TCC-PEDAGOGIA HOLISTICA
Por: danicampos34 • 4/6/2015 • Trabalho acadêmico • 3.267 Palavras (14 Páginas) • 838 Visualizações
FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER
DANIELLE RIBEIRO DE CAMPOS
PEDAGOGIA HOLÍSTICA: UMA NOVA VISÃO EDUCACIONAL.
CURITIBA
2009.
02.
1. ABORDAGEM HOLÍSTICA NA EDUCAÇÃO.
O modelo de mundo atual vem proporcionando uma grande crise a ser vivida pela raça humana.
Os cientistas, movidos pelo paradigma cartesiano, alcançaram um desenvolvimento tecnológico significativo, o que possibilita para a raça humana o tão almejado conforto material.
Este modelo de mundo, quando aplicado às ciências sociais e humanas, levam a uma concepção fragmentada do ser humano, demonstrando assim a perda de referencia do homem moderno.
Na educação esta fragmentação é ainda mais visível, pois é possível se perceber claramente a ênfase dada as teorias, alienando-se a todo o universo que circunda a sociedade atual.
Nossos alunos são trucidados nas escolas que privilegiam o casto materialismo e mecanicismo, sendo acolhidos como vasos vazios que precisam ser enchidos com valores de uma sociedade ultrapassada.
Uma concepção que levasse toda essa balbúrdia a uma trajetória de reequilíbrio não poderia deixar de emergir, promovendo a ação de uma nova visão da realidade; uma visão mais humana, mais analítica das relações estabelecidas entre as infindadas partes do todo universal.
O holismo, sem recusar as características “mecânicas” presentes na natureza, compreende o universo mais como uma rede de inter-relações dinâmicas.
Esta nova visão de mundo pode ser intitulada como Educação Holística. Este tipo de educação tornou-se transparente recentemente, alicerçando-se em acordos internacionais entre educadores já adeptos ao holismo de diversos países e diferentes tendências educacionais. O marco mais relevante foi a Declaração de Chicago, consesuada na oitava Conferência Internacional de educadores Holísticos em Chicago, Illions (junho de 1990).
Pautados na Declaração de Chicago, os processos educacionais do novo milênio devem basear-se nos fundamentos da perspectiva holística, destacando o desafio de criar uma sociedade sustentável, justa e pacífica. A visão holística busca aumentar a forma como se observa e a relação que se tem com o mundo, enfatizando as potencialidades humanas inatas.
03.
Para assimilar melhor o processo pelo qual a educação está passando e o desejo dos educadores atuais, é necessário entender realmente em que se pauta a abordagem holística, pois é esta que poderá acrescentar ao sistema educacional, uma visão que virá a priorizar a valorização do educando em todos os seus aspectos.
O termo holismo origina-se do grego holos, que significa todo, inteiro, integral, totalidade. Desta forma, educadores, acreditam encontrar na visão holística o caminho para a restauração significativa do fazer pedagógico.
O sistema de educação engendrado através das diversas práticas educativas tem sido desfeito através da permanência de modelos dicotomizadores e reducionistas, fundados na hegemonia da representatividade da razão analítica, no pensamento calculista, baseado em métodos e conteúdos meramente instrutivos, mecânicos e instrumentais.
Procurando romper essa visão fragmentada, a cosmovisão holística procura inserir-se processualmente na educação, entendendo-a como um processo de formação integral do ser humano, fundamentando-se na amplitude da complexidade de sua totalidade dinâmica e mutante, onde os pólos do cognitivo e do intuitivo, do pensar e do sentir, da mente e do corpo, de Logos e de Eros vão sendo abordados e cuidados de maneira inclusiva e dialógica. Isso ocorrerá na proporção em que educadores e educandos vierem a se abrir para a reeducação de valores e posturas, sobressaindo a relação conjuntiva de ambos, fundamentados nos princípios da inteireza, da interdependência, da complementaridade, do movimento, da diversidade e da espiritualidade.
A educação, dentro desta perspectiva, prioriza a formação do ser humano, na sua globalidade e sedimentação da experiência transdisciplinar que reunirá os mais diversos campos do saber, no fluxo da coexistência vigorosa e criadora entre suas diversidades, o que proporcionará ao longo do tempo o desenvolvimento da compreensão e vivência cada vez mais ampla da totalidade de nosso ser como um todo.
J. Krishnamurti compreende a educação como experiência que deve levar os indivíduos a “compreender o significado da vida como um todo”, ao desenvolvimento primoroso da inteligência, sendo esta compreendida como “capacidade de perceber o essencial” (KRISHNAMURTI, 1994, p.12). Para este
04.
autor, “ a mais alta função da educação consiste em produzir um indivíduo integrado, capaz de entrar em relação com o todo” (TAVARES, 1993, p.128), para que assim possa descobrir e revelar a graciosidade de seu ser no mundo.
As práticas educativas sustentadas na cosmovisão holística virão a modificar o cotidiano da sala de aula em locais onde somente são realizados “rituais de iniciação dos seus “personagens”, nos aprendizados coletivos possibilitados pelas diversas sabedorias humanas, através de um desenvolvimento da consciência meditativa/reflexiva e da vivência de sentimentos, crenças, valores que proporcionam a descoberta dos sentidos mais profundos e originários da vida. Na proporção em que as vivências educativas tornam-se momentos de celebração da vida através das expressões da arte e da cultura vivida pelos educandos e educadores, permite a cada um o aprendizado dos significados mais expressivos e relevantes para os procedimentos de desenvolvimento da consciência dos valores humanos primordiais, na busca do ser mais precioso.
Dentro da visão holística, o corpo, que é concebido com o predomínio do paradigma cartesiano-newtoniano na educação apenas como máquina pensante, invólucro da razão, passa a ser visto como morada viva da existência humana, onde pulsam desejos, sentimentos, emoções, valores e que, através de sua energia e movimentos rítmicos possibilitam celebrações e descobertas com o ser senciente e pensante que existe nos seres humanos.
Este entendimento do fazer educativo implica a identidade e a pluralidade cultural vista a afirmação da expressividade das culturas locais em suas peculiaridades, promovendo a relação dialógica das mesmas com a diversidade de outros repertórios culturais.
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