UMA REFLEXÃO SOBRE RELAÇÕES DE PODER, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
Por: Eduarda Alves • 23/9/2020 • Ensaio • 678 Palavras (3 Páginas) • 160 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
EDUARDA APARECIDA ALVES
FERNANDA VANZELI
UMA REFLEXÃO SOBRE RELAÇÕES DE PODER, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR.
Trabalho destinado a compor a avaliação da disciplina EP087- Gestão Escolar lecionada pela Profª Andrea Caldas do curso de Pedagogia da UFPR no turno matutino.
CURITIBA
2019
Parte-se do princípio que a Escola de alguma maneira precisa ter uma ordem, uma determinada organização para que as coisas funcionem, quando analisado os tipos de organização das escolas percebe-se que essas organizações em sua maioria são de acordo com um modelo hierárquico. Tendo em vista que esse modelo na sociedade é permeado de desigualdades e divisões de valores,
“A escola, assim, define espaços, subdivide e recompõe atividades, capitaliza o tempo e as energias dos indivíduos pela disciplina, de maneira que sejam susceptíveis de utilização e controle, articula os indivíduos que se movimentam e se articulam com os outros, ajusta a série cronológica de uns ao tempo dos outros, de modo a aproveitar combinar ao máximo as forças individuais.” (GUIRAUD, S.D, p. 6).
A manifestação desse panorama surge nas relações de disputa, que são parte desse lugar político, de tensão e discussão de saberes e espaço. Mais complexo ainda do que tratar somente das relações internas de poder e controle fica quando a escola não é um elemento sozinho e isolado, mas sim parte de uma ordem política que vai além dela e todos esses fatores vão de encontro direto com o tipo de gestão que dirigirá a escola,
“A organização escolar é penetrada por relações de poder e dominação, refletidas em sua cultura e nos saberes que a alimentam, saberes ambíguos, distantes da vida cotidiana (...)” (GUIRAUD, S.D, p. 3)
Por si a escola já apresenta um caráter de controle social que é seu papel na ordem política da qual faz parte, tendo assim incutida nas práticas o Poder Simbólico, silencioso e quase que imperceptível (BOURDIEU, 1989) que logo com as manifestações de resistência, passam - em determinados períodos- a ser um poder escancarado, sendo assim as inúmeras relações e tensões de poder na escola tem essa demanda conflituosa.
Essas relações de poder que são pensados e vistos e tem um grande desafio quando se pensa em Gestão Democrática, uma vez que é necessário lembrar que ela não é marcada pela ausência de poder, mas sim por esse poder não se apresentar somente de cima para baixo, ou seja, numa lógica impositora do maior para o menor mais sim marcada por ser um conjunto agindo politicamente para a construção daquele espaço a que pertencem, com a participação dos indivíduos o poder também estaria com eles, pois estariam agindo politicamente ou seja, o poder estaria transitando e não apenas nas mãos de quem detêm o poder e que por fim deliberadamente a participação leva a autonomia da escola e dos indivíduos que a pertencem, possivelmente aliviando a tensão criada no valor do indivíduo, e nesse valor ser desigual.
Entende-se a partir disso que é um processo, o exercício do poder de acordo com ANDRADE; MESQUITA, 2016 requer uma “participação consciente dos sujeitos da escola”, ou seja, é necessário que se construa toda uma formação quanto a essa participação política, mantendo sempre um exercício de poder horizontalizado nesse ambiente de ensino-aprendizagem.
Vê-se então a relação de conflito que uma organização hierárquica de poder detido a uma pessoa se estabelecesse com a organização de uma gestão democrática que propõe uma relação de participação. Pensando a prática nas escolas percebe-se o tamanho desafio que não inclui apenas a esfera administrativa, mas também a pedagógica, a de funcionários, pais, alunos e a comunidade, além da maneira em que a construção de uma escola democrática começaria nessas diferentes esferas de maneira não agressiva.
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