VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A SOCIEDADE BRASILEIRA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A SOCIEDADE BRASILEIRA

                                                                                       ^[1]ANA CAROLINE DE LIMA FELÍCIO

                                                                                     ^[2]HÉLIA MARIA DA SILVA CAMPOS

RESUMO: Este artigo faz uma abordagem sobre a violência doméstica que não é um tema atual, mas, trata se de uma prática que acontece desde a antiguidade e que vem recebendo grande destaque nos meios de comunicação. O objetivo da seguinte pesquisa é compreender o que é a violência, quais são as suas principais formas, além de relacionar a violência ao contexto da sociedade brasileira. Buscando compreender esta questão que hoje é considerada um problema social, atingindo milhares de pessoas de todas as classes.

PALAVRAS-CHAVE: Violência, doméstica, sociedade e Brasil.

INTRODUÇÃO: O presente artigo versa tratar da violência doméstica e a sociedade brasileira. É de grande importância tratar deste tema, pois aborda a situação de milhares de pessoas que sofrem algum tipo de violência, seja ela física ou psicológica. Busca entender o que é esta problemática, presente na história da sociedade que desperta a preocupação do poder público e de estudiosos, que procuram entender quais fatores influenciam a prática de atos violentos contra homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos. Procura também compreender os principais tipos de violência, sendo utilizado para tanto uma pesquisa bibliográfica, em textos referentes ao assunto.

O QUE É VIOLÊNCIA?

        

A violência é um problema social que atravessa a história de todas as sociedades.   Embora a violência seja um dos temas mais abordados pela mídia atualmente, não se pode defini-lo em um conceito fechado, pois este é um fenômeno que engloba várias ações consideradas violentas, além de modificar-se de acordo com o processo histórico. Mas segundo Abramovay (2009) a violência:

(...) Configura-se pelo uso injusto do poder ou da força, por condutas que visam à dominação, sem estar de acordo com a razão, lei ou justiça. A ilegitimidade do uso do poder ou da força é relativa: existem utilizações socialmente pactuadas (polícia e exército, por exemplo), que são acionadas contra o que se considera coletivamente como violência. (...) (ABRAMOVAY. 2009, p. 22)

Pode-se concluir a partir deste conceito que a violência se manifesta através da opressão e do abuso da força, constrangendo a vitima ao obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer.

Podemos considerar, de acordo com Charlot que:

(...) diversas manifestações podem ser identificadas como violências: gestos e atos físicos (em que se encaixam as agressões e roubos), atos verbais (como ameaças, insultos, humilhações), atos de comunicação não verbal (olhares, silêncios, zombarias ou isolamento do grupo), situações conflituosas, sociais (escravidão, racismo, desigualdade social ou de gênero, dominação econômica etc.) ou relacionais (conflitos nas relações face a face), e tensões, isto é, forças contrárias que prolongam uma situação até os limites além dos quais uma cisão se produz e a tensão cede o lugar ao conflito aberto (CHARLOT apud ABRAMOVAY. 2009 p.22).

        Entende-se, portanto, que a violência se apresenta é qualquer comportamento que cause danos à outra pessoa, sendo estes por meio de agressões a integridade física ou psicológica.

TIPOS DE VIOLÊNCIA

        A violência é uma problemática que é bastante divulgada pelos meios de comunicação, a todo o momento somos bombardeados com noticias sobre casos de violências ocorridos pelo mundo. Esta pode ser dividida em vários tipos, sendo estes:

Violência Física- é a violência onde há uso da força para ferir, deixando ou não marcas evidentes. Neste tipo de violência são comuns, murros, tapas e agressões com objetos e queimaduras. Na violência física as agressões: (...) se apresentam desde simples marcas no corpo até a presença de lesões no tórax e abdominais, auditivas e oculares; (...) queimaduras e ferimentos diversos que podem causar invalidez temporária ou permanente, quando não, a morte.

(SILVA apud LEANDRO, 2001, p.59)

Violência Psicológica-

É outro tipo de violência doméstica, bastante comum e muito praticada, principalmente por genitores, responsáveis e professores. Um dos grandes problemas desse tipo de violência é a dificuldade de identificá-la, pois seu caráter é subjetivo, isto é, não deixa marcas visíveis, e os maus-tratos podem acontecer a conta-gotas (aos poucos). (LEANDRO, 2001, p. 60)

    A violência psicológica é caracterizada pela depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas, dissimuladas, em que o agressor tenta fazer com que a vítima se sinta inferior, dependente e culpada.

Violência verbal- a violência verbal oportuniza e incomoda a vida das outras pessoas, pode ser feita através de ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.

Violência sexual- é a violência onde o agressor abusa do poder que tem sobre a vítima para obter gratificação sexual, sem o consentimento da vitima, induzindo-a ou obrigando-a a práticas sexuais com ou sem violência física.

 A violência sexual é:

(...) na maioria dos casos, os agressores são familiares, responsáveis, amigos da família e, ainda, pessoas conhecidas em que as vitimas confiam. Essa confiança nos agressores favorece a prática do crime, na medida em que facilita para que o crime seja encoberto e, ao mesmo tempo, em que é utilizada para persuadir e/ou assustar a criança ou adolescente, com o intuito de mantê-la (lo) em silencio acerca do abuso. Isso só reforça a urgência de se entender a complexidade dessa violência. (LEANDRO, 2001, p. 61e 62)

Negligência- se manifesta por meio de comportamentos omissos dos genitores ou de seus responsáveis, pois ela se dá quando se abandonam as necessidades básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança ou do adolescente.

Esses tipos de violência podem ocorrer de maneira velada, sendo encoberto pelo medo das vitimas de denunciar o agressor.

VIOLÊNCIA E A SOCIEDADE BRASILEIRA

A violência não é uma temática atual, pois está presente na história de todas as civilizações, em suas mais variadas formas. Este fenômeno histórico está presente na constituição da sociedade brasileira. Desde a colonização do Brasil é possível observar atos de violência, como a escravidão (com os índios e africanos), a colonização mercantilista, o coronelismo, as oligarquias antes e depois da independência, somados a um Estado caracterizado pelo autoritarismo burocrático, que contribuíram para o aumento da violência, presente até os dias atuais.