Resenha do álbum cultural do recife Aurea Bizerra
Por: Mônica Lais • 26/11/2015 • Resenha • 2.351 Palavras (10 Páginas) • 360 Visualizações
Resenha do texto “Álbum Cultural do Recife de Áurea Bizerra, Leila Loureiro e Salete Maldonado (pagina 99 à 107) In. Educação de Jovens e Adultos.
A proposta de ler como textos e textos como
imagens de um mundo.Ao expressar um
conteúdo real e significativo com material cumpre uma função social alem do
aprendizado da escrita.” (pag 107)”
Segundo os autores, são inúmeras as questões, que são apontadas como insucesso em relação ao retorno dos jovens e adultos a escola. No Recife a Secretaria da Educação desenvolveu um projeto político pedagógico que visa à integração dos alunos e reconhece suas especificidades. Logo a secretaria vem procurando adequar profissionais para melhor desenvolver tais alunos. O projeto político pedagógico reconhece a escola como um lugar de vivencia de relações, que procura reinventar praticas em que o saber seja consolidado e democratizado, possibilitando valorizar a qualidade de ensino.
O álbum Cultural do Recife é um dos materiais que vem sendo produzidos pela secretaria, ele parte de uma concepção mais ampla de alfabetização, que não se restringi apenas a decodificação de símbolos, o álbum propõe uma leitura mais significativa do mundo que circunda os jovens e adultos. Atreves de dados levantados, chegou se na conclusão de que a maioria dos estudantes, nunca freqüentaram museus, teatros, parques de exposição, bibliotecas, etc., iniciou se assim uma discussão sobre, como pensar em uma escola com mais alternativas de aprendizagem, e porque não influencia los a conhecer e freqüentar esses locais.A escola pode criar diversas condições para que todos ao alunos possam se beneficiar dos bens culturais de suas cidades, o objetivo desses passeios não se encerra nas visitas ou na mera observação, o que se quer é propiciar a descoberta da historia e da cultura da cidade para todos os estudantes,bem como o reconhecimento de cada um como autor da sua própria historia e cultura.
O álbum cultural do Recife representa um instrumento pedagógico para a alfabetização e pos alfabetização lingüística e estética. O primeiro volume serve como mapa para professores e alunos que iniciam uma nova trajetória, os locais que constam nesse volume, geralmente são os visitados durante os passeios. O álbum faz parte de um projeto maior, que envolve o aluno, o professor e a equipe pedagógica em todo o seu processo. Inicia se em sala de aula , quando alunos e professor debatem sobre pontos negativos e positivos de sua cidade, sobre o que conhecem ou não dela ou sobre o que a cidade os oferece. O processo segue, a partir do levantamento de imagens significativas da cidade, acompanhadas de textos de conteúdo histórico cultural (cada texto e adaptado e trabalhado de acordo com a necessidade dos alunos). As imagens anexadas são escolhidas de acordo com o que expressam as suas linhas e entrelinhas, são produções escritas e visuais que proporcionam outros olhares, outras historias. Os textos buscam uma diversidade de estilos e ao se defrontarem com os mesmos, os alunos têm a oportunidade de se identificar mais com uns do que com os outros. Essas diferenças de gosto, incentivam a troca de informações e a discussão sobre o que se trata cada um e em que contexto foram escritos.
Segundo Ana Mãe, uma sociedade só é artisticamente desenvolvida quando ao lado de uma produção artística de alta qualidade, há também uma alta capacidade de entendimento dessa produção pelo publico. Ainda é possível tornar a alfabetização estética aliada da alfabetização lingüística, pois o conceito de arte esta ligado a cognição, o conceito de fazer arte esta ligado a construção e o conceito de pensamento visual esta ligado a construção do pensamento a partir da imagem. Ao trabalhar com os alunos, o álbum cultural do recife constrói historia a partir de cada obra de arte examinada pelos alunos, estabelecendo conexão e relação com outras obras de arte e outras manifestações culturais. Depois de percorrer todo esse processo os alunos tem diferentes e novas percepções, cada um tem o seu olhar sobre a cidade e a sua palavra sobre o mundo que o circunda, é uma possibilidade de construir o seu próprio texto.A leitura não é simplesmente decodificar símbolos gráficos, é um meio de conhecimento e compreensão de uma realidade social.
Através do texto pode se perceber que o álbum cultural do recife tem como principal objetivo, desenvolver seus cidadãos, são imensas as trajetórias que uma cidade ou uma escola, pode seguir com seus alunos ou habitantes. O álbum tem como finalidade formar estudantes que possam se orgulhar de si mesmo, pessoas capazes de se manter equilibrados diante de qualquer situação proposta. Conhecer a sua cidade, não envolve apenas o aspecto regional, ou o fato de estar bem informado sobre o passado, presente e futuro, envolve muitos outros aspectos que são muito importantes para o crescimento de uma pessoa, o relacionamento interpessoal, a auto-estima, se sentir parte da algo, são pontos essenciais para o desenvolvimento de alguém. O essencial seria que em todas as escolas, não só escolas de jovens e adultos, mas todas as outras tivessem idéias como essa, e fizessem mais aulas passeios com seus alunos, adaptassem suas aulas, para que tivessem mais entusiasmo, e chamassem mais a atenção dos estudantes, aprender não se resume mais, em ler e escrever, em “codificar símbolos”, agora aprender pode ser a coisa mais divertida e interessante do mundo, basta que os estudantes caiam em mãos certas e os responsáveis pela formação dos professores saibam prepara los.
Resenha do texto “O almanaque do Álua de Alexandre Aguiar e Cleide Leitão , (pagina 111 à 123) In. Educação de Jovens e Adultos.
Destes almanaques que fizeram da parte das infâncias,
Adolescências, juventudes, velhices.Fizeram uma parte
de vida num cotidiano cíclico,repetitivo. Lidos em voz
baixa, em voz alta,conselheiros divertidos e necessários.
(Pag 115)
Segundo Aguiar e Leitão, no século XVI os almanaques já circulavam pelas aldeias, naquela época, a pratica pela leitura era algo um pouco distante dessa população, de inicio o alvo dos almanaques era o clero e a nobreza, porem, ainda assim foram os camponeses (povo das aldeias) que melhor aproveitaram os textos impressos nos almanaques. Segundo Brandini foi ao final do século XVIII que diferentes praticas de leitura começaram a ser observadas, segundo Chartier foi em 1794 que os almanaques começaram chamar a atenção por serem encontrados em casas de determinadas regiões da França. No século XVIII os almanaques começaram a ter um novo alvo de “escrita”, como nessa época se passava a Revolução Francesa e ao mesmo tempo um movimento de valorização da leitura, pessoas como os irmãos Grimm e Perrault coletavam historias e fabulas dos camponeses, retocavam as historias para um grau de obscenidade, violência, heresia e bruxaria, que era o universo que mais prevalecia na época, e apresentavam para o publico uma versão arrumada do mundo camponês. Nesse período até o século XIX, os almanaques eram um tipo de fonte que trazia diferentes estilos da oralidade para a escrita, eles faziam já nesse tempo, o que hoje chamamos de oratura. Devido à aceitação e penetração que os almanaques tiveram nos meios populares, eles começaram a ser apropriados pela Igreja, e a partir daí foram distribuídos em grande escala, porem, mesmo tendo ligação com a Igreja não deixaram a característica lúdica que sempre tiveram.
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