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O processo de ensino e aprendizagem: ENTRAVES,HERANÇAS SOCIAIS,HITÓRICAS E PSICOLÓGICAS

Por:   •  19/6/2015  •  Resenha  •  1.882 Palavras (8 Páginas)  •  301 Visualizações

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FACULDADE DO NORTE DO PARANÁ

MESTRADO EM EDUCA.....

KÁTIA (NOME COMPLETO)

O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM: ENTRAVES,HERANÇAS SOCIAIS,HITÓRICAS E PSICOLÓGICAS

SÃO LUIS

2015

FACCI,Marilda Gonçalves Dias et al. Psicologia histórico-cultural e avaliação psicológica: o processo ensino aprendizagem em questãoPsicol. esc. educ., Dez 2007, vol.11, no.2, p.323-338. ISSN 1413-8557.

O conhecimento sem dúvidas é, e sempre foi, a chave para o desenvolvimento de uma sociedade humana global.A busca pela definição do saber em seu âmbito teórico e prático ocupa o centro das grandes discussões nas convergências de diversas ciências que tem como objeto o indivíduo em seu processo de socialização.

É possível explicar essa preocupação em delimitar e expandir progressivamente o conhecimento e seus métodos de entendimento, em todos os seus  aspectos, através de uma breve análise histórico-sócio-política das mais marcantes sociedades, que em suma, compartilham um anseio de facilitar a relação: saber teórico e aprendizagem.

É evidente que entre essas esferas bipolares  do conhecimento existe um hiato que muitas vezes é difícil de ser contornado. Nesta análise,a obra destaca o processo de ensino aprendizagem pondo em voga,prima facie,as várias interpretações doutrinárias a respeito das dificuldades de aprendizado por intermédio dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural.

No primeiro momento do texto, as autoras partem a discutir, nos moldes propostos das lições de Vigotski e Piaget,por exemplo, quais as possíveis causas da não-aprendizagem das crianças.Por meio de dados oficiais, fica claro que a taxa de repetência dos alunos do ensino fundamental,no Brasil,na primeira década do ano 2000, chega a razões de 4 reprovados para cada 5 alunos.

Logo após esta constatação, as autoras fundamentam a importância do aprendizado, vislumbrando os propósitos dos principais agentes desse sistema de ensino-aprendizagem que,basicamente se resume em duas esferas, tendo como ponto de partida, o aluno:o meio exterior e o interior.

A primeira é definida como: a escola, o mediador(professor), a família, e as relações de dominação da realidade vivente que fomentam o próprio método de ensino.A segunda, fica delimitada, no primeiro momento, no âmbito do desenvolvimento(amadurecimento) do sistema nervoso, acepção admitida por Piaget(viés tipicamente biológico), e num segundo momento, como admite Vigotski, uma interrelação entre o desenvolvimento psíquico concorrente às condições históricas-sócio-políticas em que o aluno se desenvolve.

A partir daqui, as pesquisadoras, a priori, compartilhando da perspectiva de Vigostski,partem para entender esse fenômeno(fracasso escolar),transbordando o limite cotidiano da escola, buscando compreender a totalidade do processo educacional, e em linhas gerais, estabelecendo a relação escola e processo histórico da sociedade capitalista. Para isso,elas desenvolvem o estudo bibliográfico perpassando os campos da Psicologia, História e Sociologia que fomentou a aplicação de questionários.

O texto em análise apresenta um discurso objetivo e claramante delimitado.As autoras seccionam o estudo do fracasso escolar em três grandes áreas: uma introdução em que elas constroem uma discussão teórica que é fundamental para o entendimento da proposta, que por sua vez é dividida em momentos de constatações e consideração do problema,perspectiva doutrinária das mais relevantes lições, a constatação das faces do problema após comparação com a doutrina,e por fim, ainda na introdução, com o foco narrativo tipicamente analítico, controem um encadeamento progressivo das conclusões parciais, semelhantes à construção lógico dogmática.

A segunda grande área, é a metodologia utilizada nos questionários que foram aplicados, confrontando a teoria estudada vis-à-vis a realidade do objeto recortado e as discussões que dele,foram levantadas.Necessariamente,elas admitem uma postura mais inclinada ao protagonismo, tendo em vista que são as pesquisadoras.O texto reflete essa característica do narrador de primeira pessoa,no limiar das páginas 6 e 7.

Por fim, o terceiro grande domínio compreende a discussão dos resultados obtidos com a pesquisa de campo,e suas respectivas conclusões, cujo título definem em Considerações Finais,claramente identificáveis desde as lauda décima segunda até a décima quarta que encerram o estudo.

Um dos maiores esquívocos que alguns pesquisadores da área podem cometer, de acordo com a razão das autoras, é limitar a justificativa do insucesso na escola, ao indivíduo.Segundo elas,exite uma relação direta entre o fracasso da escola e fracasso da sociedade capitalista.

A propósito, o fracasso escolar é tão somente um indicador da crise desta sociedade de classes.Consequentemente, se a escola vai mal, a crise se torna institucional.Desta maneira, no texto, as autoras deixam “tangível” uma relação singela que para superar o fracasso escolar e seus efeitos é necessário superar os entendimentos compartilhados pela escola e pela sociedade.Inexoravelmente, superar os conceitos e os paradigmas que assumem diversas vezes papel de entrave, é superar o próprio sistema capitalista.

Transbordando as delimitações da escola, as autoras desenvolvem a argumentação que reflete a importância da Psicologia, que através da psicometria, avalia e afere principalmente os estágios de desenvolvimento e aprendizagem humana. Em outros termos é o teste mais usado para medir o grau de inteligência.

Trazido por Facci e Roma, fica evidenciado por suas pesquisas que uma pequena parcela de artigos científicos se relacionava à questão da avalização psicopedagógica, e da avaliação psicológica.Este fato constatado reflete que as queixas escolares têm sido pouco investigadas à fundo, tendo em vista que o teste psicométrico foca numa aferição da inteligência e exclui de seu horizonte as circunstâncias,ou o meio exterior, ou até mesmo as desigualdades sociais e culturais existentes do próprio capitalismo.

Essa padronização dos testes psicológicos é, em suma, de acordo com Machado, autor trazido por elas,equívoco, pois nossas relações são construídas dentro da sociedade. E nela, o desenvolvimento das funções psicológicas e da aprendizagem dos conteúdos é dinâmico e faz parte de um processo social maior.

Desta forma a proposta de intervenção dada pelas pesquisadoras é uma avaliação psicológica que analise não somente os níveis de desenvolvimento do sistema nervoso, mas bem como as relações estabelecidas na escola, envolvendo os professores, as famílias, a equipe pedagógica e o envolvimento do próprio aluno, na tentativa de superar essas dificuldades.

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