Relatório Final

Relatório Final

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o relatório de estágio realizado no âmbito da disciplina Formação de Professores Ensino Fundamental: Estágio Supervisionado com duração de 60 horas, realizado na Escola Municipal José Eduardo de Macedo Soares, localizada na rua Mário Piragibe – 41, Lins de Vasconcelos, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, vinculada a 3ª CRE. O mesmo foi realizado de segunda a sexta-feira, das 07h30m às 13h30m, por duas semanas seguidas.

Durante o período de observação, observei a turma do 3º ano do ensino fundamental I de turno único, tendo como regente a Professora Danielle Cristina Pereira, mestre em educação inclusiva e forma em pedagogia pela UERJ. Contribuiu de forma enriquecedora para minha formação, pois pude observar seu jeito, suas convicções, e até mesma uma troca pessoal que me fez querer ainda mais crescer como profissional aguçando o desejo de ser professora na escola pública.

Neste relatório quero desenvolver alguns pontos que acredito que sejam necessários e foram peças fundamentais para resultarem na minha experiencia.

Contextualização (Social/econômica/cultural)

Esta EM localiza-se no Lins de Vasconcelos, um bairro da zona norte e muito próximo de favelas, seu público discente é composto majoritariamente de crianças negras advindas dessas comunidades, e docentes sendo o oposto, onde apensas uma professora, a Danielle, é negra. A EM que estive presente durante duas semanas seguidas, traz consigo recortes importantes. Um ambiente precarizado, onde presenciei esgoto com vazamento que caia num local de passagem das crianças e professores, por onde eles acessavam quadra, sala de leitura e pátio. Situação que perdurou pelas duas semanas que estive presente, e que quando conclui não percebi nenhuma movimentação para resolução daquele problema.

A turma que acompanhei, 3º ano, posso afirmar que é uma turma mista em relação a alfabetização. Quase 30 alunos, todos dentro da faixa etária prevista, porém nem todos plenamente alfabetizados. Ao abordar esse assunto com a professoram regente, ela detalhou algumas dificuldades que enfrenta com relação a isso, mas que ainda sim todos seguem em frente. Ainda relatou que os alunos que mais apresentam dificuldades com a aprendizagem, são os que mais faltam e não conseguem fazer de fato o acompanhamento em conjunto com a turma, também foi relatado que em grande maioria, os alunos daquela turma tinham famílias empenhadas e que seguiam a mesma direção que a escola.

Foi possível ver na pratica o sucateamento acontecendo, professores em seus momentos mais descontraídos, pontuando problemas que estavam vivenciando em seu local de trabalho. Falta de insumos para a alimentação das crianças e dos profissionais que passam o dia trabalhando. Sendo relatado que as próprias cozinheiras muitas vezes tiravam dos seus salários verba para a compra de alguns alimentos e temperos, pensando nas crianças que muitas vezes só na escola tem a possibilidade de realizar uma refeição completa. Um ato de amor, resistência e que muitas vezes acaba passando desapercebido.

Alfabetização e o ensino de Ciências

É sabido que no ensino fundamental 1 ocorre a alfabetização, que inicia esse processo no 1º ano e que deve ser concluída até o 3 º ano. Assim como já relatei, a turma que estive do 3º ano afirmo ser mista. Existem crianças que não estão plenamente alfabetizadas ou nem perto disto. Diante disso, a professora tem feito essa retomada de processo, alfabetizando os que tem essa demanda sem prejudicar os que já estão alfabetizados.

O ensino de ciências ganha esse destaque pois tive um choque ao saber que a prefeitura do Rio de Janeiro não considera o ensino de ciência fundamental para as crianças do primeiro segmento. Contudo, a professora com quem estive, usa de sua autonomia como profissional e opta por dar esses conteúdos, faz oficinas exploratórias acompanhadas por relatórios que as próprias crianças produzem.

Observação sobre a participação dos estudantes nas atividades

Um ponto positivo que conto com entusiasmo, e de destacar a professora como peça