Testando O Uso das praticas pedagógicas
Por: daylanne24 • 19/6/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 3.845 Palavras (16 Páginas) • 204 Visualizações
Testando o uso das práticas pedagógicas no ensino de Biologia
Daylanne Brandão Souza
João Marcos de Góes
Atualmente há uma grande expectativa em praticamente todos os setores da humanidade pela ocorrência de mudança e isso deve-se a velocidade de como as transformações vem ocorrendo no nosso dia a dia. Essa tem sido uma procura desenfreada por muitos, em busca de algo diferente, novo e eficaz que traga uma resposta, uma saída ou simplesmente uma melhoria.
Essa combinação de fatores pode se encaixar no processo educacional através das práticas pedagógicas, pois elas procuram produzir essa mudança qualitativa no ensino.
As práticas pedagógicas na disciplina de biologia, por meio de estratégias didáticas direcionadas a alunos do ensino médio, possibilitam uma melhor compreensão de conteúdos. Neste contexto, essa metodologia aplicada com os alunos tem como finalidade promover um maior questionamento, análise e discussão da prática. Bizzo (2010, pg. 94) menciona que “Quando o aluno realiza uma prática ele tem a oportunidade de verificar se aquilo que ele pensa, de fato ocorre, a partir de elementos sobre os quais não tem controle absoluto’’.
O estudo sobre a importância das práticas pedagógicas chega a compelir a um questionamento e a uma investigação sobre as frequentes dificuldades encontradas pelos alunos em assimilar alguns dos conteúdos. Assim o planejamento didático torna o processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico e eficaz. Por conta disso é que Gonçalves aposta na eficácia do planejamento de uma aula:
(...) as aulas de ciências podem e devem ser planejadas para que os estudantes ultrapassem a ação contemplativa e encaminhem-se para a reflexão e a busca de explicações, pois é dessa forma que os estudantes terão a chance de relacionar objetos e acontecimentos e expressar suas idéias (GONÇALVES, 1991, p.19).
Entretanto, vale ressaltar que a questão foi levantada, visto que muitos alunos possuem dificuldade em assimilar a realidade de um objeto de estudo no ensino das ciências biológicas, sendo que na atual realidade das salas de aulas a disciplina de biologia é considerada pelos alunos como uma disciplina que não se tem motivação em estudar e decorativa. Bizzo assim afirma:
(...) o maior problema dessa forma de estudar as idéias desenvolvidas pela biologia é que depois de algum tempo os alunos já não se lembram mais do que memorizaram e é como se nada tivessem estudado. Portanto, alem de ser muito chato para o aluno e angustiante para o professor, essa “decoreba” é rigorosamente inútil (BIZZO, 2010, p. 151).
Por isso é importante salientar o que Krasilchik (2011), diz:
O envolvimento do aluno depende da forma de propor o problema e dos instrumentos e informações fornecidas pelo professor aos estudantes. O mesmo assunto pode ser usado em um exercício que apenas vise à confirmação de uma teoria, ou usado como objeto de pesquisa (KRASILCHIK, 2011, p.88).
Os intermediadores do processo de ensino e aprendizagem devem oferecer em suas aulas formas atrativas e motivadoras sobre o conteúdo, tornando o uso das práticas pedagógicas uma ferramenta diferenciada para uma melhor assimilação dos conteúdos abordados.
Compreende-se que ensinar é estar apto a ouvir o ponto de vista dos alunos, analisar suas dúvidas, não apenas transferindo a informação teórica de forma mecânica, mas vivenciando o processo de ensino e aprendizagem por meio de práticas pedagógicas que possam aproximar o discente da realidade do conteúdo em estudo. Para Freire (2002, p.12) “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Analisando o caminho já percorrido, é interessante destacar dois pontos importantes que delimitam mudanças que podem marcar o processo na melhoria do ensino de Biologia. Trata-se de entender a evolução que o ensino já passou e como ele se estabelece hoje apontando propostas e ações que supram com os interesses da sociedade.
Atualidade do ensino de Ciências e Biologia
Uma tendência do ensino de Ciências e Biologia prevista nos currículos escolares é desenvolver a capacidade de pensar logicamente e criticamente, porém esse objetivo nem sempre é alcançado, uma vez que, em sala de aula o que temos ainda é um ensino tradicional pautado apenas na imagem do professor. De acordo com Krasilchik (2011, p.22), essa concepção, os objetivos do ensino de ciências e biologia são: aprender conceitos básicos, analisar o processo de investigação científica e analisar as implicações sociais da ciência e da tecnologia.
Tais perspectivas centram-se na necessidade de melhor preparar os profissionais para incorporarem as inovações científicas e tecnológicas recentes ao trabalho que desenvolvem em sala de aula, e para redimensionarem sua atuação, tendo em vista a configuração atual da nossa sociedade, particularmente em relação ao que concerne aos avanços da tecnologia.
Neste sentido Marandino (2003, p. 173), levanta questões que envolvem a prática de ensino das diferentes áreas da ciência considerando o contexto e as discussões sobre as Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores. O autor ainda relata que a Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, no que se refere ao nível superior, curso de licenciatura em graduação instituída em 2002, estabelece inúmeras mudanças que devem ser pensadas e analisadas com relação à prática de formação de professores.
Com as várias transformações que a escola e o mundo globalizado no qual estamos inseridos vem sofrendo é importante salientar que a forma metodológica e os objetivos de ensinar a ciência também devam estar adequados a esse novo padrão, o que demonstra o objetivo do PCNEF – Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental:
O objetivo fundamental do ensino de Ciências Naturais passou a dar condições para o aluno vivenciar o que se denominava método científico, ou seja, a partir de observações, levantarem hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso, trabalhando de forma a redescobrir conhecimentos (BRASIL, 1998, pg. 19-20).
Nesse sentindo, o modo de ensinar nos dias atuais deve ser de forma diferenciada e ativa, esse ato deve promover nos alunos uma busca de novos significados em relação ao conteúdo analisado. Portanto, as propostas de ensino de ciências devem favorecer a utilização de trabalhos práticos a serem desenvolvidos em sala, como diz Weissmann, (1998):
[...] Nas aulas de ciências mais utilizadas é frequente ver alunos que manipulam materiais de laboratório, que observam, misturam, completam quadros; no entanto poderíamos pergunta-nos se são realmente alunos ativos do ponto de vista cognoscitivo (WEISSMANN, 1988, pg. 25).
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