RESENHA A FORMAÇÃO SOCIAL DA MENTE

Resenha A FORMAÇÃO SOCIAL DA MENTE Vygotski, L. S. - . A pré-história da linguagem escrita - Pág. 70 a 79

Temos uma certa dificuldade em analisar o processo de alfabetização, pois já estamos alfabetizados, o olhar que temos para a escrita é completamente diferente da visão que a criança tem. Precisamos lembrar que até alguns anos atrás essa criança nem ao menos falava. No texto é citado que o que é ensinado não é a linguagem escrita, e sim o ato mecânico de ler, ou seja tem algo escrito e eu leio, depois do processo de alfabetização o ler se torna muito habitual e não é visto como uma forma de linguagem.

Para tal processo é necessário analisar então qual é o estímulo que leva aquela criança a escrever.

Antes do processo da escrita em si a criança era começar a expressar os signos através de gestos e desenhos, ela vai associar cada palavra ao seu significado e ao seu gesto e então conseguir expressar através do desenho, importante observar como cada criança irá fazer essas associações pois é desta mesma forma de associação que ela utilizará para escrever, associar símbolos a letras, letras a palavras e cada palavra uma frase que faça sentido.

A escrita é uma representação dos signos da fala, no texto é citado então que Vygotski afirma que é possível que a criança “escreva” não somente na escrita tradicional com os símbolos do alfabeto, mas também com o desenho e com o brinquedo por exemplo, ele vê um objeto e atribui significado a ele. Desta forma a criança tem a capacidade de “ler” de várias formas, uma história contada com objetos será facilmente entendida pela criança. Um exemplo disso se dá com crianças brincando com a boneca Barbie, em minha infância eu com minhas amigas utilizava-mos todo tipo de objetos para brincar de “casa da Barbie” uma almofada virava cama, uma pedra um banco e assim por diante, e minha história montada com aqueles objetos era totalmente legível com facilidade para minha amiga e vice-versa.

A grande diferença entre o desenho e a brincadeira é que no desenho esse significado é atrelado aos gestos da criança, já com os objetos contando a história esse significados independem dos gestos. Essas Capacidades de associações simbólicas mudam de acordo com a fase de desenvolvimento de cada criança, então uma de 3 anos terá mais dificuldade e atribuir um outro significado a pedra que foi instituída como um banco, já aos 6 anos de idade esse pedra pode se tornar um cachorro ou uma bola por exemplo.

Através dos estudos de K. Buhler, foi possível concluir então as fases de representações utilizando o desenho. No texto é afirmado que a criança inicialmente desenha o que ela conhece a partir da memória e percepção dela, ou seja se eu desenhar uma bola de futebol redonda e mostrar para uma criança pode ser que para ela não seja pois na percepção dela uma bola é na verdade quadrada. Uma criança desenha dois palitinhos com uma saia e afirma que aquela é a mãe mesmo que ela esteja na frente dele usando calças. Isso indica que as crianças não estão preocupadas com a representação real no desenhar mas sim com o que aquele desenho simboliza.

Simplificando o processo, a escrita nada mais é que desenhos de letras