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Supervisao escolar na educacao infantil

Por:   •  7/11/2016  •  Artigo  •  5.721 Palavras (23 Páginas)  •  430 Visualizações

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Supervisão Escolar: na Educação Infantil

 “A infância e os desafios contemporâneos”

RESUMO

Este estudo tem o propósito de analisar a infância e os desafios contemporâneos e em geral seus reflexos no processo ensino-aprendizagem e alguns os desafios do pedagogo, do supervisor escolar na educação infantil.

Palavras-Chave: Educação Infantil, Contemporâneo, Ensino- Aprendizagem.

  1. INTRODUÇÃO

A construção do artigo foi fundamentado por referencial teórico: “Concepções de Infâncias; Origens da creche e da pré-escola; Políticas Públicas para a Educação Infantil; Princípios e aspectos norteadores para a elaboração de uma proposta pedagógica para Educação Infantil e leitura do livro: Infâncias que nos escapam: da criança na rua á criança Cyber, do autor Leni Vieira Dornelles”.

Este estudo tem o propósito de analisar a infância e os desafios contemporâneos e em geral seus reflexos no processo ensino-aprendizagem e alguns os desafios do pedagogo, do supervisor escolar na educação infantil.

Ao longo da historia, as crianças, têm sido formadas em diferentes espaços e como suas práticas são utilizadas com o fim disciplinar e produzir o sujeito-aprendiz.

        Desconstrói a visão que toda criança é universal, única, pura, ingênua e nos diz que a criança hoje é tudo isto, mas também é desafiadora, esperta, reivindicadora, pensante, problematizadora, capaz de muitas vezes viver e aprender a sobreviver sem o adulto e por conta de tudo isso ela nos escapa.

        O grande desafio do educador do século XXI, dar conta das infâncias que continuam nos assustando, escapando de nossas redes, escapando de nossos saberes e poderes.

        A idéia ocidental de infância vai se afirmando cada vez mais em uma época como o Renascimento, até então a criança não era vista senão como mero ser biológico. A emergência da criança como um acontecimento visível faz com que este passe a ser falada, dita explicada, caracterizada como um ser inocente, diferente do adulto, que precisa de cuidado e proteção.

A idéia de inocência causa a proteção da sexualidade adulta ou de certos conhecimentos acerca do sexo; produz também o discurso de um sujeito infantil universal naturalmente “racionante”, sujeito aprendiz que precisa ser colocado na posição de aluno, que precisa ser orientado em suas tendências “naturais” de curiosidade. Surgiram então estratégias planejadas para conhecer a criança de uma forma melhor, afim de regulá-la.

        As estratégias do governo irão “patologizar” todas aquelas que desviam do padrão “normal”, todas as psicopatologias, psicopedagogias e os transtornos de comportamento deverão ser medicadas e corrigidas. A criança passa a ser produzida como um ser frágil e carente de cuidados, ela adquire o status de infantil.

        A invenção da infância implica saberes e verdades que têm a finalidade de descrever a criança, classificá-la, compará-la, hierarquizá-la, excluí-la, homogeneizá-la, segundo novas regras ou normas disciplinares. E o exame para o autor Foucolt “é um controle normalizante, uma vigilância que permite qualificar, classificar e punir...”, o exame é altamente ritualizado.

        Uma vigilância onde o sujeito infantil não só é vigiado, mas vigia a si mesmo tornando-se o principio de sua sujeição. Ao ser individualizado, dessa maneira, a criança possa a ser um objeto de descrição e documentação.

        A vontade de ter poder, que multiplica o número de instituições de disciplina os aparelhos já existentes, como o intuito de regular e controlar as populações.

        Para que esse tipo de governo das crianças funcione múltiplas práticas disciplinares, tais como exame, os registros de avaliação, os métodos de ensino e as pedagogias, regulam as varias fases do seu crescimento, constituindo um dispositivo que possibilita que as crianças sejam submetidas á mediação, decifração, comparação, hierarquização, classificação.

        Um dos dispositivos do governo utilizado pela Modernidade é do disciplinamento das crianças e este possibilita que cada uma delas, cada vez mais, discipline a si mesma, vigie a si mesma e ao mesmo tempo se torne mais produtiva e dócil, ou seja, melhor governada.

        Existem muitas infâncias, as mais pobres, mais ricas, a do terceiro mundo, dos países ricos, da tecnologia, as abandonadas, socorridas, amadas, armadas, etc. No entanto a modernidade ocidental, ao universalizar e naturalizar apenas uma destas infâncias como dependente e necessitando de proteção, passou a deixar de lado a sua diversidade, esquecendo que as infâncias são múltiplas como produtos sociais e históricos.

        A infância ninja é aquela infância que esta a margem de tudo. Das novas tecnologias, dos games, da internet da multimídia, são crianças e adolescentes que estão muitas vezes fora das casas, sem acesso aos produtos de consumo e muitas sobrevivem nos bueiros da vida urbana.

        Desigualdade que na cotidianidade se naturaliza produzindo a própria exclusão, materializada na infância da rua, na prostituição, no trabalho infantil, nas instituições de enclausuramento das crianças que vivem em presídios por suas mães estarem presas, na falta de creches e instituições de atenção a saúde, etc.

        Um exemplo da infância ninja pode ser encontrado a partir do século XVIII, nas rodas de expostos ou dos hospícios para menores abandonados.

        As crianças ninjas atualmente são encontradas dentro de esgotos, embaixo de viadutos e pontes. São vistas diariamente nas esquinas com sinaleiras fazendo malabarismos, vendendo coisas, pedindo esmolas, isso certamente marca em tipo de infância inventada como marginal, perigosa, aquela que, mesmo sem o adulto para protegê-la e ampará-la, produz um cotidiano que possibilite sua sobrevivência.

        Já a infância cyber (cyber-infância) é aquela infância afetada daquelas novas tecnologias, que vêm produzindo a infância tida como perigosa, talvez por não se ter produzido um saber suficiente para controlá-la ou por que não consegue melhor governá-la.

Os quartos das crianças se transformam numa sala informatizada, um quarto/lan house globalizado, com televisão a cabo e informações do mundo via internet e o hábito de ler na tela do computador, tão comum quanto o tradicional virar a pagina de um livro.

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