Universidade Ciência e Pesquisa
Por: 0000_fake • 19/11/2018 • Trabalho acadêmico • 864 Palavras (4 Páginas) • 297 Visualizações
Relações entre Universidade-Sociedade
1- O texto de Serrano (s/d) distingue 4 momentos da extensão universitária no Brasil, destacando suas diferenças de concepção a partir da forma como ela interfere na: (i) formação profissional; (ii) geração de novos conhecimentos; (iii) disseminação de conhecimentos na sociedade.
Caracterize cada um dos momentos, abaixo descritos, sempre considerando os três elementos acima. Indique, ainda, quais as principais críticas da autora em cada caso.
- modelo da transmissão vertical do conhecimento;
- voluntarismo ou ação voluntaria sócio-comunitária;
- ação sócio-comunitária institucional;
- ação acadêmico institucional.
2- A autora afirma que as distintas concepções de extensão podem coexistir, ou seja, serem simultâneas em uma mesma instituição. Você concorda ou discorda? Justifique.
Respostas:
1- 1) A extensão universitária era utilizada antes mesmo da criação do termo. Porém poucas pessoas tinham acesso à estas informações, e dependendo do lugar, os cursos poderiam ser focados somente em determinada área. Então basicamente as universidades se consideravam detentoras do conhecimento e poderiam ditar o que seria imposto. Conhecimentos estes, que muitas vezes não acrescentavam na realidade vivida pelas pessoas. E segundo o texto de Serrano, com a análise feita em cima do pensamento de Paulo Freire, o conhecimento é apenas "transmitido e não construído" por quem recebe. E o receptor tem o "poder" de escolher o que transmitir e como transmitir. Assim, o "receptor", que desconhece a visão de mundo dos ouvintes, torna estes, como meras pessoas passivas na ação.
1-2) A partir do rompimento com a prática de extensão autoritária, acessível a poucos e com uma transformação irrelevante da realidade, surge uma “nova” extensão. Esta com um caráter denominado de “Ação revolucionária”, que estabelece como princípio fundamental a construção do diálogo, ou seja, a construção de relações uns com os outros. Esta construção se dá principalmente a partir da formação de um movimento estudantil e da ação Jesuítica com foco na disseminação do conhecimento.
O grande marco deste momento histórico foi o Movimento Estudantil de Córdoba na Argentina que, de acordo com Rocha (2001), tinham como fundamentos uma extensão universal voltada às mudanças sociais. O foco nas mudanças sociais é um grande avanço com relação à extensão, em comparação com os momentos anteriores, pois essa discussão se dá a partir da formação de um diálogo com sociedade que não só agora faz parte do processo de extensão, como também coloca seu ponto de vista em pauta.
Como observamos temos um grande avanço na questão da disseminação do conhecimento isto porque, as ações dos jovens universitários em conjunto com as ações dos padres jesuítas estabelecem um processo de comunicação com a sociedade, diferente do período anterior em que a extensão era apenas uma forma de discorrer o conhecimento, sem haver uma troca de conhecimento entre ambas as partes. Além de que nos anos 30 o aumento de práticas educativas em extensão como a criação de salas de leitura e difusão cultural, contribuiu significativamente para a disseminação do conhecimento.
A formação profissional e a geração de novos conhecimentos se aprimoraram devido à possibilidade de estudo no exterior por parte dos jovens universitários, que receberam influências de ideais da Revolução Francesa e da força do movimento dos trabalhadores ingleses.
Uma das críticas a se ressaltar é o comentário de ROCHA, no qual afirma que o processo de diálogo que ocorre na extensão se firma em uma esfera espontânea e não crítica, ou seja, o homem que possui consciência não possui ainda conscientização.
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