Resenha de “Da Crítica e da Seleção de Livros para Crianças e Jovens”

Resenha de “Da Crítica e da Seleção de Livros para Crianças e Jovens”

        O artigo de Yunes apresenta como a FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) realiza a seleção dos livros considerados recomendáveis às crianças e aos jovens. Mas antes, discute como deve ser o sujeito que realiza esta seleção.

        Incialmente, é preciso entender que para saber o que é bom na literatura não basta ser pai, mãe ou professor, é necessário ser leitor, acompanhante da produção e ter conhecimento deste tipo de literatura. Assim, aqueles responsáveis pelas seleções de livros devem conhecer aspectos da criação literária e ter referências de conceitos tidos como essenciais pelos especialistas. Entretanto, vários problemas aparecem quando se fala nessa seleção de obras, um deles é qual tipo de obra indicar, o que demanda uma avaliação das obras disponíveis no mercado que envolve autores, ilustradores, editores, professores... De acordo com a crítica especializada é preciso que esta escolha seja baseada em um conhecimento amplo da produção.  Também é preciso indicar obras memoráveis, principalmente para os jovens leitores, para que eles desenvolvam o prazer da leitura.  

        A partir destes pontos a autora apresenta o processo de seleção das obras literárias realizada pela FNLIJ, expondo suas dificuldades e ações realizadas. Por exemplo, são realizadas fichas dos livros lidos com críticas relacionadas ao estético e ao ideológico. Essas fichas/resumos são fundamentais para a criação da Bibliografia Analítica de LIJB. Além da leitura realizada pelos especialistas o material também é avaliado por bibliotecários, professores, críticos e pesquisadores de todo o país, e é a partir do retorno destes sujeitos que as obras são recomendadas e premiadas. Entretanto, apenas avaliar as obras não é suficiente, é preciso conhecer o leitor: entender suas necessidades, seu ponto de vista e enfoque de mundo.

        Quem seleciona livros infantis não precisa ser um crítico literário, mas sim um leitor crítico. Esta pessoa precisa ser do mundo; ter familiaridade com os leitores infanto-juvenis; com a produção do passado e do presente e, sobretudo, conhecer a produção literária como um todo. O leitor crítico precisa ter dois olhos, um que lê sem avaliar a história e outro que procura entender o motivo e como a obra pode seduzir o leitor.

        A partir da definição do leitor crítico, a autora discute como devem ser os critérios de avaliação das obras que devem atentar para os seguintes fatores: originalidade, linguagem e a perspectiva da criança.

        O artigo apresenta os pressupostos adotados pela FNLIJ ao buscar livros para serem indicados e como conclusão apresenta critérios que podem ser observados ao escolher um bom livro para o público infanto-juvenil. Tais critérios procuram orientar quanto ao roteiro, qualidade literária, qualidade gráfica e ilustrações, além de dicas dedicadas a gêneros específicos, como a poesia, prosa, livros sem texto, quadrinhos, traduções e adaptações.

        O presente artigo é excelente para orientar aqueles que não possuem muito conhecimento sobre a seleção de livros, pois apresenta critérios que podem ser seguidos durante a escolha, permitindo que um material de qualidade seja oferecido aos jovens leitores. É fundamental que os jovens e as crianças sejam apresentados a um material literário rico, pois com certeza isso influenciará no seu desenvolvimento do gosto pela leitura o que possibilita - quando realizada com qualidade - um conhecimento amplo do mundo, do funcionamento dos objetos, da nossa cultura e da cultura universal.