O autismo e o ingressar na escola
Por: Pedrohor • 12/10/2015 • Artigo • 2.861 Palavras (12 Páginas) • 503 Visualizações
O autismo e o ingressar na escola
Marcela Cristina Chagas Moreira
Professor/Orientador:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Grupo Uniasselvi
Resumo
Autismo, um desvio comportamental caracterizado por Kanner como Distúrbios do Contato Afetivo – Síndrome Única. Suas causas ainda são desconhecidas, porém, os pesquisadores seguem as teorias de que o autismo tem sua causa pela psicogenética, onde os fatores familiares contribuem para desencadeá-lo e as alterações neuroanatômicas, por causa do contato com as altas taxas de testosterona durante o período pré-natal. Para os pesquisadores o autismo se manifesta nos três domínios da criança: na área social, na linguagem, na comunicação, no pensamento e no comportamento, no entanto a intensidade e a qualidade do mesmo são bastante variáveis. Os autistas mantém um transtorno do desenvolvimento, contudo, as práticas escolares propiciam a superação dessas dificuldades iniciais e o desenvolvimento de competências sociocognitivas dessas crianças.
Palavras-chaves: Autismo. Desenvolvimento. Comunicação. Socialização.
Introdução
A sociedade atual é regida de padrões pré-estabelecidos, onde todos devem seguir os mesmos padrões e neles não pode haver diferença, pois havendo é imediatamente excluído. Por mais que esse paradigma esteja sendo quebrado ainda há uma forte resistência de alguns educadores.
Infelizmente essa ainda é a realidade que uma criança autista se depara com sua família ao procurar apoio na área da educação.
Com o avanço metodológicos dos estudos foi capaz de representar os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) onde estão agrupados os indivíduos que apresentam afetadas alguma parte do desenvolvimento, nesse grupo também está agrupado o autismo.
A realidade é que muitos educadores ainda nem sabem como lidar com tal especialidade, com isso faz-se de suma importância uma abordagem acerca do autismo para melhor compreende-lo e assim também conhecer melhor a intervenção educacional.
Segundo Leo Kanner (1943 apud Belisário Filho, 2010, p. 8)
Desde 1938, chamaram-nos a atenção várias crianças cujo quadro difere tanto e tão peculiarmente de qualquer outro tipo conhecido até o momento que cada caso merece – e espero que venha a receber com o tempo – uma consideração detalhada de suas particularidades fascinantes.
Objetivo
O presente trabalho visa conhecer as diversas especificidades do autismo e as intervenções pedagógicas.
Objetiva-se compreender o percurso histórico desse transtorno e como é realizado o diagnóstico.
Justificativa
A pesquisa se justifica por perceber que alguns educadores ainda se mantêm com certa rigidez na quebra do paradigma em relação ao autismo. As formas de abordagens educativas para crianças autistas ainda traz certa dificuldades para alguns educadores.
Procedimento metodológico
O presente estudo foi realizado por meio da pesquisa bibliográfica referente ao tema proposto, utilizando-se de livros.
Fundamentação Teórica
O termo autismo surgiu a mais de um século. “O termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, por Bleuler, para designar a perda de contato com a realidade e consequentemente dificuldade ou impossibilidade de comunicação”. (BELISÁRIO FILHO, 2010, p. 8).
Em 1943 Leo Kanner em sua obra intitulada “Os transtornos autistas do contato afetivo” dá a definição e as primeiras descrições do autismo, como as relações sociais e afetivas, onde a criança impede o contato exterior, como o contato físico ou ruídos; a comunicação e a linguagem são ausentes; a relação com as mudanças no ambiente e a rotina, a criança “é governada por um desejo ansiosamente obsessivo por manter a igualdade, que ninguém, a não ser a própria criança, pode romper em raras ocasiões”; a memória é surpreendente, pois muitos autistas conseguem memorizar uma extensa quantidade de material; a hipersensibilidade a estímulos. Essa obra foi realizada a partir de um estudo realizado com onze crianças. (LEO KANNER, 1943 apud BELISÁRIO FILHO, 2010, p. 9).
Leo Kanner não foi o único a se interessar pelos estudos com crianças autistas, o médico Hans Asperger também se interessou e fez um estudo com crianças na Clínica Pediátrica Universitária de Viena e a publicação do seu trabalho aconteceu em alemão em 1944. Contudo, seus estudos só foram similares ao de Leo Kanner e m 1983, as Síndromes de Asperger passa a ser considerado como termo Distúrbio Abrangente do desenvolvimento.
Os estudos realizados por Leo Kanner e Hans Asperger apresentam algumas semelhanças e diferenças.
De acordo com Belisário Filho (2010, p. 10) “no que tange às diferenças, cabe ressaltar que Asperger preocupava-se com o aspecto educacional dessas crianças, preocupação que não era pauta nos estudos de Kanner”.
Para Bosa (2002), as crianças autistas são aquelas que não têm adaptação e não estabelecem relações normais com outros indivíduos, elas também apresentam atraso na aquisição da linguagem e só se desenvolve. Os autistas apresentam gestos iguais, sentem a necessidade da imutação, contudo, são crianças inteligentes e possui aparência física totalmente normal.
Em seu estudo com crianças Leo Kanner procurou individualizar os tipos de debilidade, reunindo assim sinais clínicos específicos do autismo que estavam relacionados à inaptidão de manter relações normais com outras pessoas e de reagir normalmente desde os primeiros dias de vida. Bosa (2002) afirma que nessa época o termo autismo já era definido.
Esse termo na verdade, deriva do grego (autos = si mesmo + ismo = disposição/orientação) e foi tomado emprestado de Bleuler (o qual, por sua vez, subtraiu o “eros” da expressão autoerotismus, cunhada por Ellis, para descrever os sintomas fundamentais da esquizofrenia.(BOSA,2002,p.26).
Nota-se que Leo Kanner mostrava em seu estudo a importância atribuída ao afastamento social das crianças autistas. Nas observações de Leo Kanner quanto o autismo nos esquizofrênicos
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