OS RECURSOS COMPUTACIONAIS E SUAS POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO NO ENSINO SEGUNDO AS ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Por: Natalli Guimarães • 4/3/2017 • Artigo • 1.047 Palavras (5 Páginas) • 427 Visualizações
OS RECURSOS COMPUTACIONAIS E SUAS POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO NO ENSINO SEGUNDO AS ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
RESUMO:
O artigo faz uma retrospectiva sobre as abordagens Behaviorista, Construtivista-Interacionista e Sócio-Interacionista e suas influências no processo de ensino-aprendizagem. Ao descrever tais idéias, iremos confrontá-las com as possibilidades de uso que os recursos computacionais, compreendidos através de uma interpretação psicológica e educativa, nos oferecem, hoje, numa escala social mais geral e transpô-las para o âmbito escolar, como recurso a ser usado no processo de ensino-aprendizagem, procurando traçar o modelo ideal a ser utilizado nas escolas.
Introdução
A questão da introdução e de diferentes usos dos recursos computacionais no ensino formal é um assunto bastante polêmico na área da educação. Autores argumentam a favor ou contra seu uso baseando-se em aspectos sociais [OWSTON, 1997; O’MALLEY, 1995], político-educacionais [PRETTO, 1996; SHOTSBERGER, 1994] e didático-pedagógicos [BOURNE et al, 1997; PERAYA, 1995; MORAN, 1997; JAFFEE, 1994] de situações de ensino específicas, pontuais com análise de softwares, avaliação de uso de sequências didáticas envolvendo software educacional, internet, planilhas etc. Entretanto, os pontos de vista das teorias de ensino-aprendizagem, da aprendizagem do aluno em si, parece-nos pouco explorados e talvez sejam estes aspectos fundamentais na compreensão sobre como os recursos computacionais podem auxiliar a educação na escola. Compreender como aluno aprende e que aspectos desta aprendizagem podem potencialmente ser explorados pelos recursos computacionais, a nosso ver, são passos iniciais na implementação de qualidade de práticas de ensino envolvendo a informática na educação.
No esforço de contribuir para este esclarecimento, este artigo discutirá a relação entre as abordagens de ensino-aprendizagem dos pontos de vista educacional e cognitivo conhecidas hoje e as possibilidades que cada uma parece oferecer para a implementação dos recursos computacionais na educação.
Iniciamos fazendo uma retrospectiva histórica sobre alguns movimentos da psicologia da educação e suas influências no ensino das escolas a partir das abordagens Behavioristas, Construtivista-Interacionista e Sócio-Interacionista. Em cada uma dessas tendências, descreveremos as idéias de seus principais representantes: Skinner, Piaget e Vygotsky.
Ao descrever tais idéias, iremos confrontá-las com as possibilidades de uso que os recursos computacionais, hoje, compreendidos através de uma interpretação psicológica e educativa, nos oferecem numa escala social mais geral e transpô-la para o âmbito escolar, como recurso a ser usado no processo de ensino-aprendizagem.
A seguir, discutiremos aspectos como: relação aluno-objeto do conhecimento a ser aprendido, relação aluno-aluno, relação aluno-professor (contrato didático), aluno-professor-material didático, autonomia do aluno (formas de aprender, seleção do conteúdo, tempo empregado nas tarefas), controle do processo de ensino-aprendizagem por parte do professor, avaliação de aprendizagem, aspectos didáticos (pesquisa, troca e busca de informações, acúmulo de informações, compreensão, simulações etc.). Finalmente, buscaremos identificar e justificar o modelo educativo que mais se beneficia do uso de recursos computacionais.
2 - Abordagens Teóricas de Ensino-Aprendizagem
2.1 - Behaviorismo (Condutivismo)
Iniciaremos nossa história no final dos anos 50, quando o professor B. F. Skinner, de Harvard, propôs uma máquina para ensinar [Skinner 53]. Skinner é atualmente apontado como o principal expoente de um grupo de pesquisadores que constituíram o modelo pedagógico que ficou conhecido como condutivismo ou behaviorismo, consolidado a partir de 1930 [POZO 98], onde acreditava-se que o processo de aprendizagem era fruto de memorizações provenientes de repetições de ações realizadas pelos estudantes.
Segundo este modelo, o aluno é "ensinado" na medida em que é induzido a se engajar em novas formas de comportamento e em formas específicas em situações específicas. Ensinar significa transmitir conhecimento.
Com base nesse modelo de aprendizagem, Skinner projetou sua máquina de ensinar, onde o material a ser ensinado (fatos ou conceitos) eram divididos em módulos seqüenciais,
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