Recursos de Simulação Computacionais como Prática PEDAGÓGICA no Ensino e Aprendizagem dAS ENGENHARIAS
Por: Fagner Neckel • 6/3/2019 • Artigo • 3.239 Palavras (13 Páginas) • 232 Visualizações
Recuros de simulação computacionais como prática PEDAGÓGICA no ensino e aprendizagem dAS ENGENHARIAS
Eixo – Educação, Tecnologia e Comunicação
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
O presente trabalho apropria-se da tecnologia a serviço do ensino visto que para Vigostsky (2007) toda aprendizagem é um processo mediado, buscou-se favorecer para os alunos do curso de Engenharia, na disciplina de Física Eletricidade e Magnetismo, a possibilidade de desenvolver autonomia e interdependência quanto ao conhecimento sobre Eletromagnetismo e suas aplicações fundamentadas em conjunto com as tecnologias de simulação computacional. A prática deste relato condiz com Freire (2014), ele alerta sobre a ‘Educação Bancária’, ou seja: uma prática tradicional a qual apenas faz depósitos de conteúdo, bem como faz adequação de uma metodologia para os alunos da geração Z (Fava, 2014) nascidos da década de 90 até os anos 2000, em contraponto com o que é ensinado e como se ensina a física do Eletromagnetismo tradicionalmente nos cursos de graduação em Engenharia. Propõe-se modelos de aulas mais dinamizadas, provocativas, inspiradoras, que possibilitem a construção do conhecimento de forma colaborativa e crítica. Este relato caracteriza-se como pesquisa qualitativa enquanto se faz como observacional. Espera-se potencializar o conhecimento histórico do Eletromagnetismo bem como instigar o desenvolvimento crítico acerca do uso de simuladores nas Engenharias e a capacidade de realização de um relatório experimental computacional satisfatoriamente fundamentado.
Palavras-chave: Tecnologias Educacionais, Metodologias de Ensino, Engenharia
Introdução
É evidente, da arte rupestre até a atual velocidade de transmissão de Exabytes[1] com o uso da rede mundial de computadores tem-se verificado diferentes culturas e consequentemente novas oportunidades para a inovação da prática pedagógica.
Neste mundo binário é possível elaborar práticas que integram a vida cotidiana dos alunos como um ponto de partida, correlacionar metodologias cada vez mais contemporâneas à realidade da sala de aula. Entende-se a necessidade de repensar o papel do professor e as competências necessárias frente à demanda de novos perfis a fim de não excluir da prática pedagógica as inovações da sociedade (HERNÁNDEZ et al, 2000).
Trazer o protagonismo ao aluno fornecendo subsídios para que assuma o controle do aprendizado excluindo o centrismo docente que numa prática tradicional apenas faz depósitos de conteúdo significa distanciar do que Freire (2014) nomeou como educação bancária. Neste contexto, agregar valores significativos à aprendizagem no contexto contemporâneo pressupõe que o professor, detentor de um conhecimento, orienta o aluno a atingir competências e habilidades com autonomia e autoria.
Diante a potencialidade dos recursos computacionais e a busca pela máxima competência e habilidade, observa-se grandes oportunidades pedagógicas relacionadas aos recursos visuais pelo uso de mídias e aplicativos no processo de ensino e aprendizagem. A integração tecnológica e a mudança de estrutura de sala de aula estão em função da potencialidade que os simuladores computacionais fornecem.
Simuladores e demais aplicativos favorecem a visualização dos fenômenos físicos ao mesmo tempo que podem ser relacionados com os modelos matemáticos, o que deduz-se eficiente. Chama a atenção dos alunos e mostra que a física de Engenharias está além de cálculos matemáticos desconexos com a realidade presenciada.
A abordagem visual, dinâmica e interativa acerca do conteúdo sobre Eletromagnetismo[2] pode ser feita por meio de modelagem computacional em mescla a um conjunto de pressupostos teóricos e práticos, visto que os simuladores permitem que dinamizemos situações conceituais e demais aplicações.
Potencializar o conhecimento histórico do Eletromagnetismo bem como instigar o desenvolvimento crítico acerca do uso de simuladores nas Engenharias são pontos de partida para a convergência tecnológica e a mudança de postura do docente. Busca-se por intermédio do uso de simuladores oportunizar maneiras diferentes sobre o entendimento e aplicabilidade do conteúdo Eletromagnetismo no ensino das Engenharias, bem como desenvolver da capacidade de argumentação ao realizar um relatório experimental computacional.
Um exemplo de repositório de objetos de aprendizagem familiar e que contém vários aplicativos e simuladores, nas mais variadas áreas do conhecimento, é o projeto PhET Simulações Interativas da Universidade de Colorado/US. Este repositório contém simulações interativas gratuitas de matemática e ciências. O desenvolvimento dos simuladores faz parte de uma extensa pesquisa em Educação que tem proporcionado um ambiente intuitivo, colaborativo e adaptativo. Busca-se ensinar diversos conceitos sobre física, química e matemática através da exploração e da descoberta.
Cabe ressaltar que a maioria dos softwares de simulação do repositório phet.colorado abrem diretamente dos navegadores de internet utilizando a linguagem HTML5[3], há outros simuladores que quando selecionados automaticamente iniciam o download de um instalador, sendo que estes softwares se apropriam da linguagem JAVA[4].
Para a presente pesquisa faz-se uso dos simuladores vinculados aos conceitos sobre Eletromagnetismo, conteúdos da disciplina de Física Eletricidade e Magnetismo para os cursos de graduação em Engenharia Produção, Engenharia Química, Engenharia Mecânica e Engenharia de Controle e Automação.
Simulação Computacional como Instrumento de Ensino e Aprendizagem nas Engenharias
A utilização de simuladores, aplicativos e demais mídias digitais, facilitadas pelos avanços tecnológicos, podem potencializar a prática para uma mediação pedagógica e cada vez mais tecnológica. Novas formas de agir, interagir, relacionar e de fomentar a visualização dos fenômenos naturais ganham importante aliado ao mesclar os recursos computacionais de simulação.
Oportunizar o relacionamento dos alunos para com os recursos computacionais instiga a aplicabilidade das tecnologias à sala de aula, no entendimento que estas podem melhorar a visualização e a aplicabilidade dos fenômenos, e também auxiliam o desenvolvimento de um maior letramento e apropriação tanto de conceitos físicos bem como da própria tecnologia.
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