Relatorio de Estágio

A RELAÇÃO PROFESSOR E FAMILIA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ II, BOA VISTA DO CUÇARI –PRAINHA. ^[1]

Charles Pereira Correa ^[2]

Resumo

Este artigo, fundamentado em estudo qualitativo tem por objetivo evidenciar como pais e professores de crianças do 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Nazaré II, concebem a importância da relação pais e professores no processo de ensino aprendizagem dos seus filhos. Foram evidenciados dois aspectos importantes: primeiro quanto ao papel dos pais na educação dos filhos e o segundo a visão dos educadores na relação professores e família.

Palavras – chave: Escola, Família, Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

        

        As mudanças ocorridas no processo de ensino aprendizagem na atualidade requer pensar que a família esteja presente na vida escolar de seus filhos em todos os sentidos. Ou seja, é preciso que haja uma interação dinâmica entre escola e família.

        Nesse sentido a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 1996), formaliza e institui a gestão democrática nas escolas, abrindo assim a possibilidade de ações integradas entre família e escola.

        Assim este artigo é resultado da pesquisa realizada com pais e professores das turmas de 2º ano do ensino fundamental da Escola de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Nazaré II, localizada na comunidade de Boa Vista do Cuçari, município de Prainha, Tendo como foco principal a relação estabelecida entre a família e a escola, e sua contribuição no processo de ensino aprendizagem.

A escolha do local de pesquisa se justifica pela necessidade de se estabelecer a contribuição dos pais e sua relação com os professores no processo de ensino aprendizagem de seus filhos.

        Ao longo deste artigo serão traçadas reflexões acerca dos dados apresentados e analisados na pesquisa.

1 - REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Oliveira (2000), a família constitui uma instituição de extrema importância na formação e na educação das crianças, juntamente com a escola, onde é desenvolvida a educação e formação sistematizada das mesmas. Daí a importância da união dessas duas instituições sociais na formação educacional da criança, embora, os sistemas educacionais defendam a posição de que a educação inicial é de responsabilidade da família, pelo fato de considerar esse ambiente familiar como ideal para o desenvolvimento e educação das crianças.

Para Carraro (2006) a qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família, e abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Em seu lar a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida, convivendo com sua família e os entes queridos.

Conforme Paro (2000), o distanciamento entre escola e família não deveria ser tão grande, pois para ele, a escola não assimilou quase nada de todo o progresso da psicologia da educação e da didática, utilizando métodos de ensino muito próximos e idênticos aos do senso comum predominantes nas relações familiares. O autor se remete ao fato de que, a atual escola dos filhos, é bastante parecida com a escola que os pais frequentaram, e por isso, estes últimos não deveriam sentir-se tão distanciados do sistema educacional, e também o professor, embora admita a necessidade da participação dos pais na escola, não sabe bem como encaminhá-la.

Para Nogueira, Romanelli e Zago (2000) o papel da família no desempenho escolar dos filhos, e na relação interdependente entre as condições sociais da origem das famílias e a maneira que se relacionam com a escola, além do fato de que, transformações visíveis pelas quais passam ultimamente, tanto as escolas quanto às famílias, naquilo que diz respeito às suas estruturas e dinâmicas internas, são reveladores de uma tendência crescente de conexão entre os territórios: família e escola.

A participação efetiva dos pais no processo de aprendizagem facilita a prática pedagógica dos professores. Isso evidencia a responsabilidade que a escola tem em incentivar e apoiar a articulação família-escola. As duas instituições são responsáveis pela inserção do sujeito no contexto social, devendo torná-lo capaz de alcançar o conhecimento com autonomia e acompanhar as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas.

A família, especialmente os pais, ocupa um importante papel na mudança do comportamento de seus filhos. Ela intervém no desenvolvimento humano do indivíduo, na relação com o meio natural e social. Desse modo, a postura dos pais, sua contribuição, suas ações e principalmente sua concepção sobre seu papel na educação da criança, deve se dirigir no sentido de se repensar mais profundamente a respeito da temática em foco. A família como toda instituição social, apesar dos conflitos é a única que engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal.

Conforme Almeida (2007) no ambiente familiar, o modo de ser do sujeito pode ser aprendido por meio de imitações, de significados atribuídos a determinadas situações que se dão na convivência via discurso das pessoas da família ou via comportamentos. É na família, que a criança aprende a se relacionar com outro, que aprende mitos, crenças e valores que traçam seu perfil como pessoa. Contudo, a família tem maior responsabilidade na educação dos indivíduos, por estar em constante contato em sua casa fase de formação e desenvolvimento.

Dessa forma, a substituição da família por outra instituição pode provocar uma insegurança emocional na criança, prejudicando seu ajustamento social. A participação da família é fundamental no processo educativo da criança, quando há satisfação das necessidades emocionais e sociais dos filhos.

Segundo Carraro (2006) a escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes, e valores) que, aliás, deve acontecer de maneira contextualizada desenvolvendo nos discentes a capacidade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que vivem. Eis o grande desafio da escola, fazer do ambiente escolar um meio que favoreça o aprendizado, onde a escola deixe de ser apenas um ponto de encontro e passe a ser, além disso, encontro com o saber com descobertas de forma prazerosa e funcional.