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Por: cleojoaosousa • 11/2/2024 • Artigo • 1.299 Palavras (6 Páginas) • 71 Visualizações
DIFICULDADES DO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO NA ESCOLA
Cleonice Nunes Sousa[1]
Resumo
A condição de mudanças que é necessária nas atitudes e práticas direcionadas a grupos específicos, principalmente, as pessoas com transtornos como o autismo. Em relação às atitudes, a prioridade é reverter a ótica de pessoas dependentes, totalmente incapazes e merecedores de piedade e ser observadas como pessoas participativas e com capacidades. As principais mudanças não são nas estruturas, mas no suporte humano para que tenham um espaço social igual de outras pessoas, revelando a solidariedade e colaboração total da escola em fazer o mundo um lugar que receba crianças autistas de forma acolhedora e benfazeja.
Palavras chave: Crianças. Autismo. Escola. Transtornos.
1 Introdução
Numa explicação bem breve, podemos dizer que o autismo é um problema de ordem neurológica que provoca alterações em diversos segmentos, mas de forma mais acentuada é a comunicação. Muitas vezes observam-se casos de epilepsia e retardo mental, no entanto, as causas não são conhecidas.
As crianças autistas precisam de compreensão e de alguém que as cuide sem interrupção buscando protege-las de situações de risco, coisas que acontecem diariamente e que podem representar perigo para eles, pois eles não tem a mesma percepção.
A escola precisa aprender a lidar com situações assim justamente para tranquilizar a família diante do fato, que, muitas vezes, é pesado para compreender e aceitar as dificuldades diárias.
2 AUTISMO
De acordo com Caetano (1993), a criança autista tem algumas características como repetir uma mesma rotina como morder as mãos, se balançar pra frente e pra trás, ficar girando, entre muitos outros exemplos, como se explicita no CID-10 F84.0.
Algumas crianças com transtornos autistas exibem mudanças súbitas de humor, com acessos de riso ou choro sem uma razão óbvia. É difícil saber mais sobre esses episódios, se a criança não puder expressar os pensamentos relacionados ao afeto. Hipercinesia é um problema de comportamento comum entre criança autista pequenas. Hipocinesia é menos frequente; quando presente alterna-se com hiperatividade. Agressão e acesso de raiva são observados, em geral induzidos por mudanças ou exigências. Comportamento automutilador inclui bater a cabeça, morder, aranhar e puxar o cabelo. Período de atenção curto, baixa capacidade de focalizar-se em uma tarefa insônia, problemas de enurese também são comuns (SADOCK, 2007, p. 1292).
De acordo com Piaulino (2008), os autistas geralmente resistem a mudanças de rotina, preferem continuar com seus movimentos habituais, fazendo brincadeiras como deixar objetos alinhados perfeitamente e, normalmente, apresentam apego a objetos que não são comuns para outras crianças como embalagens de algum produto, zíperes, botões, prendedores de roupa, etc.
Aproximadamente um terço das pessoas com autismo e com retardo mental sofrem crises convulsivas, que geralmente começam a se manifestar dos 11 aos 14 anos. No entanto, o problema afeta em menor escala, as pessoas com autismo com QI normal girando em torno de 5%. Muitas pessoas com autismo apresentam problemas comportamentais ou emocionais. A hiperatividade é frequente, podendo vir a desaparecer na adolescência ou ser substituída ou não pela inércia (fala de ação, preguiça, falta de energia moral e intelectual. A irritabilidade é comum nas pessoas com autismo e podem ser desencadeadas pela dificuldade de expressão e comunicação ou pela interferência em seus rituais e rotinas. Na vida adulta, aproximadamente 10% das pessoas com autismo trabalham e são capazes de se cuidar. Raramente mantém bons amigos, casam-se e tornam-se pais. As crianças com autismo que apresentam um QI inferior a 60, provavelmente serão dependentes até na vida adulta (PIAUILINO, 2008, p. 21).
Ainda para Piaulino (2008), depois da descoberta do autismo, os pais sofrem muito para aceitar, tornando isso um processo bastante pesado. As primeiras suspeitas ocorrem no núcleo familiar quando se percebem características como ausência de linguagem verbal, hiperatividade ou hipoatividade, dificuldade de contato visual, dificuldade de compreensão e de transmitir o que quer comunicar. Quando sente essa dificuldade de comunicação expressa em forma de crise nervosa, passando a não atender coisas simples como brincar com outras crianças, se concentrar, mudanças de humor sem motivo aparente, entre outros.
De acordo com Szabo (1996), crianças autistas tem dificuldade de seguir regras sociais, por isso, agem de forma inesperada como gritar despropositadamente, invadir residências em busca de objetos que queira possuir, pegar objetos de mercados e lojas sem permissão, agredir outras pessoas com mordidas ou cabeçadas. Este fato faz com que haja rejeição familiar e social, deixa-se de inclui-los em grupos sociais por vergonha da situação ou simplesmente por não querer se incomodar ou ter trabalho.
2.1 Dificuldades no desenvolvimento escolar de crianças autistas
Mantoan (2011), explica que as pessoas nascem iguais em direitos e dignidade, porém, algumas pessoas nascem com problemas físicos ou mentais, ou os dois, determinando características que as determinam como socialmente diferentes. O fato de que a sociedade precisa conviver com estas pessoas causa comportamentos adversos, onde o preconceito repele pessoas com necessidades especiais, tirando ainda mais suas oportunidades e aumentando as dificuldades de convivência com conhecidos e colegas de escola.
Segundo Campbell (2009), a família sofre alterações em sua posição social, nos relacionamentos internos e externos, promovendo sentimentos angustiantes de frustrações e desesperança.
Compreender o desenvolvimento da criança autista é o primeiro passo para intervenções educacionais e terapêuticas que atinjam bons resultados, próximo da realidade e que vá ao encontro de suas necessidades e habilidades. Por serem as pessoas autistas tão diferentes umas das outras, tão heterogêneas em suas necessidades e competências, cada caso exige uma adequação específica de estratégias e objetos de tratamento (CAMPBELL, 2009, p. 121).
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