiene dos pequenos, visto que a mortalidade infantil era um grande problema na época.
A ideia da implantação do Jardim de Infância apresenta uma dualidade de posições na primeira metade do século. Uma segue a visão escola novista, que afirma sua importância e vantagens para o desenvolvimento infantil. A outra, via com grande receio por ser facilmente relacionada aos asilos franceses, já que naquela época se atribuía a família a culpabilidade de sua descendência, e dessa forma o Estado se mantinha omisso.
O processo de industrialização no brasil e as grandes lutas sociais, por melhor qualidade de vida e trabalho, foram os grandes propulsores da implantação das creches e jardins de infância. Apesar de no ideário social a mãe ser entendida como uma mulher “do lar”, a realidade das camadas populares, tornavam o viver da infância
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