Práticas em Educação Inclusiva
Por: Karrô Rodrigues • 30/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.494 Palavras (6 Páginas) • 331 Visualizações
PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS E REFLEXÕES
Arlane Ribeiro Braga[1]
Thays Lenny Mesquita Baima²
RESUMO
O presente trabalho buscou legitimar o papel que a educação inclusiva possui dentro do sistema educacional, e o quanto uma prática inclusiva é importante para toda e qualquer escola, no estado e no país no qual vivemos. Foram utilizados conceitos acerca da Educação Especial (PACIEVITCH,2012), Síndrome de Asperger (SEGAR,2007) e Deficiência Intelectual (HONORA e FRIZANCO,2008). A pesquisa teve abordagem qualitativa e foram utilizadas as técnicas de observação e de entrevista semiestruturada com a professora da sala de aula comum e intervenções realizadas pelas pesquisadoras, com os alunos em uma escola no município de Fortaleza-CE. Identificamos que a professora precisava compreender que os alunos da sala da aula, não são todos iguais, que cada um possui suas especificidades e necessidades diferenciadas. Desta forma foram realizadas três intervenções na sala de aula comum que visavam à inclusão de dois alunos, um deles deficiente intelectual e outro com Síndrome de Asperger, durante as atividades foram feitas contações de histórias atreladas a cantigas de roda, com o intuito de tornar a aprendizagem mais interativa, de modo a incluir os alunos em atividades que rotineiramente não participavam. A turma acolheu os alunos com D.I e com S.A, estabelecendo com eles uma relação de parceria e igualdade, porém em algumas atividades aconteceram algumas situações de conflito, mas no geral a turma desenvolveu bem as atividades e contribuiu para que os alunos explorassem suas potencialidades. Desta forma concluiu-se que as intervenções foram proveitosas para a reflexão da nossa prática docente, mostrando que devemos ter mais cuidado no trato com os alunos, no que diz respeito não só dentro da sala de aula, mas também no cuidado de planejar uma aula que inclua diversos tipos de alunos, não só aqueles com deficiência ou transtorno, mas também todos com suas especificidades.
Palavras Chaves: Educação Inclusiva; Síndrome de Asperger; Deficiência Intelectual.
A educação inclusiva se torna cada vez mais um tema frequente no ramo da educação brasileira, pois ela visa entender e trabalhar as diversidades dentro da sala de aula de uma forma que o aluno se desenvolva integralmente, mediante as suas dificuldades e\ou diferenças. É disseminada no sistema educacional brasileiro a ideia de uma educação para todos, sem discriminação, visando sempre o desenvolvimento do educando, atendendo assim suas necessidades educacionais, e se adequando às especificidades dos alunos, sejam elas físicas, intelectuais ou atitudinais.
O presente trabalho objetiva legitimar o papel que a educação inclusiva possui dentro do sistema educacional, e o quanto uma prática inclusiva é importante para toda e qualquer escola, no estado e no país no qual vivemos. A importância deste trabalho se lapida exatamente no âmago de levantar questões da educação inclusiva que precisam ser observadas e trabalhadas na prática dos professores da sala comum, para que assim se obtenha uma escola comum inclusiva, atribuição que tanto se prega no país e pouco se faz para que ela seja efetiva. Aqui discorreremos sobre a prática que exercemos dentro da sala de aula, visando a inclusão de dois alunos, um Deficiente intelectual e outro com Síndrome de Asperger. Refletiremos sobre os desafios enfrentados desde o planejamento até a realização de atividades dentro sala de aula. Trazemos também mecanismos que nos apoiaram no chão da escola, como o poder da contação de história aliado as cantigas de roda que foram importantes tanto no cultivo da relação com os alunos, quanto na interação e inclusão dos mesmos.
Diante disso, foram utilizados os conceitos referente a escola comum inclusiva elucidados, por meio da resolução CNE/CEB 2/2001, a definição de Inclusão de Pacievitch (2012), e esclarecimentos acerca da Deficiência Intelectual segundo Vasconcelos (2004), Honora e Frizanco (2008) autores, noções referente a Síndrome de Asperger na ótica principalmente de Segar (2007) e a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008). Para além disso abordamos conceitos das potencialidades da aprendizagem humana segundo os estudos de Vygostky (1987), para tornar claro o entendimento de que o público da educação inclusiva precisa de uma atenção a mais e um planejamento mais adequado mediante as suas condições para que assim possa obter uma aprendizagem significativa
Vale ressaltar que os objetivos que nortearam este trabalho foram de investigar o papel que a educação inclusiva possuía dentro do sistema educacional, bem como saber se havia prática inclusiva com esses alunos que tinham alguma deficiência, já que a escola visitada está na lista que a Prefeitura de Fortaleza disponibiliza com nomes de escolas que possuem atendimento educacional especializado- AEE. Dessa forma, antes da pesquisa de campo foi realizado um estudo bibliográfico acerca da temática proposta, após isso foram realizadas visitas que aconteceram durante os meses de Abril de 2016 a Junho do mesmo ano, no turno da tarde, a fim de coletarmos o maior número de informações possíveis. Estes dados foram coletados através de observações, anotações e entrevista realizada com a professora responsável pela turma. O início da pesquisa se deu pela técnica da observação e a partir dela foram feitas anotações sobre o cotidiano da sala de aula, As observações foram anotadas em um livro de anotações, de modo organizado, registrando o período e as datas das observações. Nessas observações e anotações foi se observado como acontecia ou se acontecia a inclusão desses alunos com deficiência, como estes eram vistos pelos colegas de salas. Outra técnica utilizada foi a da entrevista, assim, esta foi realizada no final do mês de Abril com professora da turma. Durante as entrevistas foram realizados questionamentos previamente elaborados, a fim de saber mais sobre aquela turma e como era o dia a dia daqueles alunos.
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