Teorias Psicogenéticas em Discussão
Por: Kjplm • 30/3/2020 • Relatório de pesquisa • 1.462 Palavras (6 Páginas) • 159 Visualizações
Teorias Psicogenéticas em Discussão
Desenvolvimento do juízo moral e afetividade na teoria de Jean Piaget
Segundo Yves de La Taille
1- As regras do jogo
Para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras, sendo que a essência da moralidade deve ser procurada no respeito que o individuo tem por elas.” Piaget utilizou o jogo coletivo de regras em sua pesquisa tendo em vista a justiça e a honestidade.
A evolução pratica e consciente foi dividida em três regras:
1° Anomia (até 5/6 anos): As regras coletivas não são seguidas pelas crianças.
2° Heteronomia ( até 9/10 anos): As regras é vista pelas crianças, como sendo de origem imutável e não como contrato firmado entre os jogadores.
3° Autonomia: É a visão adulta do jogo, os jogadores respeitam as regras.
2- O dever moral
O ingresso da criança no universo moral consiste na aprendizagem que os pais e demais adultos impõe a ela, acontece na fase da heteronomia e se dá pelo realismo moral, que se caracteriza:
- a criança considera que todo ato de obediência às regras impostas é bom.
- as regras são interpretadas ao pé da letra.
- há uma concepção objetiva de responsabilidade.
3- A justiça
A justiça, junta todas as outras noções morais e abrange ideias matemáticas. Quanto menor a criança, maior será a noção de justiça. Com 8/9 anos a desobediência já começa a ser vista como um ato legitimo quando há flagrante injusto.
4- As duas morais da criança e os tipos de relações sociais
Para Piaget, o sujeito participa de maneira ativa no decorrer do seu desenvolvimento intelectual e moral, e autonomia diante das leis da sociedade. As relações interindividuais dividem-se em coação e cooperação. Sendo que coação é uma relação desigual; em que um dos polos coloca suas verdades. E cooperação é o oposto, onde existe uma relação constituída por iguais, recíproca e envolve acordos.
Resumindo: para ajudar a conquista da autonomia, a escola precisa respeitar e aproveitar as relações de auxilio que nascem da interação entre as crianças.
5- Afetividade e inteligência na teoria piagetiana do desenvolvimento do juízo moral
Segundo La Taille, o mais importante na teoria piagetiana é que nela “não assistimos a uma luta entre afetividade e moral” (p. 70). Afeto e moral se unem em harmonia: o sujeito autônomo não é retido, ele tem liberdade e respeito mútuo.
O problema da afetividade em Vygotsky
Segundo Marta Kohl de Oliveira
Vygotsky é considerado um cognitivista, mesmo nunca tendo usado o termo cognição, mas , pela função mental e da consciência. Para ele, existe uma distinção básica que esta entre as funções mentais elementares e as superiores. Sua abordagem é globalizada, assim, podemos dizer que, não dá para separar interesses pessoais do ser pensante.
- Consciência
Vygotsky vê a consciência como “organização objetiva observável do comportamento, que é imposta aos seres humanos através da participação em práticas sócio-culturais.” (p. 78)
Para ele a consciência seria a essência da psique humana, constituída por funções psicológicas que envolvem a inter-relação dinâmica e em transformação entre:
- Subjetividade e interação social
- Intelecto e afeto
- Atividade e representação simbólica
- Subjetividade e intersubjetividade
As funções psicológicas humanas mais elevadas referem-se a processos voluntários. São autônomos em fatores biológicos.
A internalizarão de modelos culturais de comportamento se dão com a formação da consciência, que é a constituição da subjetividade por meio de situações de intersubjetividade.
- Sentido e significado
Para Vygotsky existem duas funções básicas da linguagem:
- Sendo a interação social e o pensamento generalizante.
- O significado exige uma conexão entre o cognitivo e o afetivo.
Sendo assim, pode-se concluir que, significado é o núcleo fixo da compreensão e sentido é o entender de cada palavra a cada pessoa no seu contexto afetivo vivido.
- O discurso interior
O discurso interior é a incorporação da linguagem. É quando falamos com nós mesmos.
A afetividade e construção do sujeito na psicogenética de Wallon
Segundo Heloysa Dantas
- A teoria da emoção
Para Wallon, a importância afetiva tem lugar central, na construção e no conhecimento de uma pessoa.
Segundo ele, a parte emocional, que é típica do ser humano, pode ser social e biológica, e as emoções podem ser hipotônica (susto/depressão), ou hipotônica (cólera/ansiedade).
- Características do comportamento emocional
É a emoção que nos dá a solidariedade afetiva, e nos garante a nossa sobrevivência.
Pela função social da emoção, resulta o caráter e a necessidade da presença do outro. A emoção tem efeitos desorganizadores, ela desestabiliza o ser humano.
Wallon diz que não existe estado não emocional, porque mesmo a pessoa estando tranqüila, mostra emoção. Sendo assim, a emoção deveria ser educada para evitar a formação do “circuito perverso da emoção”. Que é o efeito desordenado da emoção, que descontrola o próprio corpo e diminui o raciocínio, diminuindo assim, percepções importantes.
- Afetividade e inteligência
A afetividade é própria do ser humano. É com ela, juntamente com o cognitivo, que nos tornamos seres racionais. Com o nosso desenvolvimento, a afetividade se une com a inteligência e se racionaliza.
- Inteligência e pessoa
“O produto último da elaboração de uma inteligência, concreta, pessoal, corporificada em alguém, é uma pessoa. A construção da pessoa é uma autoconstrução.” (p.97)
Para Wallon, não existe nada mais social do que o processo que o individuo se singulariza, quando o seu eu se constrói por meio da cultura, e deixa claro que ... O ser humano, tanto no individual, quanto no social, é uma obra sempre inacabada.
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