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Trabalho Sobre Autismo

Por:   •  30/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.862 Palavras (12 Páginas)  •  1.003 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que possui diferentes síndromes caracterizadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo, mais conhecido como “Transtorno do Espectro Autista (TEA)”. Independentemente das causas é importante ressaltar que a criança autista tem direito de estudar segundo Mantoan (2002),

         “Todos os alunos, sejam quais forem suas dificuldades e incapacidades reais ou circunstanciais, físicas ou intelectuais, sociais, têm a mesma necessidade de serem aceitos, compreendidos e respeitados em seus diferentes estilos e maneiras de aprender e quanto ao tempo, interesse e possibilidades de ampliar e de aprofundar conhecimentos, em qualquer nível escolar. É impossível saber, de antemão, "como" e "quanto" alguém será capaz de aprender são descabidos, portanto, a pretensão e o direito de estabelecer e de controlar, de fora, a construção do conhecimento, por mais que possamos confiar em nossa experiência e formação pedagógicas”. (Mantoan, 2002 p.83)

Ao longo do tempo a inclusão educacional foi se transformando em um direito previsto na lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação, a lei enfatiza a igualdade e o direito à educação para todo cidadão. Porém, para que a inclusão ocorra é preciso mais do que a aprovação de uma lei, deve-se garantir aos educadores os conhecimentos e a formação necessária.  

         O professor deve ser preparado para trabalhar com todos os alunos, através de cursos de aperfeiçoamento, grupos de estudo, palestra troca de experiência com docentes de outras escolas, desta forma ele terá condições de trabalhar de forma adequada ao portador de necessidade especial de sua classe, sem excluí-lo. Para receber esta criança o professor deve organizar a sala a fim de conseguir ensinar os alunos, pois os autistas respondem bem a organização. É necessário também que o professor entenda as dificuldades de linguagem para comunicar verbalmente e não através de “birras ou pirraças”.

A família também é um dos maiores apoios que estas crianças precisam ter por isso, os pais destes alunos precisam estar conscientes, para apoiar e trabalhar em conjunto para o desenvolvimento dos mesmos e para providenciar que estes indivíduos participem do processo de inclusão. Portanto há a necessidade da conscientização de todos sobre o que é a inclusão, o quanto ela é importante para a vida dessas pessoas com necessidades especiais. A inclusão só pode ocorrer quando há um grupo todo envolvido, segundo Mantoan (2002),

Para ajudar essas crianças a se adaptarem em nossa cultura é necessário desenvolver programas tendo como base os pontos e déficits fundamentais do autismo que interferem no aprendizado e nas interações do cotidiano”. (MANTOAN, 2002, P18).

AUTISMO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Não se sabe a causa do autismo, inúmeras pesquisas foram feitas, porém nenhuma comprovada, assim, o autismo continua sendo investigado no que diz respeito à sua definição. A síndrome de Asperger, a síndrome de Rett e outros quadros com as mesmas características, foram englobados em um grupo chamado de “Transtornos Globais do Desenvolvimento” que atualmente é chamado TEA (Transtorno do Espectro Autista), o autismo é considerado uma síndrome, um conjunto de sintomas que podem ter mais de uma origem, suas principais características são: isolamento do mundo exterior e contato social, alterações na linguagem alterações de comportamento principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada. 

Antes se falava em um caso de autismo a cada duas mil crianças atualmente os especialistas calculam que o número seja de aproximadamente um em cada cem. Existem várias dúvidas a respeito do autismo, por que algumas têm dificuldades em se comunicar e outros habilidades geniais, afinal o que caracteriza o autismo?

Confirmando os estudos de Kanner nos anos 40, os autistas são indivíduos metódicos qualquer variação fora da rotina causa o desconforto, são intolerantes a determinados som, pessoas com autismo conseguem pensar de uma forma mais lógica por isso, algumas apresentam tanta facilidade com a matemática segundo Piaget, citado por Vygotsky (1930),

O pensamento autístico é subconsciente, isto é, os objetivos que prossegue e os problemas que põe a si próprio não se encontram presentes na consciência. Não se encontra adaptado à realidade externa, antes cria para si próprio uma realidade de imaginação ou sonhos. Tende, não a estabelecer verdades, mas a recompensar desejos e permanece estritamente individual e incomunicável enquanto tal, por meio da linguagem, visto que opera primordialmente por meio de imagens e, para ser comunicado, tem que recorrer a métodos indiretos, evocando, por meio de símbolos e mitos, os sentimentos que o guiam (Piaget, apud Vygotsky 1930 Pag 59-60).

Com apoio da família e professores a criança autista pode desenvolver a independência e aprender a interagir, nessa idade os pais e professores são referências.

Em São Paulo a AMA (Associação de Amigos dos Autistas) oferece tratamento gratuito e convênio com o governo estadual para pessoas com o transtorno, eles empregam a terapia comportamental. É um método de eficácia comprovado cientificamente, os principais objetivos são controlar a agressividade das crianças e proporcionar autonomia, com treinamento adequado algumas pessoas com autismo atingem um grau de independência como andar pela cidade, usar transporte coletivo, mas é importante ressaltar que o autismo é muito diversificado.  Atualmente o AMA está sobrecarregado, as oportunidades de tratamento gratuito não estão ao alcance da maioria das famílias.

Atualmente, chamamos de Síndrome de Asperger, mas antigamente era chamado de psicopatia autista e transtorno esquizoide da infância, o que hoje esses termos são considerados arcaicos e imprecisos. Muitos autores não diferenciam a Síndrome Asperger do autismo e hoje é classificada dentro do que chama espectro autista.

 O indivíduo com a síndrome é tido como inteligente e ambicioso, tímido, calado e muito racional e com as mesmas características do autismo, comportamentos estereotipados, dificuldades na mudança de rotina, falta de coordenação motora, porém, a Síndrome de Asperger pode inclusive apresentar talentos específicos. O nome Asperger é uma homenagem ao psiquiatra pediatra austríaca Hans Asperger, o primeiro a reconhecê-la como independente do autismo. Em relação à Síndrome, o indivíduo manifesta argumentação sofisticada e uma memória boa, tanto que Hans Asperger chamava-os de “pequenos professores”.  A síndrome é diagnosticada da mesma forma que o autismo sendo importante fazer-se um diagnóstico precoce, como não se detecta nenhuma alteração orgânica ou biológica o diagnóstico tem que basear-se num conjunto de peculiaridades e comportamentos.

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