PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E SUA RELAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Por: Aparecido Cazadei • 16/5/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 950 Palavras (4 Páginas) • 428 Visualizações
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Licenciatura em Pedagogia
Disciplina:
PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E SUA RELAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Nome e ra
Polo
2014
PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E SUA RELAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Os fundamentos da pedagogia histórico-crítica têm suas raízes nas experiências de Saviani, através de suas contestações em relação às propostas educacionais, problematizando que a escola tem um papel específico e sistemático na educação dos alunos, propondo-se uma nova forma de conceber a educação, pelo princípio da liberdade e da responsabilidade. Para melhor compreender os pressupostos de Saviani é necessário observar o breve histórico que o autor traça a respeito da pedagogia no Brasil.
De acordo com Saviani (2011, p. 23), a educação brasileira se desenvolveu por influência da pedagogia católica, com os jesuítas que exerceram monopólio da Educação até 1759 quando foram expulsos por Pombal. O autor acrescenta que a partir desse momento histórico se desencadeou uma interpretação da questão educacional a luz da pedagogia tradicional leiga, ou seja, da pedagogia inspirada no liberalismo clássico. Em outras palavras, Pombal contribuiu para que a educação brasileira se pautasse nas ideias do Iluminismo, assim, passou-se a rever a cultura e a instrução pública também sob essa concepção.
Segundo Saviani (2011, p. 24) a pedagogia tradicional liberalista permaneceu até o início do século XX, quando surge a chamada Pedagogia Nova, ou seja, uma nova concepção inspirada na concepção humanista moderna da filosofia da educação. O autor ressalta que a partir da promulgação da Constituição de 1934, a Escola nova vai ganhando terreno no Brasil, sendo que a partir de 1950 já é considerada predominante.
Entretanto, a partir de 1960 a Escola Nova começa a apresentar sinais de crise. Saviani (2011, p. 24) argumenta que nesse período uma nova tendência pedagógica se impõe, a chamada pedagogia tecnicista, cuja base se dá na formação de técnicos e de habilitações profissionais, sendo que entra em declínio a formação básica geral que era marca do modelo anterior.
Todavia, a partir de 1970 surgem crítica ao modelo pedagógico oficial. Saviani (2011, p. 24) ressalta que muitos educadores dessa época criticam o sistema educacional alegando que tal modelo serve apenas ao interesse do Estado, por sinal à ditadura, reproduzindo suas relações sociais vigentes. O autor chama esse modelo pedagógico de crítico-reprodutivista, pois embora trouxessem críticas ao modelo tecnicista não apresentaram nenhuma proposta de mudança.
Contudo, a medida que se torna mais evidente a insuficiência e inadequação do modelo oficial de educação também se torna mais consistente a contestação do mesmo. Porém, a concepção crítico-reprodutivista não considerava a transformação social como elemento determinante ao movimento educacional, portanto, seu caráter não é dialético. A questão era como compreender a educação nesse movimento histórico, ou seja, caberia percebê-la como sendo também determinada por contradições internas à sociedade capitalista, a qual se inseria, podendo não apenas ser um elemento de reprodução, mas um elemento capaz de impulsionar a tendência de transformação da sociedade.
Nascia assim as bases da pedagogia histórico-crítica, que segundo Saviani foi uma concepção de construção coletiva, emergida principalmente a partir da mobilização e movimento nacional da década de 70, com criação de entidades representativas dos professores, que tinha como principal objetivo combater as teorias critico-reprodutivistas e a educação tradicional.
Conforme Saviani (2011, p. 25), a partir do ano de 1979 essa análise supracitada começou a tomar forma, ou seja, a partir desse período se empreende a crítica da visão crítico-reprodutivista e se busca compreender a questão educacional a partir dos condicionantes sociais. O autor argumenta que essa é uma análise crítica porque se tem consciência da determinação exercida pela sociedade sobre a Educação, contudo, é uma análise critico-dialética e não crítico-mecanicista como a anterior.
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