Um olhar sobre o autismo
Por: Adryelle Pinheiro • 18/8/2016 • Trabalho acadêmico • 1.128 Palavras (5 Páginas) • 520 Visualizações
O autismo tem sido tema de grandes debates atualmente, principalmente no que diz respeito à inclusão. A lei tem sido fundamental para garantir o direito das crianças estarem inclusas no ensino regular. Mas nem sempre foi assim. O Transtorno do Espectro autista antes era visto e relacionado a fenômenos esquizofrênicos, o que dificultava o estudo e melhora no dia a dia dessas crianças.
O autismo é um grupo de desordens caracterizadas por problemas na interação social. As crianças não mantêm contato com outras crianças, ficam isoladas, preferem fazer suas atividades afastadas do grupo. Geralmente entendem todo o contexto da atividade mas não conseguem se relacionar e interagir em um grupo.
O primeiro estudioso a utilizar o termo “autismo” foi Eugen Bleuler, psiquiatra suíço usa pela primeira vez o termo “autismo” para descrever um grupo de sintomas que relaciona à esquizofrenia. A palavra tem raízes no grego “autos” (eu).
Esse termo na verdade, deriva do grego (autos = si mesmo + ismo = disposição/orientação) e foi tomado emprestado de Bleuler (o qual, por sua vez, subtraiu o “eros” da expressão autoerotismus, cunhada por Ellis, para descrever os sintomas fundamentais da esquizofrenia.(BOSA,2002,p.26)
Muitos autores estudaram sobre o autismo e sua característica marcante de não se relacionar com outras pessoas, mas um importante estudioso observou algumas crianças e decidiu estuda-las de forma criteriosa para que pudesse definir traços marcantes de cada, capacidades e dificuldades nos grupos sociais.
Vivemos em uma sociedade cheia de preconceitos quanto àquilo que denomina errado ou diferente de seus costumes comuns. E quando se vê algo que foge do comum, como crianças com transtornos que dificultam sua interação, há uma enxurrada de críticas. Mas alguns estudos citam que o autismo pode ser causado por um problema genético.
Quanto à abordagem biológica Assumpção e Pimentel (2000) afirmam que as causas do autismo são desconhecidas, porém varias doenças neurológicas e/ou genéticas foram apresentadas como sintomas do autismo. Problemas cromossômicos, gênicos, metabólicos e mesmo doenças transmitidas/adquiridas durante a gestação, durante ou após o parto, podem estar associados diretamente ao autismo. Leboyer menciona que:
[...] A lista de situações patológicas é muito extensa e inclui fatores pré, peri e neonatais, infecções virais neonatais, doenças metabólicas, doenças neurológicas e doenças hereditárias. Apesar da ausência aparente de ligação entre elas, um ponto comum às reúne: todas as patologias são suscetíveis de induzir uma disfunção cerebral que interfere no desenvolvimento do sistema nervoso central.(LEBOYER,2005,p.60)
Leo Kanner foi um psiquiatra infantil, que em 1943, no artigo intitulado: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo (Autistic disturbances of affective contact), na revsta Nervous Children, número 2, páginas 217-250 que observou e descreveu onze casos de crianças que tinham dificuldades de se relacionar. Esses onze casos foram de suma importância para identificar e tentar modificar o espaço das crianças com Transtorno do Espectro Autista. Ele observou que essas crianças, diferentes das outras, tinham algum atraso na fala, o que nesse caso, mais chamava atenção.
Kanner identificou em suas pesquisas casos em que a criança tinha dificuldades de se relacionar, porém quando motivado pela família, conseguiu interagir de forma proveitosa. Em um de seus casos de estudo, a criança, a pedido de um diretor amigo da família, foi colocada no primeiro grau da escola. Em seus primeiros dias a inclusão foi difícil, mas depois de algum tempo a criança se adaptou de maneira significativa, respondendo aos comandos da professora e conseguindo concluir algumas atividades sozinhas.
Isso nos mostra que não é algo impossível quando falamos de inclusão, já que, antigamente, quando não havia muitos estudos ou leis que garantissem o acesso, crianças conseguiram se inserir, mesmo com dificuldades, na sala de aula e obter proveito dessa experiência.
Considerando as informações, almejar a inclusão desses alunos em sala de aula não é tarefa fácil. Crianças no Ensino Fundamental I necessitam de apoio diferenciado para que a inclusão tenha sucesso. É também, papel do professor buscar alternativas para que se possa trabalhar com essas crianças, pois “na inclusão não é a criança que se adapta á escola, mas a escola que para recebê-la deve-se transformar”. (Maria Teresa Mantoan, professora da Universidade
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