Trabalho apresentado à disciplina de Sociologia; Paulo Freire

Universidade do Estado de Mato Grosso

Campus Universitário de Sinop

Faculdade de educação e Linguagem

Licenciatura Plena em Pedagogia

PAULO FREIRE

Sinop-MT

2015

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PAULO FREIRE

   Trabalho apresentado

    à disciplina de Sociologia;

  2° Fase, Professor Ilário Straub.

Sinop-MT

2015

INTRODUÇÃO

Paulo Freire foi um grande contribuinte para a reflexão do homem, para que se tomasse consciência de si e do mundo em que vive. Este movimento permite ser objetivado na ação reflexiva e seu percurso, seja através da formação inicial, seja na formação em serviço, com finalidade de torna-los capazes de transformações necessárias às práticas educativas pedagógicas.

As contribuições de Paulo Freire o fez um pedagogo de destaque. Não se embasava apenas em teorias, buscava práticas para que suas questões tivessem uma repercussão positiva perante a sociedade, principalmente nas camadas populares.

As ideias freireanas são de grande importância para a orientação da formação docente, pois Paulo Freire constituiu um caminho seguro para a educação brasileira. Essa orientação serve como uma reflexão crítica da prática pedagógica tradicionalista.

O presente trabalho nos leva a essa reflexão, além de nos trazer um pouco da vida do autor.

BIOGRAFIA

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, na cidade de Recife, Pernambuco. Era de família de classe média, porém, vivenciou a fome durante a depressão de 1929. Uma experiência que o serviu de inspiração para mais tarde buscar ajudar os mais necessitados e oprimidos.

Freire cursou a faculdade de Direito em 1943, mais não chegou a exercer função. Ao invés disso, se dedicou mais a questões filosóficas da linguagem, e optou por dar aulas no ano de 1944, numa escola de segundo grau. Local onde conheceu sua primeira esposa, Elza Maia Costa de Oliveira. Em 1946 foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no estado de Pernambuco, onde deu início ao seu trabalho com analfabetos.

Participou de um congresso no Rio de Janeiro em 1958, onde pode mostrar seu importante trabalho sobre educação e o princípio de alfabetização. Suas primeiras experiências foram em angicos, Rio Grande do Norte em 1963, quando alfabetizou 300 trabalhadores pobres em 45 dias. Um método inovador, que em seguida foi vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo de João Goulart.

Acusado de subversão, Paulo Freire foi preso por 72 dias, e exilado por quinze anos. Trabalhou por cinco anos no Chile no Instituto de Reforma Agrária, nesse período escreveu um de seus mais importantes livros, Pedagogia do Oprimido.

Além do Chile, Paulo Freire se exilou nos Estados Unidos, onde lecionou em Harvard em 1969, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI) na cidade de Genebra na década de 1970. Nesse período deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria no continente africano. Freire também passou por Zâmbia, Tanzânia, teve uma participação significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.

Voltou para o Brasil em 1980, fixando residência em São Paulo. Lecionou pela Unicamp, e logo depois ingressou-se no Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação pela PUC-SP. Participou da Fundação Vereda, centro de estudos em educação, também em São Paulo, com objetivos de desenvolver pesquisas, prestar acessórias e atuar na formação de professores dedicados à pratica educativa popular.

Paulo Freire perde sua primeira esposa em 1986. Para ele uma tristeza irreparável, mas, um reencontro com sua amiga de infância preenche novamente sua alegria, então se casa em 1988, com Ana Maria Araújo Freire. Ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores e logo assumiu o cargo de Secretário da educação da cidade de São Paulo. Vítima de um Infarto, falece em sua residência no dia 02 de maio de 1997.

PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO

Paulo Freire foi um dos mais importantes nomes de nossa Pedagogia Brasileira. Se enquadrando nas tendências pedagógicas libertadoras, que quer dizer livre, liberto. Mais liberto de que?

Segundo Paulo Freire a educação tem o papel fundamental de libertar o homem, libertando-o fundamentalmente de sua pressão, do lugar de oprimido. Tornando-o autônomo, ou seja, consciente de si no mundo. Para ele a educação é uma ferramenta educativa de igualdade social. Sendo assim, a autonomia e a liberdade são bases de suas teorias.

O método Paulo Freire surgiu em Angicos, Pernambuco e foi premiadíssimo fora do Brasil. Atuou nos Estados Unidos e principalmente no Chile modificando a realidade e o pensamento educacional. Além de levar seu método também para a Europa e África.

Aqui no Brasil sua educação foi marginalizada. Isso porque existia um grande conflito político entre as ideias libertadoras de Paulo Freire e os sociais Políticos da Época. Dentro dos 20 anos de ditadura que tivemos, Freire era criticado porque pensava dentro do processo educacional a tomada de consciência dos educandos, ou seja, que o educando a partir da sua realidade vivida, a realidade sócio, histórico e cultural de cada um, pudesse ter consciência do lugar que ocupa na sociedade, e além de ter consciência do seu lugar, ter também consciência sobre aquilo que o oprime.

O que deve ter levado Paulo Freire a pensar como pedagogo na transformação da realidade educacional é justamente a ligação que ele tinha com a questão dos oprimidos, as diferenças sociais e também a diversidade sociocultural que leva o autor a pensar numa metodologia de ensino que ao letrar, ou alfabetizar, os educandos já desse ali a consciência de quem eles são.

"Somente quando os oprimidos descobrem, nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer em si mesmos, superando, assim, sua “conivência” com o regime opressor" (FREIRE,1987, p.29).

A grande proposta de Paulo Freire era de educar os oprimidos, então, seu vínculo passa a ser com as classes operárias e com os economicamente desfavorecidos. Ativando assim, principalmente no interior do Brasil, Norte e Nordeste, porém divulga seu trabalho para que outros professores conheçam o material com o qual ele trabalha, para que estes possam servir também para as outras regiões. Onde possa chegar em mais escolas operárias e também em escolas públicas.

Paulo Freire criticou uma educação utilizada para os oprimidos que ele chamou de educação Bancária, que significa uma educação que tinha como proposta fundamental transmitir conteúdos que iam ficar retidos no aluno só numa situação de reprodução. Para ele esses conteúdos são colocados para dentro da criança, não como uma ação reflexiva, mais sim como depósitos de conhecimentos que vão se sobrepondo sem serem refletidas. Por serem uma sobreposição de conhecimentos, um depósito de conhecimentos sobre o aluno é que ele diz que a educação é bancária, como um banco de reservas de conhecimentos.