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UM NOVO CONTEXTO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  4/11/2015  •  Resenha  •  1.125 Palavras (5 Páginas)  •  614 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO NA DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO INFANTIL

UM NOVO CONTEXTO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Orientadora

Professora Mestre Naiara dos Santos Nienow

Orientanda

Adnei da Silva Seixas Santos

Cuiabá – MT

2014.1

Antigamente a criança era vista como aquele que não tem capacidade de ser, estar e atuar, ou seja, vista apenas como um ser moldado pelo adulto ou como indivíduo sem valor, sem espaço na sociedade. De acordo com estudos feitos por Sarmento (2000) uma construção histórica da imagem de infância é proposta por James, Jenks e Prout (1998, P3-34)distinguiram-se dois períodos da imagem da criança:criança pré- sociológica e criança sociológica.

No primeiro período a criança era considerada sujeito infantil, abstrato sem recurso, havia a ideia de infância com exclusão do próprio contexto social. No entanto na imagem de criança sociológica, a criança passa a ser vista como ator social, que esta em constante aprendizado, fugindo assim das teorias pré-sociológicas, classificadas como: a criança má, a criança inocente, a criança imanente, a criança naturalmente desenvolvida e a criança inconsciente.

A criança sociológica corresponde a diferentes teorias sociológicas, a concepção de criança vai sendo mudada conforme a sociedade passa a vê-la com um olhar mais centrado de que este é um indivíduo que pertence a sociedade que esta inserida em sua cultura e dela aprende, fase própria do desenvolvimento humano. Para dar visibilidade à infância, é preciso compreender os sistemas culturais que as engendram e quais as relações que esta estabelece com outros membros de seu grupo e de outros grupos, quando isso é possível.

Sayão, ressalta que dar visibilidade as crianças não impõe classificá-las como mais ou menos importantes no nosso sistema de representação mas simplesmente fazê-las aparecerem dentre tantos outros grupos que compõem nossos sistemas sociais que acreditamos serem complementares.

As diferentes culturas determinam diferentes formas de ser e pensar a infância, levando-nos a perceber que há culturas infantis e que estas devem ser escritas no plural. Ha, portanto uma necessidade de elaborar estratégias de trabalho que envolva todos os aspectos (rico, pobre, negro indígena, branco) As diferenças sociais não podem servir de mecanismo para exclusão e alguns grupos e a lógica de inclusão de outros.

O direito a infância sofre ameaça direta das diferenças sociais e econômicas que se acirram com o desenvolvimento desenfreado do capitalismo no qual o mercado esta ocupando cada vez mais o lugar dos sujeitos humanos. O reconhecimento da infância como um tempo de direitos, implica no igual reconhecimento da capacidade de produção simbólica das crianças. Esta reprodução simbólica esta permeada por crenças, valores representações que se produzem/reproduzem em sistemas organizados denominados cultura.

No entanto, segundo Sayão dar visibilidade a infância é perceber o seu universocultural. Colocar meninos e meninas no centro de estudos sobre infância impõe a desmistificar o olhar ideológico sobre infância onde estruturas pré-concebidas impedem o decentramento do olhar do adulto para com a criança, embora ainda desconhecida. Sayão nos alerta sobre a situação brasileira em relação à infância aparece bem complexa devido à diversidade social e cultural aqui existente. Devemos então, incorporar a ideia do deslocamento do olhar em direção às culturas infantis, ou seja, às manifestações produzidas pelas crianças, pois só assim entender os rudis de todas as classes etnias, gênero, ou seja, entender as crianças de hoje.

 A literatura infantil vem dando visibilidade a forma de conceber a criança. Daniela Freire (2007) cita uma das produções brasileiras de Monteiro Lobato, na qual retrata o binarismo existente entre os personagens, expondo a contradição do individuo, e revela maneira diferenciada ao longo do desenvolvimento humano.

A referida autora nos desafia a compreender a educação infantil, na construção do ser humano em relação com o outro e que este processo está diretamente ligado às questões relativas ao respeito, à democracia, à criatividade, à afetividade e à autonomia. Daniela cita as obras de Chapeuzinho Vermelho e Chapeuzinho Amarelo de Chico Buarque, havendo uma contraposição entre as duas narrativas, elas revelam dois significados da relação adulto criança: o primeiro orientado pela ameaça, medo e pelo castigo em nome de uma obediência, para que no final a criança seja salva por um adulto. Na narrativa de Chapeuzinho Amarelo, a criança supera seus medos a partir de seus próprios recursos inventivos pela sua capacidade de inventar, pela desconstrução da imagem do adulto, assumindo uma identidade orientada por seu potencial autônomo.

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