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O Suicídio e a Escola

Por:   •  20/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.808 Palavras (12 Páginas)  •  162 Visualizações

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FUNDAMENTOS SOCIOFILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO

VINICIUS MOTA GONÇALVES

O SUICÍDIO E A ESCOLA

 -- FORTALEZA --

2017

“Eu decidi dar mais uma chance à vida. Desta vez, eu ia pedir ajuda, porque sei que não posso fazer isso sozinha. Sei disso agora.”

- Hannah Baker (Thirteen Reasons Why)

Resumo

Este artigo científico tem como objetivo principal, entender e nortear o papel da escola de ensino fundamental e médio em uma situação em que ocorra ou esteja próximo de ocorrer um caso de suicídio. Suicídio é um assunto bastante polêmico, mas abafado que rodeia a nossa sociedade, e com dados bastante estabelecidos por grandes fontes, este artigo demonstra que a escola possui parcela, não só de culpa, mas de grande peso na vida de um aluno que se suicida, visto que em maioria, os estudantes passam a maior parte do tempo dentro de uma escola. Também foi usado o método de comparação com uma série de streaming chamada Thirteen reasons why (Os 13 porquês), que aborda o tema suicídio com muito afinco, e facilita a compreenção e as possibilidades deste artigo.

Introdução

        Durante muito tempo, falar sobre suicídio tem sido um tabu na nossa sociedade. Um problema que é tão alarmante, é esquecido e encoberto para que as pessoas não questionem, não opinem e/ou discutam sobre o tema. Mas é chegado um momento que é necessário colocar tão assunto em cheque e mostrar que sim existe um problema e que esse problema tem que ser resolvido.

        E quando esse problema está dentro de nossas escolas? Quais deveriam ser as posições tomadas por professores e funcionários? O que os nossos alunos têm em mente sobre esse assunto? Quantos deles passam por isso todo dia?

        São questões que parecem não ter uma resposta concreta, mas elas existem, e devem serdebatidas. Para isso este artigo, pretende apresentar a curva que liga esses pontos e tentar encontrar uma solução para que este problema possa ao menos ser pensado e debatido.

        Já existem grandes discussões rodeando as redes sociais, a cada dia novas séries são lançadas na televisão e internet e novas formas de tratar o assunto aparecem, e quais são os pontos posivitivos destas coisas, a visibilidade principalmente. Mesmo que pequena ainda existe visibilidade na relação suicídio/escola e a mesma deve sempre ser debatida.

  1. Suicídio

        Número de suicídios aumentou 12% no Brasil entre 2011 e 2015, mostra Ministério da Saúde, um dado deveras alarmante que rodeia a realidade do nosso país. O levantamento apresenta que em 2011 foram cerca de 10.490 mortes: 5,3 a cada 100 mil habitantes. Já em 2015 o número chegou a 11.736: 5,7 a cada 100 mil.

        Mas do que se trata suicídio? Por que estes números tão altos são a realidade do nosso país? São perguntas difíceis de responder, ou talvez existam respostas bastante palpáveis, mas encobertas, para que questão de saúde publica, ou até mesmo politicas, sejam vistas com outros olhos, e que esses problemas não sejam lembrados todos os dias.

        A palavra “suicídio” foi inventada em 1737 por Desfontaines, e segundo dicionários, suicídio ou autocídio é o ato intencional de matar a si mesmo. Existem inúmeras causas para o mesmo, como por exemplo, transtorno mental e/ou psicológico, que pode incluir depressão, bipolaridade, alcoolismo e consumo de drogas.

        Existem varias interpretações sobre o suicídio, e o mesmo pode ser estudado por amplos pontos de vista culturais, sejam eles, religiosos, que dizem que o mesmo é um pecado sem volta, filosóficos, que acreditam que a morte pode ser apenas o inicio de algo novo, psicológicos, que entendem que o suicídio vem carregado de diversos outros problemas que uma pessoa passa, entre outros. Porém a discussão sobre o suicídio recebe bem menos atenção, em questão de saúde publica, do que de fato mereceria receber, o que torna o assunto um grande tabu social e muitas vezes intocável dentro de salas de aula e casas de famílias.

        A ação de se suicidar, para muitos dos que tentam, tem como pressuposto de que a morte seria um refúgio para o sofrimento, seja qualquer a sua natureza, e também um fim de tudo, um mergulho no inesperado ou no encerramento de toda a dor. E as formas com que são executados, podem variar, dependendo da vítima, e do estado de espírito em que a pessoa se encontra. Segundo pesquisas, os homens, geralmente escolhem atos mais agressivos, como tiros, saltos e enforcamentos. Já as mulheres, em geral tendem a escolher opções mais brandas, como envenenamento ou intoxicação a partir de remédios.

        Existem também, alguns casos de suicídios que estão ligados á outros problemas sociais, como por exemplo, ao racismo, a orientação sexual, as condições financeiras, a vida acadêmica, entre outros, que tornam o assunto muito mais complexo e abrangente. Estes sinais podem ser enxergados principalmente através da fala da pessoa, frases como “- Minha vida não tem mais sentido”, ou “não tenho mais motivos pra estar aqui”, são bastante comuns em pessoas que possuem intenção de cometer o ato do suicídio.“O suicídio é um assunto complexo. Normalmente, não existe uma razão única que faz alguém decidir se matar. E o suicídio Juvenil é ainda menos estudado e compreendido” Ruth Sunderland, diretora do ramo britânico da ONG Samaritano.

        Outros dados assombrosos divulgados pela Organização Mundial da Saúde – OMS, mostram que 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano, e o pior é que para cada caso que chega ao trágico fim, existem pelo menos 20 outras tentativas sem sucesso.

  1. O suicídio e o Jovem estudante.

        Ser jovem é bastante prazeroso para muitos, aproveitar a vitalidade que esta fase proporciona. As alegrias e badalações que cercam os mesmos, entre outras coisas, mas também existem grandes casos de jovens passam por problemas muito complicados e internos. A adolescência, para muitos, vem pro mal, tornam os nossos jovens pessoas presas a sentimentos ruins e a sensações de vazio e desespero. Estas causas levam os jovens a cometerem suicídio, que segundo a OMS, é a segunda maior causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos, ficando atrás apenas das causas de Trânsito.

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