Os Movimentos Sociais e Educação
Por: Keyla Carvalho • 17/2/2018 • Trabalho acadêmico • 1.180 Palavras (5 Páginas) • 203 Visualizações
AD1 de Movimentos Sociais e Educação – 2017.2
Aluna: Keyla de Carvalho Silva Mat.:14212080402 Polo: Três Rios
Questão 1 (valor: até 3,0 pontos)
Um movimento social está constantemente ocupado em questionar a definição social dos papéis das instituições e dos participantes; o funcionamento do jogo político; e a ordem social. A sua unidade não pode nunca ser a de uma organização, pois ela é o que une a esperança e a recusa, a negação e a afirmação (TOURAINE, 1973). Cite e analise os fatores sociais que compõem os movimentos sociais.
R: Os Fatores que compõem os movimentos sociais são: as correntes culturais, a desorganização social ou a anomia e o descontentamento social.
a) Correntes culturais – As correntes culturais parecem ser engendradas a partir das relações de produção. A idéia de que pessoas precisam produzir novos produtos e coisas já implica transformações culturais, pois ninguém produz algo cuja lógica fomente a crença de que tal produto não promoverá uma melhor sobrevivência das pessoas no mundo. Seja através do discurso ecológico, feminista, capitalista ou socialista, o fato de uma pessoa agir dentro de uma determinada forma já evoca um modo de pensar decorrente de um tipo de paradigma instituído historicamente e a partir do mesmo motivo primordial: assegurar a sobrevivência humana, através de uma ordem social.
b) Desorganização social ou anomia – A vida social é um processo em pleno movimento dinâmico em sua produtibilidade; situações novas emergem continuamente da dinâmica inerente à produção da ordem social, em um fluxo intermitente de novas necessidades compostas pelas relações humanas. Esses ajustes sociais são permanentes.
c) Descontentamento social – Esse estado, como denomina Lakatos (1990), diz respeito ao imaginário coletivo. A insatisfação comum disseminada pela sociedade geralmente decorre de três situações. Sendo elas: a privação relativa que ocorre pelo fato de as pessoas entenderem que poderiam materialmente ter muito mais do que deveriam ter, na comparação entre o que consomem e o que idealmente pensam que poderiam consumir; a percepção da injustiça que diante das diferenças sociais, o juízo de valor e o sentimento de indignação de pessoas de qualquer classe podem justificar o aumento da incidência de movimentos sociais, na ação de grupos tentarem minimizar fatos ou condições que ajuízam injustos e a incoerência de status, “situação em que as diferentes posições ocupadas por uma pessoa não são coincidentes”.
Questão 2 (valor: até 3,0 pontos)
Os movimentos sociais se desenvolvem mais onde os partidos políticos não conseguem fazer chegar ao Estado as reivindicações dos diversos grupos que compõem a sociedade. De modo geral, os movimentos sociais têm como característica comum o fato de possuírem clareza de objetivos, programas visando a atingir esses objetivos e uma ideologia (DIAS, 2005). Por que os movimentos sociais podem ser entendidos como ação do homem para o surgimento das condutas coletivas?
R: Os movimentos sociais seriam inexistentes se “atores sociais” não se organizassem para agir em grupo, na defesa de interesses. A organização de um grupo, em termos de movimentos sociais, nos revela condutas decorrentes de crises e tensões entre instituições. Allain Touraine (2002), dividi as condutas coletivas em dois níveis: organizacional e social. O primeiro nível (organizacional) ocorre dentro das estruturas decorrentes das leis estabelecidas institucionalmente e o segundo nível (social), no âmbito das próprias instituições.
Para analisar as condutas coletivas, Touraine (2002) aponta três condições para o seu desencadeamento, através da perspectiva de Smelser: a anomia, o desejo de restauração social e o de modernização. Nesse sentido, passado e futuro se encontram. O primeiro pelo fato de que do passado são evocadas experiências de transformações sociais, que supostamente servem de modelo para incentivar positivamente a ação das pessoas no tempo presente. Já o segundo, o futuro, pela razão de as pessoas aspirarem a uma vida melhor nos dias que advirão. Percebemos, assim, que os atores sociais, necessariamente imersos no fenômeno sócio-histórico, estão limitados a determinados valores decorrentes das circunstâncias de suas condições de vida. Mas os próprios valores não permanecem à parte de alterações intermediadas pela dinâmica processual do espaço-tempo em que os atores agem, relacionando-se entre si, através das instituições. Ao pensar sobre suas condições concretas e sobre o seu agir, os atores sociais acabam por atualizar princípios, criando e revitalizando idéias. Modificam-se continuamente e, assim, também modificam a formação dos seus próprios valores. Na dinâmica da modernização da vida social, o que se constata, portanto, é um conjunto de atualizações integradas (tecnologia, princípios, métodos, visões de mundo, bem como modos de organizar instituições como a família, a Igreja, a Educação e a saúde, entre todos os demais). Dinâmica própria da vitalidade humana, capaz de permitir, através do processo intrínseco à produção do mundo, aos atores sociais a alcançar o que intentam: melhorias nas suas condições de vida.
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