Transtornos Específicos de Aprendizagem
Por: Anahid • 26/2/2017 • Trabalho acadêmico • 2.407 Palavras (10 Páginas) • 329 Visualizações
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Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Neurociência Aplicada à Educação
TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM
Docentes / Professoras: Ana Luiza Navas, Camila Leon e Darlene Godoy
Alunas: Anahid Lyzandra Fernandes / Maria Eugenia Ruiz Rossetti
10/09/2016
Resumo do artigo escolhido:
Artigo 1:
“Um estudo sobre aprendizagem da língua escrita no ciclo da infância, consciência fonológica e formação linguística do alfabetizador”
Norma Suely campos Ramos
Lilian Cristiane Scherer
Publicação: Letras de Hoje, Porto Alegre, v.48, n. 3, p. 324-333
Rio Grande do Sul- Brasil, Jul/ Set. 2013
- Introdução
O estudo traz como proposta discutir a importância da formação linguística do professor alfabetizador para atuar como mediador, facilitador e acelerador no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Corrobora também a ideia de que alfabetizar e letrar são coisas distintas, mas inseparáveis, e dentro deste contexto, o educador deve estar preparado para alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas efetivas e sociais da leitura e da escrita, como também, no que se refere à consciência fonológica. Este processo exige a explicitação da técnica de escrita, onde o aluno seja capaz de codificar e decodificar a escrita, assim como, consiga compreender e analisar a relação fonema x grafema (sons e letras).
A alfabetização requer domínios específicos da escrita alfabética, onde o aprendiz precisa dominar a compreensão de símbolos e das regras que os organizam para que seja possível decifrar o código escrito. As regras de decodificação tratam do reconhecimento das palavras e da atribuição de um sentido a elas. Já as regras de codificação trazem o processo inverso da decodificação, onde o aprendiz precisa converter fonemas em grafemas durante a produção da escrita, uma vez que a leitura antecede a escrita, sendo assim, não conseguimos aprender a escrever sem antes aprender a ler.
As pesquisadoras fundamentam a pesquisa em Leonor Scliar-Cabral (2003), que diz que a maior causa nos resultados negativos do processo de alfabetização está exatamente na falta de preparo e fundamentação teórica dos professores brasileiros, a respeito do processo de codificação e decodificação das palavras.
Como também em Santos e Navas (2002), que afirmam que a descoberta do fonema é a chave para compreensão do princípio alfabético da escrita, onde a criança precisa adquirir e desenvolver a consciência fonológica, que é uma competência metalinguística que possibilita o acesso consciente ao nível fonológico da fala e a manipulação cognitiva de suas representações.
- Objetivos
Observar a relação entre o desenvolvimento da consciência fonológica e a evolução da escrita em crianças no processo de alfabetização expostas em duas práticas de ensino:
- O emprego de atividades de consciência fonológica, associadas à explicitação do princípio alfabético, desenvolvidas por professores treinados e a evolução da escrita no processo de alfabetização;
- O emprego de atividades normalmente desenvolvidas por professores não expostos a um treinamento.
- Método
Este estudo caracterizou-se por uma pesquisa de campo longitudinal, aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUC-RS. Participaram da pesquisa 23 crianças que compunham o Grupo Experimental (GE - 12 crianças) e o Grupo Controle (GC - 11 crianças), alunos do 1° ano do Ensino Fundamental pela primeira vez, na rede de ensino em um município da região metropolitana da Grande Teresina/ Piauí. As crianças eram moradoras da zona urbana e seus pais tinham no máximo o Ensino Fundamental completo.
As crianças foram selecionadas por estarem no nível pré-silábico, ou seja, Nível 1 de acordo com a Psicogênese da Língua Escrita. Estas crianças não apresentaram desvios fonológicos evolutivos, não eram portadoras de nenhuma necessidade especial. A idade das crianças não foi considerada como fator relevante para investigação, no entanto, devido à legislação vigente, todas as crianças do 1° ano do Ensino Fundamental tinham seis anos de idade.
Além disso, os dois professores do Grupo Experimental - GE receberam treinamento sistemático para a realização do trabalho de alfabetização, onde utilizaram em sala de aula atividades de consciência fonológica, associadas à explicitação do princípio. Já as duas professoras do Grupo Controle - GC não receberam esta formação fornecida pelas pesquisadoras.
Como instrumentos de avaliação, os dois grupos, GC e GE realizaram o Teste de Consciência Fonológica COFIANS (MOOJEN et al.,2003), além de avaliações das produções da escrita das crianças em três momentos , onde foi solicitado às crianças que fizessem um desenho, a escrita do nome próprio e de quatro palavras de uma frase. Além dos dados coletados nestes testes, todas as crianças passaram por uma entrevista individual onde foram investigadas as oportunidades de suas experiências de letramento.
Os dados coletados foram analisados quantitativa e qualitativamente, e especificamente os dados quantitativos passaram por análise estatística, onde foram obtidos os resultados individuais de consciência fonológica e da hipótese de escrita de todas as crianças dos dois grupos. Desta forma, foi possível realizar também uma análise comparativa entre os grupos. Os dados quantitativos foram computados no programa SPSS, versão 18.0.
- Discussão
As crianças participantes, participaram de três coletas de amostra de escrita, na primeira coleta realizada no mês de abril, foi possível afirmar que todas se encontravam na fase inicial do processo de aprendizagem da escrita alfabética, ou seja, no Nível 1, denominado pré-silábica. Através das coletas foi possível traçar o processo de aprendizagem percorrido por cada criança individualmente, como também por todo o grupo. Em dezembro, na última coleta foi possível verificar que 11 crianças do Grupo Experimental encontravam-se no Nível 5 - de hipótese alfabética e apenas 1 criança estava no Nível 4 - de hipótese silábico-alfabético, o que nos possibilita inferir que o GE estava praticamente alfabetizado. Desta forma, foi possível concluir que a intervenção do professor acelera e facilita o processo de compreensão da leitura e da escrita.
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