Resenha do 1º encontro - livro "os jovens e a leitura
Por: Karina Nascimento • 1/4/2019 • Resenha • 413 Palavras (2 Páginas) • 363 Visualizações
RESENHA CRÍTICA BIBLIOGRÁFICA
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: Uma nova perspectiva – São Paulo: Editora 34, 2008.
Petit apresenta diferentes considerações sobre os aspectos que influenciam a leitura, trazendo como exemplo os moradores de áreas rurais ou marginalizados, esclarecendo como o mecanismo de leitura para esses era propagado, incorporando assim, como a leitura pode introduzir-se na vida do leitor. Nesse contexto, a autora trás uma reflexão sobre a preocupação com a juventude em relação à leitura, pois se sabe que nos anos atuais, com o adjunto das novas tecnologias, a proporção de jovens leitores diminuiu. Essa preocupação é dada devido aos caminhos insertos que a vida oferece, como a desigualdade, a violência o desemprego, as drogas e etc. Para muitos desses jovens a leitura era entendida como um ‘instrumento de dominação’ utilizado para reforçar que eles não fossem dignos de conhecer o mundo da literatura. Porém, sabe que após o contato com a leitura, tais jovens reconhecem que por meio da leitura é possível construir outras possibilidades de sonhar, insistindo sobre o papel na construção do ‘eu’.
A autora constata, então, que a leitura pode contribuir para o pensamento crítico do leitor em relação ao seu cotidiano, ou seja, a imersão da leitura facilita a compreensão entre o meio cultural e a construção pessoal do individuo. Assim, seria possível realizar uma desconstrução da realidade, proporcionando um meio de reflexão do viver.
Em “As duas vertentes da leitura”, Petit trata de dois conceitos ligados à leitura: controle e liberdade. De acordo com entrevistados, a leitura solitária e silenciosa era uma exceção e que era mais comum a leitura comunitária e em voz alta, na qual era proibida qualquer manifestação de opinião. Desse modo era possível perceber a relação entre leitura e poder, já que era controlado os ‘como’ e ‘o que’ se ler. Porém em oposição ao tal fato, a leitura é considerada um ato de liberdade, pois “[...] os leitores apropriam-se dos textos, lhes dão outro significado, mudam o sentido, interpretam à sua maneira, introduzindo seus desejos entre as linhas: é toda a alquimia da recepção. Não se pode jamais controlar o modo como um texto será lido, compreendido ou interpretado.” (p. 26).
Petit então encerra a primeira parte do texto relatando como que a leitura e o acesso a bibliotecas podem ter transformado e possibilitado um olhar diferenciado da vida e como os mediadores de leitura (bibliotecários e professores) podem contribuir nesse contexto, na luta contra a exclusão.
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