Os Fundamentos e Metodologia
Por: Silvia Sant'Ana • 18/4/2018 • Relatório de pesquisa • 1.325 Palavras (6 Páginas) • 402 Visualizações
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Curso: Pedagogia – Modalidade Educação a Distância
Disciplina: Língua Portuguesa – Fundamentos e Metodologia II
Profº Fernando Curtti
Trabalho Semestral
Nome: Silvia Cristina de Sant’Ana Código: 20145423 Polo: RP/Boa Vista.
1 - De que maneira o contato com os novos gêneros digitais pode ajudar os alunos nas práticas de produção textual?
A internet teve um impacto no processo de mudança das formas de comunicação da sociedade atual, influenciando a linguagem empregada nessa forma de comunicação. As práticas comunicativas que aparecem na internet, as comunicações realizadas por meio de e-mails, blogs, mensagens em redes sociais, nos mostram a existência de novas práticas de linguagem e o surgimento de novos gêneros textuais. Os novos recursos da internet, blogs, redes sociais, e e-mails tem afetado a maneira pela qual os alunos interpretam os textos que ali são publicados, as mensagens que usualmente recebem. Da mesma forma, a leitura realizada por esses alunos em blogs e redes sociais tem influenciado o modo com que, posteriormente, constroem os textos, sejam esses textos, os próprios textos desses ambientes virtuais, sejam os textos mais formais, os pedidos em sala de aula, tal como a redação. Os novos ambientes propiciados pela internet colocam os alunos em contato com vários textos ao mesmo tempo. A Internet, utilizada como recurso pedagógico, possibilita uma nova prática de produção textual em que os alunos passam a desenvolver melhor uma atitude crítica em relação aos seus próprios textos e os dos demais colegas. Um exemplo é o blog como forma de possibilitar o aluno a desenvolver-se em sua linguagem por meio da escrita colaborativa, visto que os jovens se interessam em expor fatos de seu cotidiano, pensamentos, observações e opiniões. A utilização dos blogs na educação como recurso didático e, ao mesmo tempo, como meio de comunicação virtual permite a criação de novas estratégias de ensino aprendizagem em diversas áreas do conhecimento, despertando o interesse e a motivação em sala de aula e ampliando conhecimentos. Alunos e professores podem trocar experiências, expor projetos e trabalhos, expressar ideias, redigindo e postando seus textos com direitos a comentários e opiniões. O blog pode ser utilizado tanto para educação à distância quanto para aulas presenciais e em sala de aula, de acordo com a disciplina trabalhada, atua como um suporte para pesquisas e produção de forma bastante abrangente. Nas aulas de língua portuguesa e produção textual, por exemplo, é um facilitador da escrita e da leitura, em que, como proposta de atividade, os alunos podem expor seus próprios textos de forma com que também melhorem suas habilidades de escrita. As novas tecnologias podem ser utilizadas para atrair a atenção dos alunos, a fim de que eles produzam textos de modo interativo, dinâmico e vivo. As ferramentas disponíveis na internet oferecem um universo de possibilidades a ser explorado por professores e alunos como alternativa criativa e estimulante no processo de produção de texto. Não se deve impedir que os alunos utilizem os gêneros digitais, sob o pretexto de que prejudicam a aprendizagem da escrita “correta”. Isso nada mais é que ignorar a variação linguística existente em nossa língua. E, ainda pior, deixar de cumprir o papel de incluir digitalmente nossos alunos. Portanto, cabe ao professor e à escola estarem abertos às novas ferramentas, gêneros digitais e às inovações que aparecem a todo instante, de modo a aproveitar a competência comunicativa dos adolescentes, já que usam bem os gêneros digitais disponíveis na rede virtual, para torná-los produtores de textos mais significativos e nos quais o exercício de autoria seja o foco principal.
2 - O não uso da variedade culta da língua portuguesa mostra carência de inteligência por parte dos alunos? Discuta.
Não, visto que existem diversas variedades de língua. O Brasil é um país de diferentes variedades linguísticas, por isso, não podemos desconsiderá-las quando pensamos em ensino de Língua Portuguesa. É de extrema importância que os professores e as escolas tenham consciência dessa diversidade linguística, pois essa variedade pode influenciar muito no processo de ensino-aprendizagem. A não aceitação da variedade linguística muitas vezes pode acabar gerando o preconceito linguístico, que acontece quando a escola ou o professor acreditam na homogeneidade da língua, ou seja, não aceitam que a língua varia e que existem diferentes formas de falar.
3 – De acordo com a pesquisa realizada por Gisele Vargas (2010), como os livros didáticos tratam a questão da variação linguística? O que o professor pode fazer, caso esse tratamento não seja o ideal?
Segundo Vargas em sua pesquisa, o livro se apresenta escrito de acordo com a norma culta do português brasileiro e não faz menção à heterogeneidade linguística no país. Alguns exercícios abordam ligeiramente o tema, pedindo aos alunos que diferenciem a linguagem empregada de acordo com a norma culta e a linguagem mais informal, que traz gírias. Outros exercícios que cobram o uso de sinônimos para algumas palavras. Para Vargas, os sinônimos são de fato variantes linguística e estavam corretamente sendo empregados, havia a necessidade de adaptação do texto por parte dos alunos, quando esses sinônimos fossem mais informais ou formais. Umas das críticas feita por ela, é justamente a falta de uma atividade que, explicitamente, refira-se à variação linguística, explicando aos alunos esse fenômeno. Quando o livro didático apenas pede aos alunos que transformem o que está errado em certo, ou seja, transformem aquilo que está em desacordo com a norma culta da língua em um texto que esteja dentro das regras dessa norma, os alunos são levados a acreditar que certas formas de usar a língua são legítimas, em detrimento de outras variantes tratadas como erradas. Fortalecendo o preconceito linguístico ainda mais e criando alunos submetidos a uma visão de língua atrelada ao uso das normas da gramática prescritiva. O livro didático não corresponde a uma versão fiel das diretrizes e programas curriculares oficiais, nem a uma versão fiel do conhecimento científico. Não é utilizado por professores e alunos na forma intentada pelos autores e editores, como guia ou anual relativamente rígido e padronizado das atividades de ensino-aprendizagem. Acaba por se configurar, na prática escolar, com um material de consulta e apoio pedagógico à semelhança dos livros paradidáticos e outros tantos matérias de ensino. (Vargas (2010). Assim, cabe ao professor de língua portuguesa estar atento à produção do livro didático, a qual preza por apenas uma variedade da língua (a culta), em detrimento de outras. A variedade linguística precisa ser inserida nas práticas de sala de aula, como integrantes dos gêneros discursivos.
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