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Por:   •  7/4/2015  •  Artigo  •  4.355 Palavras (18 Páginas)  •  360 Visualizações

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O ESTUDO DE HISTÓRIA LOCAL COMO UMA FERRAMENTA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

RESUMO

O presente artigo, o estudo de história regional como uma ferramenta da educação de jovens e adultos, com base em uma comunidade rural. Vem apresentar os principais conceitos de didática na educação de jovens e adultos, que auxiliarão na compreensão do texto. Na seqüência faremos uma breve reflexão sobre o contexto histórico da constituição da comunidade, para que o leitor possa compreender a constituição de nosso local de estudo. Entre os conceitos trabalhados, destacamos: movimentos sociais; associativismo; desenvolvimento; cultura; identidade; tradição; dentre outros. Assim, descrevemos a atividade de tecelagem, numa perspectiva histórica, com o intento de viabilizar a compreensão da importância que a referida atividade tem na história da comunidade. Em seguida passamos a destacar a atividade das artesãs da Artlimpo, tanto nos seus aspectos técnico-culturais quanto nas experiências associativas, apontando ainda o potencial do empreendedorismo. Por fim, as considerações finais na qual destacamos aspectos positivos e negativos da atividade, com o propósito de contribuir para a reflexão, especialmente para os professores de história, relatos de experiências de populações tradicionais que buscam uma inserção mais qualificada na sociedade contemporânea, sem abandonar os traços culturais que os identificam.

Palavras Chave: Didática, Associativismo, Cooperativismo, Cultura.

        

INTRODUÇÃO

A educação de jovens e adultos (EJA) segundo a lei de diretrizes e base da educação – LDBEN, de nº 9.394, do ano de 1996, trata a EJA como uma modalidade de educação básica, de caráter permanente, sendo assim passou a ser compreendida como mais uma modalidade de ensino, reconhecida como direito publico subjetivo.

 Segundo Junkes:

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (Parecer CEB nº 11/2000) apontam três funções da EJA: (1) a função de representação, por possibilitar de forma concreta o acesso de jovens e adultos à escolarização; (2) a função de equalização, que visa restabelecera trajetória escolar do jovem e adulto; e a (3) função qualificadora, que objetiva propiciar a atualização de conhecimentos por toda a vida. (2012, p. 20)

        Sendo assim a EJA deve ser constituída de um modelo pedagógico diferenciado concebido não para crianças e adolescentes que freqüentam a escola regular, mas para jovens e adultos com uma bagagem de vida, tais como um trabalhador, pai de família, que tem conhecimentos espontâneos, assim como diversas experiências do meio social e cultural em que vive. Para isso se torna imperativo levar em consideração à realidade do aluno, sendo assim segundo Ribeiro e Darsie:

Manter as características e especificidades da modalidade significa também que o conhecimento da realidade dos educandos passa a ser o ponto de partida do processo de aprendizagem, uma das bases da construção curricular da educação de jovens e adultos. E conhecer tal realidade permite repensar as possibilidades de concretização das necessidades, exigências, interesses, expectativas e desejos do publico alvo da EJA, que deve ser tomado como agentes culturais e sujeitos da aprendizagem. (2008, p.144)

        Da mesma forma é preciso que haja professores comprometidos com a educação, que tenham interesse em conhecer os alunos, bem como orientados pelo aprender e ensinar “identificando suas expectativas, sua cultura, as características e os problemas do meio social em que está inserido e suas necessidades de aprendizagem; a sensibilidade para trabalhar com a diversidade cultural dos estudantes”. Da mesma forma é necessário que os professores se mantenham constantemente atualizados e valorizados tanto pela escola como pelo poder publico que tem a obrigação de manter cursos de formação continuada para esses profissionais da educação, feitas essas considerações passamos articular a Educação de Jovens e Adultos com o ensino de história em um enfoque regional, tomando como referencia a comunidade de Limpo Grande no município de Várzea Grande.

Historia Local e Ensino de História

Buscar-se-á com o ensino da disciplina história da comunidade supracitada fomentar noções de associativismo e cooperativismo. Com norte na didática para o ensino da EJA, que segundos Santos e Ivan é a “didática, que investiga e estuda os objetivos, os conteúdos, as estratégias e a condições do processo de ensino e aprendizagem”.

A escolha da comunidade de Limpo Grande, uma comunidade rural da cidade de Várzea Grande, com traços culturais singulares, expressados dentre outros em seu artesanato, como: mantas, tapetes, echarpes, xales e etc., em sua maioria com motivos da fauna e flora do pantanal mato-grossense, sendo as redes artesanais a principal fonte de renda para as famílias que ali vivem, tendo nas mulheres a principal força de confecção.

A comunidade de Limpo Grande esta localizada no município de Várzea Grande no Estado de Mato Grosso. E é uma das comunidades mais antigas do município de Várzea Grande. Ainda que a bibliografia aponte divergências sobre a data exata da fundação de Várzea Grande, é possível precisar a data em que foi criado o município. Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística - IBGE:  

Na divisão administrativa referente ao ano de 1911, Várzea Grande figuravam como distrito de Cuiabá, assim permanecendo nas sucessivas divisões territoriais do Estado até 1948. Pela Lei estadual nº 126, de 23 de setembro daquele ano, foi criado o município de Várzea Grande, com área desmembrada do distrito da capital (3º distrito da sede municipal) e uma pequena parte do município de Nossa Senhora do Livramento, ficando constituído pelos distritos da sede e de Bom Sucesso, de acordo com o Decreto - Lei estadual nº 583, de 24 de dezembro de 1948. Por força da Lei Estadual número 670, de 11 de dezembro de 1953. (IBGE, 1958, p.315)

          Ao se emancipar politicamente da cidade de Cuiabá, em 1948, Várzea Grande ficou responsável por um grande número de comunidades, ou distritos, tais como: Bonsucesso, Pai André, Praia Grande, Capão do Pequi e Limpo Grande.

            Limpo Grande é uma comunidade rural que está localizada aproximadamente a cerca 23 km partindo da Igreja Nossa Senhora do Carmo, na região central de Várzea Grande, e aproximadamente 30 km da capital, Cuiabá, partindo do prédio da Prefeitura Municipal. Sendo considerada uma das comunidades mais antigas do município de Várzea Grande, com cerca de 268 moradores[1]. A comunidade passou a pertencer, em sua totalidade, ao município várzea-grandense após sua emancipação, em 1948, tendo em vista que, uma parte da comunidade pertencia ao já emancipado município de Nossa Senhora do Livramento que foi distrito até 1835 pertencente a Cuiabá, e, emancipou-se desta oficialmente em 1883 levado a categoria de município. No inicio do século XX, tomando como referência os estudos de Ubaldo Monteiro, não existia ainda o povoado com nome de Limpo Grande.

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