RESENHA - REFORMAS E REALIDADE: O CASO DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Por: mlmafra • 3/9/2018 • Resenha • 515 Palavras (3 Páginas) • 2.204 Visualizações
RESENHA - REFORMAS E REALIDADE: O CASO DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Myriam Krasilchik
O ambiente educacional reflete as mudanças ocorridas na sociedade e padecem com as reformas a cada novo governo. A ciência e a tecnologia no decorrer das décadas foram identificadas como pilares do desenvolvimento econômico, social e cultural da sociedade, mais precisamente o ensino de ciências foi sendo moldado nas reformas educacionais de acordo com as necessidades vigentes. A seguir um breve histórico das tendências de ensino, juntamente com os aspectos históricos que as promoveram: Em 1950, Guerra Fria, o ensino de Ciências tinha como objetivo formar a elite com programas rígidos metodologicamente, com uma concepção neutra, baseadas em aulas práticas com processos controlados. Já de 1960 a 1970, tempo conhecido como Guerra Tecnológica, o objetivo era formar cidadão-trabalhador, a sua concepção era pautada na evolução histórica e no pensamento lógico-critico, e a base metodológica era baseada em projetos e discussões. Nas décadas seguintes até o ano 2000, período marcado pela globalização, o objetivo de formação era um indivíduo cidadão-trabalhador-estudante, a Ciência tinha como concepção uma área de ensino com suas atividades com implicações sociais, com a ascensão de modalidades didáticas atuais, como uso de computadores e jogos.
A modalidades didáticas e recursos educacionais dependiam da concepção de Ciência do determinado período, tendo uma tendência em currículos tradicionalistas ou racionalistas, onde o foco era a transmissão do conhecimento. Nos anos 60, os comportamentalistas, tinham objetivos de ensino (tabela de Bloom), objetivos esses que cotidianamente eram esquecidos em decorrência das dificuldades. Já no final da década, Jean Piaget, e seus estudos, apontam para o Construtivismo, qual foi efetivo como didática, por falta de estudos, a experimentação e nem o uso de novas tecnologias, levavam a novos conceitos e eficiência educacional.
As temáticas, refletiam as ideias correntes sobre a Ciência, nas décadas de 50 a 60, foram marcadas pelo conflito armado (bélico), com o objetivo de desenvolver a racionalidade, e principalmente a replicabilidade dos experimentos; as décadas seguintes, até a de 80 as temáticas eram relacionadas à questões ambientais, crise energética, e as lutas anti-segregação racial, promoveram profundas mudanças nas disciplinas cientificas, mediante as mudanças teve o advento de movimentos educacionais, como o “Ciência para todos” que buscava promover a alfabetização cientifica, tendo a ciência como empreendimento social.
O processo avaliativo sempre teve um papel importante no Brasil, com viés classificatório, para ingresso aos estudos seguintes (vestibular, por exemplo), mediante a aplicação de testes, esses fornecem dados sobre o aprendizado e a eficiência da escola em função das políticas públicas e a comunidade; e esses resultados são “fomento” para a manutenção dos sistemas escolares e a forma como a sociedade vê a escola. A autora cita a aplicação limitada dos instrumentos, e aponta que existem outras formas mais abrangentes de verificar o conhecimento.
A pesquisa para o desenvolvimento e melhoria do ensino de ciências, existe desde a década de 60, no âmbito internacional quanto nacional, o texto aponta ainda a importância de um trabalho conjunto entre as entidades de pesquisa, e os profissionais que estão em sala de aula, para uma reforma verdadeiramente eficaz, e não apenas “pedestais” de processos eleitorais.
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