PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÃO A PARTIR DA ANÁLISE DE UM CONTEXTO

A Educação Infantil é uma etapa de extrema importância para a formação da criança, pois é nesse período que ela está construindo as bases de suas características como sujeito. No entanto, esse conhecimento ainda não é suficientemente compreendido por professores, gestores e demais profissionais que atuam na Educação Infantil. O resultado desse desconhecimento é a predominância de modelos curriculares "escolarizantes" que desconsideram as interações e brincadeiras como eixos norteadores das práticas pedagógicas nessa etapa da Educação Básica como dita as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI (BRASIL, 2009). O presente trabalho vem relatar e refletir a experiência vivida durante uma visita realizada na Unidade Universitária Núcleo de Desenvolvimento da Criança (UUNDC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde pude perceber que as brincadeiras são visivelmente valorizadas e promovidas diariamente na rotina das crianças. A concepção de criança e a compreensão que se tem de educação infantil no UUNDC está em sintonia com as perspectivas que vêm sendo estudadas no mundo nos últimos anos e que estão presentes nas DCNEI. Durante a visita foi visivelmente notado que as crianças têm uma liberdade de voz, são ouvidas e questionadas e possuem liberdade para brincar nos momentos livres nas "rotinas diarias". Vygotsky (1991) afirma que a brincadeira é a principal atividade da criança, definindo-a como atividade necessariamente livre. Ou seja, na concepção do autor, quando a brincadeira é dirigida por um adulto, perde-se sua essência de liberdade e, por isso, configura-se em outro tipo de atividade. É durante a brincadeira livre que a criança se expressa e imagina de acordo com sua própria vontade, socializa-se como acha melhor e busca situações de seu interesse. O que vivenciei durante essa visita, me proporcionou ampliar minha compreensão de como devem ser as práticas pedagógicas na Educação Infantil. Essa experiência, aliada a estudos realizados, como os de Schramm (2010) me permitiu reconstruir minhas próprias concepções de criança e, sobretudo, pensar sobre a necessidade dessas concepções serem bastante refletidas pelos alunos de pedagogia em processo de formação Inicial na docência. Essa afirmação se fundamenta na crença de que somente quando se enxerga a criança como um sujeito competente e que precisa ser respeitado nas suas necessidades de educação, cuidado, aprendizagens e desenvolvimento, uma prática qualificada em Educação Infantil se concretiza.

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