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Referencias História da Pedagogia

Por:   •  26/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.412 Palavras (6 Páginas)  •  953 Visualizações

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História da Educação: Antiga e Medieval

Franco Cambi, pedagogo italiano, traz em seu livro História da Pedagogia, as características da Pedagogia ocidental, descrevendo a educação e as instituições pedagógicas e destacando os principais pontos nos diferentes períodos históricos. Esta presente resenha tem por objetivo, destacar somente, as características da educação nos períodos Antigo e Medieval.

Grécia Antiga, sinônimo de harmonia entre as diversas partes de um todo e entre cada parte e o todo. Vista por muitos como lugar de paz, de sossego e bem-estar de espírito, e lembrada pelos modernos com profunda tristeza e melancolia, causadas pela falta de não ter vivido na época ideal de equilíbrio e beleza. Dessa visão que tínhamos do mundo grego, permaneceram poucas lembranças e a pesquisa histórica contemporânea, foi a responsável por demolir grande parte delas. O que vemos é um lugar carregado de paixão, de forças e violência. Não temos mais aquela visão de lugar ideal, e sim, um lugar de lutas políticas, de classes e de etnias.

A concepção do mundo antigo tornou-se mais complicada, carregada de penumbras, como também de zonas escuras, de tensões e de contrastes. A unidade do mundo clássico foi quebrada, sua identidade se tornou mais problemática e um rico pluralismo invadiu seus limites.

Cambi destaca como primeiro efeito da pesquisa histórica contemporânea, a ampliação da visão do mundo antigo. Grécia e Roma deixaram de ser colocadas no centro, assim o pluralismo de povos e culturas, de religiões e de conhecimentos técnicos, unificados pelo Mediterrâneo, ganharam força.

O Mediterrâneo não era apenas o berço das civilizações, ele era o meio que possibilitava trocas culturais entre os diferentes povos. Muito mais do que um espaço geográfico, o Mediterrâneo também é um espaço cultural.

O que é o Mediterrâneo? Mil coisas ao mesmo tempo. Não uma paisagem, mas inúmeras paisagens. Não um mar, mas uma sucessão de mares. Não uma civilização, mas civilizações sobrepostas umas às outras. Viajar pelo Mediterrâneo é encontrar o mundo romano no Líbano, a pré-história na Sardenha, o islã turco na Iugoslávia. É mergulhar nas profundezas dos séculos, até construções megalíticas de Malta ou até as pirâmides do Egito. É encontrar coisas muito velhas ainda vivas, ladeando o ultramoderno: ao lado de Veneza, falsamente imóvel, a pesada aglomeração industrial de Mestre. [...]. É ao mesmo tempo imergir no arcaísmo dos mundos insulares e surpreender-se diante da extrema juventude de cidades muito antigas, abertas a todos os ventos da cultura e do lucro, e que, há séculos, vigiam e comem o mar. (BRAUDEL, 1988, p.2)

O Mediterrâneo era uma encruzilhada de povos e culturas, era um centro de intercâmbio, um cruzamento de duas linhas e de misturas étnicas e culturais. “O mundo clássico nasce no interior deste Mediterrâneo – Encruzilhada” (CAMBI, 1999, p.46). O diálogo entre os povos, entre as culturas, entre as religiões deu vida ao Ocidente, tudo por que...  “O Mediterrâneo é uma encruzilhada muito antiga. Há milênios tudo converge em sua direção, confundindo e enriquecendo sua história: homens, animais de carga, veículos, mercadorias, navios, ideias, religiões, artes de viver. ” (BRAUDEL, 1988, p.2)

Partindo para a educação, as primeiras instituições de ensino, que se localizavam no Egito e na Grécia, eram escolas hora estatal hora particular. Elas ofereciam uma instrução básica, que se configurava na cultura retórico-literária, persuasiva e eficaz, além de respeitar rigidamente as regras estabelecidas. “São escolas que se transformam no tempo e vão desde o Tyasos (cenáculo de amigos) até o “colégio”, a escola propriamente dita, sobretudo na época helenística. ” (CAMBI, 1999, p.49)

A sociedade era dividida entre dominantes e dominados, entre grupos sociais governantes e grupos subalternos. Assim, a educação no mundo antigo era separada por classes.

O pedagogo era uma figura central na Grécia. Participava ativamente da vida dos indivíduos. Ao mestre eram atribuídas qualidades que iam além daquelas consideradas típicas. Eles estimulavam e controlavam as crianças e, eram protagonistas na formação de jovens.

A educação antiga era baseada na ginástica, na música e na gramática. Depois de algum tempo, ela já não era mais suficiente. Então nesse contexto surge a Paidéia que é definida por Jaeger (2001) como “processo de educação em sua forma verdadeira, a forma natural e genuinamente humana” e por Platão como “(...) a essência de toda a verdadeira educação ou Paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tronar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”. (Cit. In Jaeger, 2001)

A Paidéia tinha como objetivo construir a cultura através da educação. Ela procurava desenvolver o homem em todas as suas potencialidades, fazendo com que ele se tornasse um cidadão melhor, em harmonia com si próprio e com a sociedade.

Com base na história, podemos reconhecer que o mundo antigo foi quem deu origem a nossa cultura, e mergulhar nele, é descobrir as estruturas de toda a nossa cultura.

Saindo do mundo antigo e passando para o medieval, temos uma imagem tradicional da Idade Média que girava em torno do princípio de “séculos obscuros”. Este período é marcado por uma regressão da civilização e pelo retorno as condições de vida arcaica. Mas foi sobretudo, a época da formação da Europa cristã e da formação dos pré-requisitos do homem moderno, também foi um modelo de sociedade orgânica e uma fase de evolução de saberes especializados.

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