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Redes sociais

Por:   •  22/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  397 Visualizações

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Redes Sociais e Comunicação

Aula 01: Práticas de leitura: do impresso ao digital

A internet tem sido tema de debate entre estudiosos de diferentes áreas, que se interessam principalmente pelas transformações que ela tem provocado na sociedade, na cultura e no uso da linguagem.

Em relação à produção e à leitura de textos digitais, inicialmente, pensava-se que o computador e a internet eram apenas um suporte diferente.

Percebe-se que esta diferença impacta nas práticas de escrita e de leitura de diversas formas.

Braga e Rincarte (2005) afirmam que a leitura na tela do computador tem implicações físicas,

como o cansaço visual gerado pelo brilho da tela, pela necessidade de movimentos oculares mais amplos (devido à resolução da tela) e pela posição fixa para a leitura.

Para Marcuschi (2001), o novo espaço de escrita propiciado pela internet pode ser entendido como um espaço cognitivo em que as estratégias que utilizamos hoje para lidar com o texto precisam ser revistas.

Por serem fragmentários e não lineares, os textos digitais exigem um esforço maior do leitor, que precisa ter um conhecimento mais amplo sobre diferentes áreas para relacionar esses fragmentos e traçar rotas de leituras, o que provoca um stress cognitivo.

De acordo com Carr (2010 apud RAJAGOPALAN, 2013, p. 48), “a internet veio mudar as nossas formas de pensar, ler e lembrar as coisas”.

Segundo Chartier (1994), a invenção da imprensa em meados do século XV é um marco importante nesta história, pois modificou os modos de reprodução de textos e de produção de livros.

Não houve uma ruptura tão grande entre o manuscrito e o livro. (Chartier, (1994).

O manuscrito continua a ser estruturado em papel dobrado e encadernado, com uma escrita linear, é percebido como uma obra em seu todo.

Livro digital em relação ao livro impresso: rupturas

A materialidade do livro se perde, pois no meio digital ele é virtual. Dispensa a linearidade.

Revisão dos papéis dos agentes envolvidos na produção e na circulação dos livros: autor, editor, distribuidor, crítico e leitor.

A invenção da imprensa no século XV e seu desenvolvimento ao longo dos séculos posteriores promoveram o aumento da produção e circulação de textos.

O computador e a internet potencializaram esse processo.

O computador permitiu que o texto fosse manipulado de modo mais ágil e por qualquer pessoa que tenha este aparelho.

A Internet permitiu que estes textos fossem espalhados para todo o mundo, ampliando, assim, o alcance de textos que antes ficavam restritos a um determinado espaço.

Chartier (2002) afirma que é necessário avaliar três importantes rupturas trazidas pela revolução do texto digital, que são classificadas pelo autor como:

  • da ordem dos discursos
  • da ordem das razões
  • da ordem das
  • propriedades

Ruptura com a ordem dos discursos:

  • Modo pelo qual categorizamos os diferentes discursos na cultura impressa, a partir de suas diferentes materialidades (livro, jornal, revista), configurações textuais e formas de leituras.
  • Estabelecida pela difusão do códice, pelo aparecimento do livro unitário e pela invenção da imprensa.

Ruptura com a ordem dos discursos: o computador rompe com essa ordem, na medida em que ele reúne diferentes tipos de textos que eram antes distribuídos em diferentes objetos materiais. A leitura que antes se daria de modo diferente a depender do objeto (livro, jornal, revista), no computador passa a se dar da mesma forma, pois ela se realiza em um único suporte.

Ruptura pela ordem das razões: diz respeito à modificação da forma como a argumentação é construída em um texto.

No texto digital a argumentação é aberta, não é mais linear nem dedutiva, devido ao caráter fragmentário desse tipo de texto e à possibilidade de guiar a leitura acessando diferentes links.

Ruptura pela ordem das razões: a internet permite que o leitor comprove a validade de qualquer demonstração, consultando os materiais referenciados, caso eles estejam digitalizados.

Transforma a leitura na medida em que se modifica a relação de confiança entre leitor e autor, que agora pode ser questionado ou refutado facilmente.

Ruptura da ordem das propriedades: caráter textual (características da organização textual) e jurídico (copyright).

Textual: é mais fragmentado para atender às necessidades do novo suporte. Produz uma leitura descontínua e segmentada.

Jurídico: o autor perde força, o leitor ganha espaço.

A mudança do suporte impresso para o eletrônico alterou as práticas de leitura e a textualidade. O novo suporte, ao modificar os procedimentos de leitura, exige que se alterem também as formas de se construir um texto, de modo a contemplar as exigências do novo suporte, dando origem, assim, ao que chamamos de hipertexto.

De acordo com Marcuschi (2001), podemos definir o hipertexto como uma rede de segmentos textuais conectados que preveem uma leitura não linear.

O termo hipertexto foi cunhado por Theodor Holm Nelson em 1964, para referir uma escritura eletrônica não-seqüencial e não-linear.

Se bifurca e permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real.

Com o hipertexto o leitor tem condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a tópicos estabelecidos por um autor.

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