Prova de Filosofia da Educação
Por: Fera Ensá • 3/11/2019 • Trabalho acadêmico • 1.422 Palavras (6 Páginas) • 162 Visualizações
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO I
A prova apresenta dez questões, escolha quatro delas e responda:
2. Explique com suas palavras as quatro regras apresentadas no texto: “O Método Desviante”. Qual o tema ou conteúdo central que orienta cada uma delas.
R: Primeira Regra: Tempo. É necessário tempo e dedicação para o estudo da filosofia, é necessário que professor e aluno caminhem e reflitam juntos na aula, não se guiem somente pelo conteúdo pré estabelecido e sim que deixem a aula acontecer, que não interfiram e nem “corram com a aula”, para que dê tempo de todo o conteúdo ser abordado, por vezes é preciso que se esqueça o tempo linear e comece a desfrutar do tempo presente, cada ocasião é única, uma aula produtiva é diferente de uma aula com conteúdo fechado.
Segunda Regra: No ensino da filosofia – e de outras matérias – não deveria haver o temor de perder tempo. Não há tempo perdido no ensino da filosofia, e sim todo tempo é aproveitado, pois a disciplina exige paciência e disponibilidade para reflexão.
Terceira Regra: É necessário se manter a parte do tempo para melhor ensinar, não utilizar ideias prontas e imposições, desenvolver seu próprio raciocínio e convicções, acreditar, respeitar e entender o que se ensina.
Sair do pragmatismo de que o professor detém todas as respostas, nem tudo pode ser respondido de pronto, muitas vezes é necessário tempo para se chegar a conclusão para uma resposta.
Quarta Regra: Nunca acredite deter todo o conhecimento do mundo, não acredite ser o portador da verdade absoluta independente dos seus títulos ou bagagens acadêmicas. Para o bom ensino da filosofia, é necessário que o professor se desarme e tenha plena convicção de suas limitações no que se refere a conhecimento. Não existe verdade universal para a filosofia, todo conhecimento ou tese pode ser contestado e provado o contrário.
3. Qual deve ter sido a intenção da autora ao estabelecer precisamente essas regras de conduta em sala de aula? Que tipo de atitude pedagógica elas prescrevem? Contra o que se defrontam?
R: A autora busca sinalizar algumas falhas no ensino de filosofia da nossa época. Filosofia não é uma disciplina para alcançar resultados e sim para desenvolver o intelectual. Não se pode comparar as aulas de filosofia as de outras matérias, sala de aula não é uma fábrica de produção em série, não se pode esperar que os alunos saiam de sala com um pensamento universal, filosofia não é história nem matemática, é uma matéria que requer concentração, disposição e paciência, tudo que não encontramos em uma sala de aula. Não se pode seguir um conteúdo programático pré estabelecido, uma grade de conteúdos obrigatórios na grade de filosofia quando a matéria exige que um mesmo tópico seja discutido diversas vezes, e ainda sim cada aluno irá sair da sala de aula com uma conclusão diferente do fato estudado.
6. Justamente para poder observar o mundo em que vive, o filosofo deve cultivar uma espécie de distanciamento que lhe permita vislumbrar o próprio presente sob uma perspectiva mais ampla, de modo a que possa perceber o alcance das questões impostas pela sua própria vida e o sentido a que elas apontam. Essa tomada de distância não se confundo com alheamento ou alienação, mas parece ser constante e intensa procura por um ponto de vista capaz de integrar uma visão da situação presente a um sentido que tende a ir além ou ficar aquém dessa situação, tanto geográfica quanto historicamente.
A partir do que foi dito, procure comentar as seguintes afirmações:
“Ao ir contra uma época, um tempo – seus valores, suas significações, sua cultura – este tempo começa a nos revelar suas vísceras, seu ‘de onde’ e seu ‘para onde’.” FOGEL, Gilvan, Preliminares, p. 11.
R: Logo no início do capítulo, Fogel nos informa que, para o estudo da filosofia é necessário que nosso tempo seja nosso adversário, pois ele traz nosso constrangimento e opressão, e ao mesmo tempo nossa remissão. Mas ainda sim se torna algo confuso, como algo que me oprime pode ao mesmo tempo me redimir?
Quando vamos de encontro ao nosso tempo, quando procuramos a origem de tudo que nós vivemos, acabamos por encontrar o lado negativo e cruel e acabamos por querer nos distanciar disso, ser maior, crescer, e utilizando o mesmo termo que o autor, “transcender”. Ou seja, quando nos distanciamos, paramos e analisamos o mundo ao nosso redor, o nosso tempo como todo temos maior autonomia e imparcialidade para diagnosticar a sociedade, quando não vemos mais o lúdico e sim o cru, conhecemos o fel do mundo atual, e assim podemos observar como tudo começou, como tudo se deu ao fim e ao cabo, e acompanhando linearmente podemos deduzir para onde o nosso “tempo” será conduzido.
“‘Hoje’ diz o presente, e o presente é talvez, o mais difícil de ser visto na história. Justamente por ser ‘hoje’, ‘presente’, ou seja, por estar colado a minha cara, próximo demais de mim.” FOGEL, Gilvan, O que é filosofia?, “O que há com o pensamento hoje”, p. 60.
R: Como foi sinalizado no subitem anterior você precisa se distanciar do hoje, se distanciar do seu tempo para conseguir elaborar uma analise próxima a veracidade. Quando o “tempo” está impresso em nossa cara fugimos da imparcialidade dos acontecimentos, não podemos analisar corretamente o que acaba de acontecer, investigação requer tempo, e todo trabalho histórico acaba por ser investigativo, a cada dia passado uma nova informação aparece, relevante ou não, mas quando vivemos o presente muitos fatos e acontecimentos passam desapercebidos, sem que sintamos.
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