TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Por:   •  8/11/2018  •  Artigo  •  2.645 Palavras (11 Páginas)  •  369 Visualizações

Página 1 de 11

DESAFIOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

 Solange Gabriel[1]

João carlos dos Santos[2]

Juliana de Oliveira[3]

Gilmar Mendes dos Santo[4]

RESUMO

Este trabalho tem o propósito de provocar debates entre professores indígenas, através da  análise da educação escolar indígena, a repensar as suas relações com a escola indígena, sugerindo algumas linhas de ação. No primeiro item é discutido o contexto político educacional onde se move o debate da educação escolar indígena e no segundo desafios de mudança no aparato institucional responsável pela educação escolar indígena e os desafios que devem ser considerados na definição de uma política pública para os povos indígenas em nível de estado e país observando que a proposta curricular e as práticas pedagógicas precisam ser construídas de diferentes maneiras, respeitando às necessidades locais e aos anseios de cada etnia e observando as variadas maneiras de pensar e de educar.

Palavras-chave: Desafios; Complexidade; Mudanças e Superação.

1- INTRODUÇÃO

O amplo campo da diversidade sociocultural no país, submetido historicamente a, geradoras de desigualdades e injustiças sociais, criando-se novas agendas, desafios, compromissos e debates. Os desafios postos pela educação escolar indígena, que compreende as complexas demandas implicam no reconhecimento da diversidade de mais de 225 povos e da sua busca por autodeterminação. Nos últimos anos os povos indígenas conseguiram alcançar o maior prestígio no contexto educacional brasileiro. Ao acompanhar toda a trajetória histórica educacional das escolas indígenas, percebe-se que esta modalidade de ensino tem seu apoio inicial na Constituição Federal de 1988 e também nos importantes documentos oficiais posteriores elaborados, especificamente são: as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígenas, Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (1998), os Referenciais para Formação de Professores Indígenas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394 de 1996 e o Plano Nacional de Educação (2010). Pois, a educação indígena tem uma legislação específica e bastante ampla.

Segundo Souza (2015), a respeito das leis que cercam a educação indígena, ele expõe:

Podemos descrever a educação escolar indígena a partir de dois pontos distintos: antes e após a Constituição Federal de 1988. A legislação, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, favoreceu as especificidades próprias da escola indígena levando a sociedade ao conhecimento de todo o contexto que envolve a educação escolar indígena.[5]

Estão sendo enfrentados pelas políticas de formação de professores indígenas focadas nas licenciaturas e no magistério intercultural, de produção de materiais didáticos e paradidáticos específicos, de ampliação da oferta de educação básica nas escolas indígenas e de fortalecimento da interlocução institucionalizada e informada de representantes indígenas com os gestores e dirigentes do MEC e dos sistemas de ensino. A extensão desses direitos no campo educacional gerou a possibilidade de os povos indígenas se apropriarem da instituição escola, atribuindo-lhe identidade e função peculiares. Nesse processo, devorador de identidades, passa a ser reivindicado pelas comunidades indígenas um espaço de construção de relações Inter-societárias baseadas na interculturalidade e na autonomia política.

Conforme o PPP da Escola Indígena Pinhalzinho: A Escola Indígena de Ensino Fundamental Pinhalzinho localizada no município de Ipuaçu - SC foi criada pela Portaria 421/93 como escola Isolada Pinhalzinho e modificadas pelo Parecer nº 464/93 da Escola Isolada Pinhalzinho foi transformada em Escola Indígena Estadual Pinhalzinho para o funcionamento de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, pela Portaria 060/97 de 23/03/97 e Parecer nº 7034/97 a Escola Indígena Estadual Pinhalzinho foi transformada em Grupo Escolar Pinhalzinho, pela Portaria 2894/SED e pelo Decreto nº 2.324 de 21/10/97, publicado no D.O. nº 15.786 de 21/10/97, o Grupo Escolar Pinhalzinho foi transferido da rede Estadual para a rede Municipal de Ensino, com o nome de Escola Reunida Pinhalzinho. Pelo Decreto 056 de 26/02/99, publicado no D.O. nº 16.144, referente à estadualização, passa a pertencer à rede Estadual de ensino denominando-se Escola Indígena de Ensino Fundamental Pinhalzinho, pela Portaria E/47 de 25/11/2009 autoriza o Funcionamento Séries Finais do Ensino Fundamental, a partir de 2010, através do Parecer nº 990, da Secretaria do Estado da Educação, aprovado em 18/11/2009.

Desde a sua criação as escolas indígenas bem como a escola Pinhalzinho sofrem vários processos de mudanças com sérios desafios a serem superados na política institucional e demandas locais que mudam constantemente criando gargalos internos e externos interferindo na qualidade do ensino. Diante dessa complexidade as escolas indígenas vêm tentando trabalhar de forma diferenciada, democrática sempre aberta a comunidade, onde todos que têm relação com ela têm voz e vez, assim criando um espaço específico e diferenciado, bilíngue, formada por sujeitos capazes de defender seus direitos e dando continuidade na cultura de seu povo em conformidade com a educação da legislação vigente.

2 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Diante da complexidade do ensino, busca-se uma educação indígena chamada diferenciada pautada da Proposta Curricular Para as escolas Indígenas (RCNEI). De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2013), busca   garantir uma educação de qualidade. Sabendo que estas diretrizes norteadoras estão implícitas, mas nos sãos impostas currículos que não correspondem com a realidade de nossa escola. Um dos principais desafios é fazer valer a proposta curricular para as escolas indígenas com um currículo diferenciado, calendário escolar diferenciado, uma educação de qualidade, fortalecendo a cultura local no conhecimento empírico do mesmo modo o conhecimento científico para que os nossos educandos possam fortalecer a sua própria identidade indígena kaingang e  estar preparados para competir de igual para igual no mercado de trabalho das culturas não indígenas.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (19 Kb)   pdf (211 Kb)   docx (19.7 Kb)  
Continuar por mais 10 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com