Vivencia Educativa e concepção do espaço
Por: leni123 • 15/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.550 Palavras (7 Páginas) • 339 Visualizações
RESUMO
Esta pesquisa visa mostrar o conceito de espaço escolar, sua importância e influência no aprendizado da criança. Para tanto, queremos discutir nesta pesquisa a organização dos espaços escolares, do papel do educador e suas vivências, bem como acontece à relação da criança com o ambiente criado para ela, respeitando os seus direitos de buscar e construir sua autonomia, identidade e conhecimento.
Palavras-chave:
Vivências educativas; Espaço escolar; Construção da escola.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, a noção de espaço foi sendo reconstruída, ressignificada, enriquecida, deixando de ser vista apenas em uma dimensão geométrica, para assumir também uma dimensão social. O espaço não é neutro e está impregnado de signos, símbolos e marcas de quem o produz, organiza e nele convive, por isso, tem significações afetivas e culturais (Ribeiro, 2004).
O que chamamos de espaço escolar, vem também a ser um lugar com valores implícitos que contribuem ou não para sua transformação em um lugar de laços afetivos, onde haja sentimentos de identidade e de pertencimento. Deve-se estar apto a atender um contingente diversificado de alunos, com professores preparados e material adequado.
É neste (espaço de vivências escolares, a casa, o bairro) que teremos nossas primeiras experiências espaciais, sendo de grande importância no desenvolvimento sensório-motor e cognitivo (Piaget, 1970).
Assim, esta pesquisa tem como objetivo mostrar a importância do espaço escolar para a prática pedagógica.
A construção do espaço escolar
Sendo no espaço escolar onde se constitui a prática pedagógica e suas vivências, é importante observar fatores geográficos favoráveis (onde serão construídos), como por exemplo, posição solar, clima, topografia do terreno, demanda populacional, acesso a transporte, ruas menos barulhentas, etc. Observar no que se refere à forma e disposição, aos elementos simbólicos, as dimensões pedagógicas, administrativas, recreativas, a funcionalidade entre outros fatores. Pois como afirma Wolff (1996, p. 105):
A arquitetura, mais do que abrigar variadas funções da atividade humana, é suporte de conteúdos simbólicos. Através de suas formas os edifícios se caracterizam-se como símbolos dessas mesmas funções. É por isso que ao longo da história aprendeu-se a decodificar a imagem da igreja, da mesquita, do prédio dos correios, da agência bancária, do mercado e da escola, entre tantas outras tipologias arquitetônicas que se foram consolidando.
Há que se observar a importância da iluminação para se realizarem as tarefas em sala de aula, ela deve ter intensidade e direcionamento adequados, com cores bem definidas e sem ofuscamento para que o aluno desenvolva suas tarefas visuais de leitura e escrita com facilidade e sem esforço visual. Também é importante falarmos sobre a acústica, pois pesquisas mostram que estímulos sonoros inadequados dificultam a aprendizagem, pois dificultam a comunicação com o professor, bem como a concentração do aluno. Por isso falamos no espaço geográfico escolhido para a construção da escola, sua localização é de suma importância quanto à produção de ruídos externos. Temos que levar em consideração que há alunos com deficiência auditiva e precisam de mais silêncio. Não podemos esquecer dos móveis, as carteiras precisam oferecer conforto aos alunos nos pontos de apoio fundamentais como: espáduas, glúteos, músculos, pés, antebraço e se isso não acontece, gera desconforto e falta de atenção. Deixar os alunos sentados por longos períodos gera incômodos como as dores, o fluxo sanguíneo fica difícil, diminui o rendimento cardíaco e do intercâmbio circulatório e sem falar da pressão sobre os tecidos glúteos, que acelera a fadiga física e esta por sua vez provoca fadiga intelectual. Neste caso faz juz a afirmação de Lima (1989, p. 40):
Qualquer um que permaneça sentado durante 4 horas, mesmo com pequenas interrupções, nas carteiras escolares, espalhadas pelo Brasil, saberá a que tortura se submete a criança. Se a esta tortura específica somarmos o calor e/ou o frio excessivo que decorre do uso inconsequente de materiais construtivos e inadequados, é de se espantar que alguma criança ainda consiga gostar de estudar.
A semelhança entre fadiga física e intelectual deve ser levada em consideração pelos docentes para que intercalem as atividades em sala com outras onde possa haver movimento, para que os alunos não permaneçam sentados por muitas horas seguidas. Temos que dar atenção não só aos alunos padrão, mas também aos que possuem necessidades especiais, para que haja também para eles um espaço que atenda suas limitações, em virtude das normas técnicas brasileiras, como a NBR 9050 (1994), que estabelece a acessibilidade dos portadores de deficiência, a todos os espaços, edifícios, mobiliários e equipamentos urbanos. Essa norma ainda é ignorada em muitos lugares e escolas. E muitas escolas reformadas ainda não têm rampas de acesso, corrimãos, portas e sanitários adequados, sinalização sonora e tátil dentre outros.
Vivemos em um mundo que está diante de um forte movimento pró-inclusão, no entanto, não observamos isso nas escolas que continuam sendo projetadas e construídas para o chamado “aluno padrão”. Temos que levar em conta uma grande dimensão educativa. Necessitamos de um ambiente escolar que promova a aceitação, a afetividade, a acessibilidade e a autonomia do aluno, pois se sentirão acolhidos e respeitados para enfrentarem os desafios que lhes forem impostos.
BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaços, mobiliários e equipamento urbano. Rio de Janeiro, 1994.
LIMA, Mayumi S. A Cidade e a criança. São Paulo: Livraria Nobel, 1989.
PIAGET, J. A epistemologia Genética. Petrópolis, R. J.: Vozes, 1970.
RIBEIRO, Solange Lucas. Espaço Escolar: um elemento (in)visível no currículo. Sitientibus, Feira de Santana, n. 31, p. 103-118, jul./dez. 2004.
WOLFF, Silvia Ferreira S. A arquitetura escolar documentada e interpretada através de imagem. In: SEMINÁRIO PEDAGOGIA DA IMAGEM, IMAGEM DA PEDAGOGIA. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Educação, 1996. P. 102-109.
Nessa
...