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Pedagogia

Por:   •  2/12/2015  •  Projeto de pesquisa  •  14.784 Palavras (60 Páginas)  •  492 Visualizações

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1U N I D A D E        I BRINCAR E BRINCADEIRAS NO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs), como são conhecidos e editados em três volumes, formam, atualmente, alguns dos fundamentos da política educacional vigente. E, assim, em seu Volume 1, p. 11, definem  que: “[...] A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica [...], tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade...”

É de suma importância a leitura integral dos três volumes para os estudantes de Pedagogia, uma vez que eu os referencio como “professores em   formação”.

Para nosso estudo, destaco, a seguir, alguns dos momentos mais significativos dos vocábulos: BRINCADEIRAS e BRINCAR, presentes nos   RCNs.

“Considerando-se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos, a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios:   [...] o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil" (Volume 1, p. 13).

“Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada" (Volume 1, p. 23).

“OBJETIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL: [...] Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades" (Volume1, p. 63).

“Brincar éumadasatividadesfundamentaisparaodesenvolvimento

da identidade e da autonomia" (Volume 2, p. 22).

“Alguns jogos e brincadeiras de parque ou quintal... podem se

transformar em atividades da rotina..." (Volume 2, p. 45).

“... o brincar deve se constituir em atividade permanente..." (Volume 2, p. 50).

“..., o professor poderá organizar situações nas quais as crianças conversem sobre suas brincadeiras..." (Volume 2, p. 50).

“A música na educação infantil mantém forte ligação com o

brincar..." (Volume 3, p. 70).

“Para a criança é interessante conhecer as regras das brincadeiras de outros tempos..." (Volume 3, p. 200).

“Vários tipos de brincadeiras e jogos que possam interessar à criança constituem-se rico contexto em que ideias matemáticas podem ser evidenciadas..." (Volume 3, p. 235).

1.1    BRINCAR “A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não-brincar" (RCNEI, vol.1, p.  27).

“Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando" (RCNEI, vol.1, p. 27).

Caro aluno, sempre que estiver com a responsabilidade de elaborar um Plano de Ensino da Educação Infantil, tenha as frases acima como pressupostos e resultados de suas aulas.

Brincadeira é uma imitação. Uma imitação, uma reprodução, um fazer a mesma coisa, um viver novamente.

Ao propor brincadeiras, você, professor, está propondo que a  criança reviva o vivido e, portanto, avaliará o resultado do revivido, do re- criado, do repensado.

O texto a seguir pode ser encontrado na íntegra no Volume 1, p. 27, 28 e 29 dos RCNs.

Brincar Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar, é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isto implica que aquele que brinca tem o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer, que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar- se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente  vivenciada. [...]

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar, as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando.

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.

A brincadeira favorece a auto estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. [...]

Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características.

Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes encontram-se, ainda, fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações.

Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de um determinado tema e enredo, cujos desenvolvimentos dependem unicamente da vontade de quem brinca.

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que lhe são importantes e significativos. Propiciando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos. [...]

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