Violência nas Escolas

Violência nas Escolas

RESUMO

A violência nas escolas tem se mostrado cada vez mais presente, e devemos reconhecê-la até mesmo como consequência do momento histórico vivido pela sociedade. Partimos, porém, do pressuposto de que uma educação voltada para os princípios de diálogo e conscientização para a cidadania é de extrema importância para que haja mudança de comportamento por parte dos que praticam violência dentro ou fora das escolas. Os professores são como ferramentas para que consigamos diminuir o índice de violência e de agressividade entre os alunos, porém a mesma não esta voltada somente por parte dos mesmos. Tivemos como base os autores: Candido Alberto Gomes, Fernando Lousada e Sandra Francesca do livro “Adolescência e Violência”, e contamos com entrevistas realizadas com professores que lecionam na rede de ensino Estadual.

Palavra chave: Educação, professores, violência, família e comunidade.

Definir o que se entende por violência no ambiente escolar não é algo simples.  Independentemente das definições e abordagens adotadas, os autores alertam que a constante presença da violência no ambiente escolar coloca em xeque a função primordial da escola. Assim, de instituição encarregada de socializar as novas gerações, a escola passa a ser vista como o ambiente que concentra conflitos e práticas de violência, situação essa que “passa pela reconstrução da complexidade das relações sociais que estão presentes no espaço social da escola” (Santos, 2001:118). Estaríamos vivendo um período de crise da educação, ou seja, o papel da escola já não está tão claro e não há mais sentido para os alunos frequentarem um espaço, percebido, muitas vezes, como desagradável e excludente. O que antigamente era visto como o trampolim para uma vida melhor, aumentando as oportunidades de trabalho e de qualidade de vida, perdeu-se no tempo e, hoje, os jovens vivem a desesperança em relação ao futuro e nesse contexto é que emerge a violência na escola. Violência nas escolas: como defini-la? Apesar de toda a dificuldade.

Quando a violência escolar é abordada, logo nos vêm à mente as teorizações em torno da falta de autoridades dos adultos (pais e professores) em relação ás crianças e adolescentes. Essas crianças e adolescentes expressam, por meio de comportamentos violentos, suas dificuldades pessoais e sociais, e também suas dificuldades de relação com os adultos próximos, e fragilizados seus comportamentos são violentos.

O escritor Candido Alberto Gomes cita Birman (2008) que destaca que a conflitualidade interior encontra-se cada vez mais presente. E que essa violência é mais frequente e fortemente atingida pelo desemprego e pela pobreza, de modo que essa violência funcione como uma estratégia de defesa. Porém essa violência não decorre exclusivamente pela condição financeira e do nível social e muito menos, de limites geográficos. Há diversos fatores que influenciam, direta ou indiretamente, na ocorrência de violência. Dentre esses fatores deve-se considerar a influência de personalidade, crescimento/amadurecimento físico e psíquico, o que demanda um apoio/suporte dos adultos. Vale ainda ressaltar, a influência do sistema social ao qual esse adolescente está inserido, incluindo aí a família e o contexto escolar dentre outro. E é nesse contexto que a violência assume o tom de resposta dos jovens. A violência caracterizou-se como um fenômeno social que desconhece os limites e fronteiras, que nem mesmo são barrados nos ambientes que deveriam ser protegidos (casa, escola, igreja, clube e outros). A ausência da figura paterna, também é um fator fundamental que pode impulsionar alguns adolescentes a cometer esses atos de violências.

Os professores sempre tem um papel importante, no âmbito das suas atividades pedagógicas e educativas. Diante disto fizemos as seguintes perguntas para três professores de diferentes escolas:

1. Como trabalhar a violência nas escolas?
2. Como tomar as aulas mais dinâmicas, atrativas e divertidas no sentido de envolver todos os alunos?
3. Como envolver as famílias estabelecendo parcerias pra trabalhar a questão da violência?

De acordo com a Professora Danille Barbosa. “O índice de violência cada vez mais tem crescido nas escolas, professores acuados, espaços escolares destruídos, cenas de agressão e vandalismo já fazem parte do cotidiano de muitas instituições escolares pelo Brasil, a violência de fora da escola, da comunidade, salta os portões e ganha lugar dentro das escolas, a segurança comprometida, tenta se restabelecer por meio de cadeados, portões, câmeras de vigilância, detectores de metais, e outras medidas até mais rígidas, mas é preciso criar barreiras que não possam ser derrubadas como muros, arrombados como cadeados, a escola deve funcionar como uma unidade, de modo que tenha projetos, planos, e ações condizentes com a realidade da comunidade em que está inserida, que convide a sociedade a restaurar a importância da escola, de modo que ela se torne atrativa aos alunos e parceira nesse cenário ao invés de vitima. Os pais devem ser convidados a participar dos projetos, e do processo de ensino aprendizagem e das dificuldades dos filhos, projetos esses, voltados para cultura local, esportes e lazer, de modo que integre os alunos a serem agentes do saber, que se interessem pela escola”.

 Os gestores devem promover as modificações com conscientização da equipe, família, comunidade e alunos, pois o que acontece é uma transferência de responsabilidade, onde todos parecem não poder fazer nada, e nós professores, falamos para salas cheias de alunos, vazias de significado e interesse, sabemos das dificuldades atuais de reter a atenção do aluno em uma escola tranquila  pela maneira  descontextualizada que ainda “fazemos, o processo educativo, muito mais difícil se torna quando se trata de uma escola violenta, professores sozinhos não podem promover uma aula mágica que conserte a questão, somente com parceria, objetivos e foco, a escola pode combater esse índice, somente apoiados e preparados para uma mudança que comece com consciência, que convide seu público, que reformule o planejamento, que renove o fazer pedagógico, e use a educação como a arma de transformação social que é”.

O caminho mais eficaz para combater a violência dura é a integração com a comunidade. Como antigamente, hoje também é de extrema importância a participação ativa da comunidade junto ao ambiente escolar, pois é nas escolas que se encontram as ferramentas para que seus filhos se tornem plenos em sua aprendizagem e obtenham autoconhecimento, para que possam fazer a diferença em mundo onde a violência reina,

Os muros pichados e os vidros quebrados são apenas o cenário de um drama presente em muitas escolas. Enquanto do lado de fora o tráfico de drogas e as gangues envolvidas com roubos e homicídios pressionam para entrar - e não raro encontram brechas -, do lado de dentro alunos e professores são agentes e vítimas de agressão física e verbal e de uma lista enorme de atos violentos.